Capítulo 12

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Assim que acordou, Alice ajudou a arrumar a sua sala de aula e logo tratou de ir ao encontro de Lucas. A garota se estranhou quando viu que Lucas não estava na sala ao lado e decidiu ir a procura de Thiago pois, provavelmente, os dois estariam juntos.

Thiago estava morrendo de fome quando encontrou com Alice, o jantar do dia anterior não havia sido o suficiente para saciar a sua fome. Assim, os dois seguiram procurando Lucas pelo prédio.

Thiago insistiu para que eles tomassem o café da manhã antes que suas vezes fossem puladas e Alice acabou sedendo, seguindo com o garoto até o refeitório.

— Onde será que o Lucas se meteu? — Alice pergunta se sentando em uma mesa vazia junto a Thiago.

— Será que ele foi falar com o pai dele? — Thiago indaga. — Ele estava muito decepcionado consigo mesmo ontem.

— Não acho que ele faria isso sem nos avisar. — Alice responde pensativa. — Estou começando a ficar preocupada.

— Calma, nós vamos encontrar ele! — Thiago afirma começando a tomar o seu café da manhã.

Assim que terminaram de comer, os dois seguiram a procura por Lucas, cogitando até perguntar se o seu pai não havia o visto, mas desistindo depois dele encarar Thiago com uma feição irritada.

A preocupação começou a se intensificar quando a lua surgiu no céu, já era noite e Lucas não havia sido  visto por ninguém Alice tomou coragem e foi falar com o pai do garoto na hora do jantar.

— Boa noite... — Alice chama a atenção do homem a sua frente. — Desculpa te incomodar, mas o senhor viu o Lucas hoje?

— Por que você quer saber? — O pai de Lucas pergunta ríspido ao reconhecer a garota, que estava na porta do banheiro quando a sua discussão com o filho aconteceu.

— Eu não o vi o dia inteiro e achei estranho. — Alice responde tentando não se sentir intimidada. — O senhor o viu?

— Não! — Ele responde sem paciência, fazendo Alice voltar ao encontro de Thiago frustrada.

— Ele não sabe de nada! — Alice afirma.

— Onde será que esse garoto está? — Thiago questiona preocupado.

— Será que ele fugiu? — Alice pergunta para o espanto de Thiago.

— Ele nunca sairia daqui sem nós! — Thiago responde. — Aconteceu alguma coisa com ele!

— Ninguém o viu desde ontem, ele só pode ter saído pela madrugada... — Alice fala, mas é completamente ignorada por Thiago que observa a sua volta pensativo.

— E se eles pegaram ele? — Thiago questiona, dessa vez um pouco mais baixo para que só Alice ouça. — Você acha possível?

— Ele não deixaria que fizessem isso com o próprio filho! — Alice afirma se referindo ao pai de Lucas. — Ou deixaria?

— Olha como ele trata Lucas, eu não me assustaria se ele mesmo tivesse sequestrado o filho! — Thiago responde encarando de longe o pai de Lucas, que caminhava para fora do refeitório junto do General.

— Ele sabe as consequências, nunca faria isso com o Lucas. — Alice fala e Thiago dá de ombros. — Precisamos focar em encontrar o Lucas e deixar o pai dele de lado.

— Precisamos saber para onde eles levam os alunos que vão servir de cobaia... — Thiago sugere.

— Ninguém que foi para lá voltou, todos tiveram efeitos colaterais e foram levados para o hospital! — Alice afirma.

— Então, vamos ter que descobrir por nós mesmos! — Thiago conclui, deixando Alice apreensiva.

Assim que terminaram de jantar, Thiago insistiu para que Alice o ajudasse a seguir o General, a fim de descobrir onde se encontrava o laboratório secreto. De início, Alice não concordou com a ideia, mas acabou sedendo em meio ao desespero. Os dois esperaram alguns minutos para que o General estivesse sozinho e começaram a o seguir, tomando uma certa distância para que não fossem pegos.

O general estava muito atarefado durante a noite, o que fez com que os garotos tivessem que o seguir por todo o colégio, indo do pátio até a última sala do terceiro andar, onde dois alunos brigavam.

O plano começou a dar certo quando eles viraram o corredor da sala dos professores. Seria muito óbvio se eles prendessem os alunos lá, mas era um bom lugar para despistar enxeridos, sendo o verdadeiro laboratório localizado na antiga sala de música, inutilizada a anos. Os dois garotos avistaram o General adentrar a sala e fechar a porta de madeira, o que impossibilitava a vista de dentro da sala.

Thiago tentou empurrar a porta, mas a mesma estava trancada, o que deixou os garotos mais curiosos ainda. Certamente era ali que eles colocavam em prática seu plano ilegal e usavam os alunos como cobaia para um experimento clandestino.

— Como vamos fazer para entrar ali? — Alice pergunta quando os dois já estão longe da sala.

— Para entrar precisamos da chave... — Thiago responde enquanto pensa em uma maneira de adquiri-la. — Vamos ter que roubar!

— Se é um experimento secreto, você acha que todos eles tem a chave? — Alice questiona. — Óbvio que não!

— Mas, se a diretora sabe, ela provavelmente está envolvida... — Thiago explica. — Temos que roubar o chaveiro dela!

— E como vamos fazer isso? — Alice questiona confusa.

— Amanhã, quando ela estiver tomando café da manhã, nós entramos na sala dela e roubamos o chaveiro! — Thiago responde.

— Você acha mesmo que não vão ter seguranças vigiando a porta? — Alice pergunta.

— Eles revezam para tomar café da manhã, temos que ser rápidos e entrar na sala quando um deles sair! — Thiago conclui.

Assim, o plano é esquematizado. Os dois garotos foram obrigados a se separarem quando um militar os obrigou a irem dormir, levando cada um até a sua respectiva sala. Alice estava preocupada demais com Lucas e acabou deixando que algumas lágrimas deslizassem pelo seu rosto durante a madrugada, Lucas com certeza estava em perigo e isso causava pontadas em seu coração. Já Thiago, que durante a viagem não havia tido nenhum sonho ruim, voltou a ter pesadelos com o seu irmão, passando horas da madrugada acordado.

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