O Espião em Hogwarts

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Sempre é mais escuro na luz

Segure-se com tanta força até que seus punhos fiquem brancos

E sua alma pode se abrir completamente

A jornada de volta do trem foi quase exatamente como à feita até o Surrey. Todos estavam tensos e miseráveis, talvez até mais. Ron continuou tentando colocar seu braço em torno de Hermione, mas ela estava se contorcia e se contraia e ele recuava todas às vezes. Lupin e Sirius pareciam sem cor.

Eles foram os únicos que restaram. Dumbledore os tinha mandado para longe para conseguir afastá-los pouco a pouco, e todos sabiam que ele não queria que isso acontecesse, mas aconteceu, e Harry tinha conhecimento de que eles não deveriam fazer isso! Ele tinha prometido a Natalie que ele iria matar Voldemort e que não havia razão para ficar com medo.

Ele iria matar alguém. Ele estava mais do que cansado de estar zangado e não poder fazer nada quanto a isso. Assim que eles voltassem, eles todos poderiam sentar e formular um plano. Eles poderiam conversar sobre o que os Aurores estavam fazendo, todos poderiam se juntar aos Aurores. Finalmente, ele poderia fazer alguma coisa.

Eles poderiam pegar todos de volta. Eles iriam.

Draco estava tamborilando seus dedos na janela. Harry pensou que ele estaria mais animado se estivesse irritando alguém, mas ninguém tinha notado. Ele o olhou de relance e Draco assentiu.

"Eu estou indo esticar as minhas pernas," Draco anunciou. "Porque eu necessito esticar as minhas pernas."

"Sim, eu também," Harry disse.

Ele levantou-se e seguiu Draco pelo corredor. Lá Draco também começou bater os dedos de encontro à janela.

"Pare com isso," Harry disse, sobretudo para fazê-lo feliz.

"Não me bajule, Potter," Draco devolveu. Ao mesmo tempo, ele deu um meio sorriso, parou de bater na janela e apoiou-se contra a parede. "Então," ele disse. "Dumbledore enviou corujas e não obteve nenhuma resposta, e ele acredita que todos foram levados. Menos o espião, claro. Obviamente, eles atacaram todos que estavam com eles e foram escondidos, e nós nunca saberemos quem era. A menos que...".

"Draco, pare," Harry disse violentamente.

Deve ter sido dessa maneira. Alguém em um dos grupos os tinha levado embora. Gina deve ter visto o rosto de seu traidor e deve ter sido horrível, ver um amigo que você confiou transformar-se em espião no meio da noite...

"A menos que fosse um de nós," Draco continuou com um toque de remorso. "Você não acha um pouco estranho que nós sejamos os últimos? Ninguém no grupo do Lorde das Trevas disse: espere um segundo, quem pegou aquele garoto da cicatriz - nome está na ponta de minha língua -".

"Draco, cale a boca. Nenhum de nós fez isso. Lupin não fez isso, Sirius não fez, Ron e Hermione certamente também não fizeram e você-" Depois de todo esse tempo, depois de tudo que ele havia dito, ainda havia uma tensão sobre os ombros de Draco. Harry segurou-lhe os ombros, com força, e o sacudiu.

"Draco," ele disse. "Você também não fez isso."

"Quem está falando sobre mim?" Draco perguntou. "Claramente, é você. É sempre aquele que se menos suspeita."

"Draco, cala a boca." Ele fez uma pressão no outro ombro e o sacudiu. Draco e ele trocaram sorrisos exaustos.

"Você vem planejando isso desde o primeiro ano, é óbvio," Draco continuou. "Por trás desses óculos redondos trabalha a mente de um gênio maligno." Ele tirou-lhe os óculos e o repentino movimento fez Harry corar ao se ver sob exagerada observância. "Sim, vejo isso claramente agora," ele concluiu.

Underwater Light [pt/br] • drarryOnde histórias criam vida. Descubra agora