Mesmo nos dias mais nublados

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|Notas iniciais:

Oi, estrelinhas! Estão todos bem?
Já faz um tempinho, não faz? Sinto muito e espero que esse capítulo gigante possa recompensá-los ao menos um pouquinho.
Podemos conversar mais nas notas finais, mas antes, muito obrigada a todos que esperaram, vocês são incríveis e sou extremamente grata pelo apoio!


Desejo uma ótima leitura! :)


PS: Já está indicado nas tags da história, mas acho bom avisar outra vez, caso alguém se sinta desconfortável: este capítulo contém cenas de violência física explícita. (Não é uma cena muito grande, e vocês vão perceber assim que ela estiver começando, caso queiram pular)



Capítulo 6




Há manhãs em que até mesmo o sol parece ter medo de sair de trás das nuvens, deixando que seus raios se apaguem aos poucos sem que ninguém os perceba. Quando era pequeno, Jeongguk odiava os dias nublados, mas conforme crescia, achava familiaridade neles. E eles sempre estiveram ali, mesmo nas estações quentes ou sendo fruto de sua própria mente traiçoeira.

Assim, ele aprendera a se esconder atrás das nuvens tal como o próprio sol fazia.

O verdadeiro problema, no entanto, eram os dias em que essas nuvens pesadas traziam a chuva. Jeongguk detestava a chuva e todas as lembranças que ela carregava pelos céus.

— Jeongguk! — a voz rouca veio alta pelo outro lado da porta, acompanhada por batidas fortes e insistentes.

O garoto que se encolhia entre os lençóis amassados abriu os olhos em um sobressalto.

— Jeon, seu... — piscou algumas vezes, tentando se acostumar com a claridade vinda da janela que esquecera aberta na noite anterior, e encarou a porta, que continuava a ser castigada pela ira de Changho, tremer a cada nova batida — Como continua trancando essa merda?

Os impulsos contra a maçaneta ficaram mais fortes e o moreno, que ainda se encontrava perdido devido ao sono que se apossava de seu corpo, agradeceu a si mesmo por ter usado a cômoda outra vez para travar a entrada do quarto enquanto se perguntava o que tinha feito para o Kang estar perseguindo-o dessa vez.

Talvez devesse ter percebido que este seria um dos dias em que as nuvens acompanhavam uma tempestade no momento em fora despertado de seu sono leve pela voz irritada do guardião, ao invés das mensagens de seu hyung bonito, como havia se tornado seu usual.

— Até quando vai continuar fugindo, hein? Não se cansa de ser essa criança medrosa o tempo todo? — Jeongguk conseguia visualizar a expressão de nojo que devia estar presente no rosto do outro apenas pelo tom de voz que lhe era direcionado. Ao menos a madeira fina da porta lhe poupava do olhar de repúdio que sabia receber do mais velho. — Sei que está acordado, garoto ingrato. Abra essa porta e me responda!

O moreno apenas suspirou, encarando o teto por alguns segundos e respirando fundo em uma tentativa de conter a língua afiada que sentia vontade de responder as ofensas sempre direcionadas a si, ao passo que algo dentro dele apenas implorava para que se escondesse por baixo do cobertor já deixado de lado e se camuflasse em meio a bagunça de seu quarto até que o outro fosse embora.

Contou três minutos em sua cabeça, que pareceram toda uma eternidade, até que Changho parecesse desistir e se afastasse do cômodo carregado de ameaças que provavelmente acabariam por se concretizar na próxima vez que se encontrassem.

Jeongguk ao menos esperava que não precisasse vê-lo outra vez tão cedo, mas sabia que seria ingênuo se realmente acreditasse em tal desejo. "não pode se esconder para sempre", foi a última frase que escutara antes de o tio sair. E, por mais que odiasse admitir, sabia que ele estava certo.

O Beijo de Vênus | kth + jjkOnde histórias criam vida. Descubra agora