𝑨𝑺𝑯𝑳𝑬𝒀!

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— Se você está afim de apanhar hoje, com certeza. — digo retribuindo seu sorriso. Querendo ou não, Corbyn apareceu em um ótimo momento. Para mim, pelo menos.

— Ha-ha. — ele fala se aproximando mais. — Essa foi boa.

— Majestade. — Daniel diz fazendo uma pequena referência.

— Como é seu nome? — Corbyn pergunta ao garoto.

— Daniel Seavey, senhor. — ele fala num tom sério e calmo. Já tínhamos tanta intimidade que me esqueci que pela lei, ele precisava se referir de maneira formal.

— Você não é jovem demais pra dar aulas?

— O que é isso, virou um interrogatório agora? — falo com uma certa cara de deboche. — O senhor Seavey é um ótimo professor. E ele não é velho, nem rabugento.

— Então por isso mandaram ele. — Corbyn ri com a declaração.

— E o melhor, irmãozinho, ele me ensinou certinho, ou seja: eu vou acabar com a sua raça.

— É o que veremos.

   Para ser sincera, de certa forma, gostei que Corbyn foi ao nosso treino hoje.

   Ultimamente estava sendo muito difícil se concentrar no que realmente importa quando estava sozinha com Daniel, levando em consideração que eu tinha uma vontade louca de o beijar toda vez que o olhava. 

   Daniel nos fez alongar primeiro, e depois nos posicionou e deu algumas dicas, nos mostrando passo a passo como desviar, como posicionar os pulsos e etc.

   Eu estava muito concentrada. Queria bater em alguma coisa, e Corbyn parecia ótimo para isso.

   Começamos a nos rondar, e disparei alguns golpes, que meu irmão desviou com certa facilidade. Acertei um chute em sua perna, o que claramente ele DEIXOU que eu fizesse.

— Espera ai... — digo parando e olhando pra ele. — Você ta pegando leve comigo?

  Ele deu de ombros.

— Talvez.

— E porque você ta fazendo isso? Acha que eu não sou capaz de quebrar essa sua carinha de anjo, é?

— Ah, Ash, você é delicada demais pra isso. Mas esses exercícios são bons, pra você distrair a mente, depois de...

   Não deixei ele terminar seu raciocínio, porque quando vi,  ja tinha pulado em cima dele, agarrando sua cara com minhas unhas.

   Quando vi, já estávamos caídos no chão, e ele tentando me tirar de cima dele. Daniel não fez nada, e eu agradeci por isso.

— VOCÊ ACHA QUE EU SOU DELICADA? — digo disparando o primeiro soco.

— ASH! ASH! — ele gritava, se contorcendo.

— Você acha que é ser delicada — segundo soco. — Ouvir seu pai e seu irmão — terceiro soco. — Planejando te vender em troca de dinheiro?

   Seus olhos, que já estavam inchados neste momento se abriram. Sentia as lágrimas descendo pelo meu rosto, e conseguia sentir a dor na minha mão. Mas de certa forma, não me importava.

— Ash... — ele diz, com os olhos cheios de lágrimas. Ele não estava lutando mais.

— Você não fez nada. Você deixou que ele me vendesse. — Dou o último soco.

   Não sei se seria capaz de bater mais no meu irmão, mas isso nunca descobriria porque Daniel me pegou pelos braços.

— Ash! Chega! — Ele diz me carregando pra longe do garoto. Acho Corbyn estava atordoado demais pra perceber o apelido usado pelo guarda.

𝒕𝒉𝒆 𝒄𝒓𝒐𝒘𝒏 ✧ daniel seavey  Onde histórias criam vida. Descubra agora