BRASIL011

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Naquela mesma noite, depois das meninas irem embora. Eu saí na varanda do meu quarto e liguei para a minha irmã novamente. Dessa vez de vídeo, e ela logo atendeu.

- Oii, a mamãe quer fal..... - Camila iria continuar quando minha mãe, como a peça que é, tomou o celular da mão da menina e eu só consegui ouvir Camila dizer um "eiii" de longe.

- Quando você ia ligam hum? Quando estivesse casada com dois filhos com olhos verdes e cachos? - Diz a senhora que por mais que tenha seus 59 anos, não aparenta com os seus cabelos pintados. (Pegaram as referências? Eu espero que sim, pois eu só consegui rir.)

- Mãe pare de drama, eu só fiquei alguns dias sem ligar. A casa estava uma bagunça.... - Eu digo e ela revira os olhos sorrindo e dando espaço pro meu pai, que tentava aparecer atrás dela alguns minutos antes.

- Fale você com a sua filha rebelde que está do outro lado do oceano. - Ela diz ainda em frente a câmera.

- Oii filha, como está ai? Muito frio? Já viu o palácio? - Meu pai pergunta. Ele parece mais velho do que quando eu o deixei no aeroporto de Guarulhos a uns meses atrás, mas nada que não me faça continuar sendo a cara dele. Literalmente, sou muito parecida fisicamente com ele.

- Não pai, infelizmente já estou em uma correria no hospital, eu e Samira só conseguimos nos organizar agora. Mas quando for, tirarei fotos. E não aqui está calor, estamos no final da primavera para entrar no verão.

- AAh que bom, São Paulo garoa...como sempre....- Ele não termina de falar e novamente minha mãe toma o celular para ela.

- Como está a Samira? Estão comendo? Ela está indo trabalhar? E você no serviço? - Minha mãe diz feliz.

- Estamos bem, e sim, comendo.... - Falo entrando no quarto da loira depois de bater na porta e ela aparece atrás de mim sorrindo e acenando. - Estamos bem.

- Rose, tudo bem por aqui sim. Acabei de falar com a minha mãe e meu pai agora pouco também. - A loira diz e acena antes de eu sair.

- Que bom querida, um beeijoo... E o bar hum? Tem certeza de que darão conta? Quer que eu vá ai? - Ela diz agora com um tom de preocupada e eu nego.

- Não, quando vocês vierem, será para passear e não trabalhar né! E sim tudo vai bem,devagar, mas bem. - Eu digo revirando os olhos e rindo.

Por umas horas todos nós conversamos e eu mostrei a casa e a vista, e minha mãe me atualizou sobre a minha família pela parte dela e depois comentou sobre o meu único tio por parte de pai. Encerramos a ligação com várias bênçãos e broncas de que se eu não ligasse ela iria vir aqui só para me bater. Paulo Gustavo não poderia estar mais certo sobre sua peça que virou filme "Minha mãe é uma peça".... A minha também Paulo.

SÁBADO - 19h

As semanas passaram rápido, mas até que tranquilas. Hoje eu saí no horário normal de um plantão às 15h, peguei o carro no estacionamento do hospital e segui rumo a casa.

Quando eu cheguei Samira estava na cozinha bebendo água de toalha na cabeça.

- Heyy, já tomou banho? Que mulher rápida. - Falo comprimentando a loira que ri.

- Você que demora mais que eu sempre. Ande logo, eu estou ansiosa. - Ela diz mas eu já saí correndo para o quarto.

Depois do banho, pego minha calça jeans clara, um cinto de couro preto com fivela prateada e meus vans pretos. Visto a camiseta do uniforme, que era simples preta com um decote mais aberto, sem mostrar nada, com "Brasil011" bordado em dourado brilhante com a bandeira do brasil pequena logo no fim do nome, do lado esquerdo. Discreto, mas um charme. Nas costas meus nome vinha escrito de ombro a ombro em letras brancas. Coloquei ela por dentro da calça deixando o cinto a mostra e a blusa soltinha. Deixei o cabelo solto, já que estava enorme em seu tom de castanho escuro natural e liso. Como sempre. Sem essa de muita maquiagem, rímel e gloss simples, e meu cordão de prata, anel no dedo anelar da mão esquerda e meu relógio também prata no pulso direito.

ONLY DIRECTION // H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora