Nami passou correndo pela sala, onde os amigos continuavam a jogar verdade ou desafio, mas nem se preocupou em olhar na direção deles. Tudo o que queria era fugir dali e se refugiar em algum lugar. Estava magoada com Zoro, mas não podia culpá-lo totalmente.
Tinha passado dos limites quando tentou incitá-lo a ficar com ela, Zoro não era obrigado a beijá-la ou fingir ter sentimentos que não tinha. Sim, estava ciente disso, mas doía constatar que talvez estivesse enganada o tempo todo. Talvez, o Roronoa nem ao menos sentisse atração por Nami. Tudo apenas não passou de um estúpido mal-entendido.
Nami caminhou até a parte de trás da casa de Luffy, indo em direção a enorme área de serviços. Soltou um suspiro de alivio quando viu que estava sozinha. Ela precisava colocar a cabeça no lugar. Tinha certeza de que sua amizade com Zoro estava totalmente arruinada após aquele fiasco.
Interpretou os sinais errado e a consequência disso, seria que ele começaria a evita-la. Nami realmente queria se desculpar, mas não tinha coragem de encará-lo no momento.
Ela sentou no chão, encostando-se na parede branca e abraçou o próprio corpo. Não podia voltar para a festa naquele estado. Nami não soube quanto tempo passou desde que se escondeu lá, mas foi tirada de seus pensamentos quando escutou uma voz familiar.
— Ei! — a voz abobada e arrastada de Luffy a chamou. Ele se agachou ao lado dela, encarando-a com confusão. — O que aconteceu? Te vi correndo para cá. Alguém fez alguma coisa que você não gostou? — a preocupação dele era genuína.
Nami engoliu em seco, ignorando o nó que começava a se formar em sua garganta. Ela não queria preocupá-lo, por isso precisava ser forte e afastar a vontade de chorar para longe. Luffy acariciou suavemente as bochechas dela.
— Você sabe que pode contar qualquer coisa pra mim. — ele abriu um sorriso carinhoso, mas Nami sabia que ele também estava tentando ser forte na frente dela.
— Eu estou bem. — tentou sorrir. — Só precisava de um pouco de ar fresco.
— Também preciso de um pouco de ar fresco, aqui, na área de serviço. — o sorriso de Luffy vacilou por alguns segundos. — Eu me declarei para a Vivi. — o garoto sentou ao lado de Nami e olhou para a frente, parecendo perdido em pensamentos. — Ela já gosta de outra pessoa.
— Eu sinto muito, Luffy. — Nami sibilou, sentindo-se péssima por não ter sido de grande ajuda. — Ela nunca disse que gostava de outra pessoa, se eu soubesse disso, nunca teria te encorajado.
— Não importa. Eu teria me declarado do mesmo jeito. — Luffy desceu o olhar para suas mãos, que estavam pousadas no próprio colo. — Eu precisava tirar isso do peito antes de seguir em frente. — ele abriu outro sorriso, parecendo menos triste do que antes.
— E você está melhor? — ela queria entender como Luffy ainda conseguia sorrir, mesmo depois de ter sido rejeitado.
— Sinto que finalmente tirei um peso do meu peito. — riu, bem humorado.
— E como você fez isso? Como esqueceu essa... Rejeição? — sua voz vacilou na última palavra.
Nami queria tanto conversar com Luffy sobre o que estava sentindo, mas não podia simplesmente contar que estava afim de Zoro. O amigo ficaria confuso e não compreenderia qual era o problema em estar atraída pelo próprio namorado, afinal, ele não sabia da pequena mentira.
— Eu enchi a cara. Amanhã vou ficar de porre, mas nem ligo. — Luffy bateu no próprio peito e começou a se levantar. Ele estendeu uma das mãos na direção de Nami, a encorajando a fazer o mesmo. — Você está com cara de quem precisa beber.
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Nas entrelinhas
أدب الهواةNami precisava de ajuda para conquistar Sanji, sua nova paixonite colegial. Infelizmente a única forma que encontrou de se aproximar seria através de Zoro. Ele a ajudaria a conquistá-lo, certo? Afinal, havia pisado no próprio orgulho para pedir sua...