Sinto uma mão me puxando no meio da escuridão.
Os gritos a minha volta so aumentavam, e sentia o desespero se instalar no meu coração.
— Ashley? — era Daniel. — Sou eu. Fique calma. Vou te tirar daqui.
— Corbyn... — digo quase em um sussurro.
— Sua família já esta a salvo. Vamos.
Comecei a correr no escuro segurando a mão de Daniel, tentando não pensar onde estaria a minha família.
Paramos em frente de algo e então ele me puxa para dentro de uma sala pouco iluminada enquanto uma grande parede de pedras se desloca em minha frente.
Era muita informação em pouco tempo. Estava tremendo da cabeça aos pés.
— O que...? — digo.
— Isso é um dos vários esconderijos espalhados pelo castelo. Você não sabia da existência deles? — Daniel pergunta.
— Não, eu... — me viro para o garoto. — Daniel você está sangrando!
O garoto olha para baixo onde sua camiseta social estava rasgada com um grande corte.
— Isso não é nada... Você está bem? Se machucou? Eu fiquei tão preocupado...
— Eu estou bem. Você que não está — em uma pequena estante no pequeno esconderijo tinha um kit de primeiros socorros, então o peguei — Tire a camisa.
Ele estava relutante, mas a tira, e eu começo os cuidados. De certa forma, aquilo estava me acalmando.
— Você tem certeza que meu irmão e meus primos estão bem?
— Acho que sim.
— Você acha? — senti meu corpo tremer.
— Um guarda foi em direção a eles, mas não prestei muita atenção. O meu foco era você.
— Isso foi um ataque dos terroristas, não é?
— Sim.
— Meu Deus, eles esperaram todos se juntarem... Quantas pessoas se machucaram... As crianças...? — minha voz falha.
— Não tinham crianças na sala. Os terroristas podem ser o que for, mas não matam crianças. Não as machucam. É pela vida deles que eles estão lutando.
Paro por certo momento.
— Você realmente está defendendo eles ou é impressão minha? — digo parando o que estava fazendo e encarando os grandes olhos azuis do menino.
— Eles tem uma causa, Ash. O que eles fizeram aqui, não é nem um trisco do que o reino faz nos vilarejos. O que eles fazem com as crianças, as mandando para guerra.
— Eles acham que a violência é o jeito certo de fazer as coisas? — minha voz já estava tremendo mais do que deveria.
— Eles não machucaram ninguém naquele salão, Ash. — Ele passa as mãos suavemente sobre os meus braços. — Foi so um susto. Um aviso. Ninguém se
machucou.Abraço o garoto com lágrimas nos olhos. Ele me aperta com carinho.
— Eu te amo Ashley. — ele diz num sussurro. — Eu nunca vou deixar ninguém te machucar. Eu prometo. Sempre vou estar aqui por você.
Queria dizer que o amava também. Mas não conseguia falar, então só o abracei mais forte.
[...]
Não sei quanto tempo ficamos ali.
Acabei adormecendo e quando acordei minha visão estava embaçada, com 3 guardas bem em minha frente.
— Princesa? — um deles disse. — Vamos, seu pai está te chamando.
Levanto rapidamente passando a mão pelo longo vestido. Antes de sair, olho para trás.
— Obrigada, Senhor Seavey. Serei eternamente grata.
Ele apenas balançou a cabeça.
[...]
Chego na sala do trono, e assim que entro corro para os braços de meu irmão.
— Você está bem? Se machucou? — ele pergunta me olhando de cima a baixo.
— Sim, Daniel... Quer dizer, o Senhor Seavey me levou para um esconderijo. E você? Syd e Jack? Papai?
— Estão todos bem. Você foi a última a aparecer. Estávamos morrendo de medo...
— Eu estou bem. Todos estão. — Respiro fundo. — E a família real?
— Estão todos bem. Vamos, vou te acompanhar ate seu quarto, você precisa descansar.
— Os terroristas...?
— Fugiram Ash. Eles são mais espertos do que imaginavamos. Muito mais.
— Os criados?
— Nenhum se machucou.
Meu coração ficou mais tranquilo com essa informação.
Chego no meu quarto anestesiada com tudo que tinha acontecido. Deveria ser umas 5:00 da madrugada, agora.
Vou para o banheiro, tiro aquela roupa e tomo um banho. Coloco a roupa mais confortável que tinha.
Chorei um pouco. Eu fiquei com tanto medo... Pensar em perder as pessoas que eu amava era agonizante.
Deito na cama, e não consigo dormir. Me perco nos pensamentos. Tantos pensamentos.
Daniel me salvou. Ele chegou em mim tão rápido, mesmo estando tão longe. Como se ele ja soubesse que precisaria me tirar dali.
Ele falou que ninguém se machucou. Ele disse isso com tanta certeza... Mas como ele tinha certeza disso se estava comigo no esconderijo?
O jeito que ele defendia os terroristas e suas ideias, como se ele estudasse e acreditasse naquilo mais que tudo...
E então eu soube.
[...]
Quando vi, já estava chegando na área onde os criados viviam, descalça, e me sentindo horrível.
— Princesa? — Um menino de mais ou menos 14 anos me diz.
— Você pode me levar onde Daniel Seavey mora? Você o conhece? — digo.
— Sim. Claro que a levo. So me seguir.
Passamos por alguns corredores, e então paramos em frente a uma porta.
— É aqui.
— Muito obrigada. Você pode ir agora. — digo forçando um sorriso.
— Ao seu dispor.
Assim que vi o menino virando o corredor, abro a porta, e encontro daniel sem camisa, com uma calça moletom sobre uma pequena cama. O quarto era minúsculo.
Ele abre os olhos, e quando me ve, fica totalmente confuso.
— Ashley? O que você está fazendo aqui?
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𝒕𝒉𝒆 𝒄𝒓𝒐𝒘𝒏 ✧ daniel seavey
Romance❝eu te amo, ashley besson, com todas as minhas forças. e esse amor... pode nos matar.❞ ➳ onde ashley é uma princesa, e com uma guerra se travando, ela precisa de treinamentos. o que ela não espera, é que iria se apaixonar pelo jovem plebeu de olho...