13- Verdades

107 39 1
                                    

"Você está errado sobre a humanidade. Eles são a nossa maior criação, porque são melhores que você. Sim, eles são fracos, roubam, traem e destroem, mas também criam, dançam e amam. E acima de tudo, eles nunca desistem."

(Supernatural)

Rebecca deita-se confortavelmente em sua cama após ter chegado do Parque do Sabiá e encara o teto como se ele fosse a última bola de sorvete no mundo.

Com tamanha concentração somente percebe Eduardo em seu quarto quando a porta se fecha.

— Seria ótimo para um assaltante se só você estivesse em casa — o irmão diz se sentando na beirada da cama — talvez fosse melhor se você ligasse para a Bruna porque eu acabei de terminar com ela — a garota abre a boca espantada e arregala os olhos com a repentina notícia — não começa com essa reação e a dizer que eu não sou um bom exemplo de namorado.

— E você é? — Pergunta rindo após se sentar e olhar diretamente para ele — na verdade talvez seja porque para esconder diversas traições em praticamente dois meses não é para qualquer um! Você deveria se orgulhar irmãozinho — completa dando um leve soco em seu braço.

— Nada disso seria possível se não fosse com a sua incrível e espetacular ajuda — sorri de lado para ela — obrigado minha sensacional irmã! Eu não seria ninguém sem você.

Eduardo mostra a língua a repreendendo e logo sai do quarto deixando-a sozinha com vários pensamentos. Mas, todos eles que envolvem Daniel podem ficar para depois porque naquele momento tem algo mais importante para fazer.

— Eu já soube — diz quando Bruna atende a chamada — não chora Bruna, na verdade... Não, é melhor você continuar — muda de ideia quando pensa melhor — chorar é bom e vai aliviar um pouco toda a dor.

Ela continua a choramingar e falar coisas confusas, contudo Rebecca tenta dedicar total atenção à amiga.

A garota estala os dedos enquanto Bruna detalha toda a situação do término.

— Ele simplesmente me ligou Rê! — Fala fungando o nariz — e disse que o nosso relacionamento à distância não estava mais funcionando, mas que queria que fôssemos amigos. — Bruna chora mais ainda — amigo é o ca...

— Vamos com calma nas palavras! — Rebecca ri para quebrar o clima triste — talvez simplesmente não fosse para acontecer.

— Você se acha a engraçada, não é? — Pergunta subindo o tom de voz — pelo menos eu não fui traída.

Rebecca idealiza aquele momento como se Bruna entrasse em seu quarto e a esfaqueasse no peito diversas vezes, mas aquilo, com certeza, seria muito melhor do que a sua fala.

Tem de segurar toda a raiva e angústia em seu peito para não falar o que não devia.

— Me desculpa Rê... Não foi o que eu quis dizer...

E ela não consegue terminar a fala porque Rebecca desliga o celular.

A garota percebe sua bochecha molhada e olha para o teto para checar se não há uma goteira por ali, quando sequer está chovendo.

[...]

Me desculpe Diário, mas não lembro a data exata...(A minha cabeça não está funcionando muito bem depois do que aconteceu no parque...)

Então vou dizer apenas: de algumas horas atrás.

Tentar me entender, porque o que estou prestes a contar está ocupando todos os meus pensamentos, e estou ficando louca.

ALVORADAOnde histórias criam vida. Descubra agora