34 ➡ Haunted By The Ghost Of You

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(Narrador's POV)

O clima naquele hospital estava pesado, forte e arrepiante.

Os gritos desesperados de Senhora Flores só fazia com que às lágrimas dos outros presentes descessem sem parar. Isabela estava grudada à Julio, tentando arrumar algum apoio, enquanto só queria deitar em posição fetal e chorar até o dia seguinte.

Giulia mantinha a cabeça encostada no ombro de Isabela, enquanto as lágrimas molhavam a jaqueta jeans enorme ㅡ provavelmente de Julio ㅡ que a brasileira usara.

Falando nela, havia sido a notícia mais dolorida que poderia receber naquela noite fria.

Estava sendo difícil demais se manter firme, para que Senhora Flores não ficasse pior do que estava. A moça estava sendo abraçada pelo marido, que tentava ser forte pela esposa; outros familiares passavam conforto, enquanto Isabela, Giulia e Julio se mantinham distantes, para que não atrapalhassem o momento.

Isabela, nem por um momento, havia deixado de chorar. Esperava que acordasse pela manhã, e aquilo tivesse sido apenas um sonho ruim.

Soube que era mentira, pela forma como foi abordada ao chegar no hospital. Tiveram a empatia enorme de ir ver a família da pequena, que estavam desolados.

Apesar da doença da menina, não esperavam perdê-la de uma hora para outra. E por um lado, Giulia se sentiu culpada por não ter feito o suficiente. Entretanto, Isabela logo tratou de espantar os pensamentos da amiga italiana.

O enterro seria pela manhã, e ela não estava nenhum pouco pronta para tal ocasião. Doía como se Amber fosse uma pessoa que conhecia a vida toda, sendo que, havia a conhecido em poucos meses.

Ela amava a garotinha.

Sentiria falta de tirar fotos da mesma, contemplando as poses lindas que a menina fazia. Sentiria falta do sorriso dela pelas manhãs, iluminando seus dias.

Amber tinha um jeito só dela. Era a criança que mais havia se apegado da clínica e isso era óbvio. Encolheu-se ainda mais em Julio, sentindo um frio rodar seu corpo.

O namorado estava se sentindo péssimo também. Era uma criança. E não poderia deixar de imaginar a vida inteira que ela teria pela frente, e que agora, de repente, havia sido interrompida.

Abraçava Isabela para que a namorada soubesse que ela estava ali, independentemente. A gola de sua cabeça estava ensopada pelas lágrimas da brasileira, mas ele não se importava, acariciava seus cabelos para que ela se sentia confortável, e também, tentava passar alguma força para Giulia, abraçando as duas.

Teriam que ir para casa dormir, após Senhora Flores ter ficado um pouco calma, e tê-los pedido tal ato. Para assim, pudessem ir dormir um pouco, por terem saído tão tarde de casa.

Julio deixou Giulia em casa, e a loira desceu do carro em lágrimas, querendo receber um pouco do abraço do noivo, que havia ficado dormindo, pelo trabalho no dia seguinte. O espanhol, entretanto, tinha seu dia de folga, e o argentino não ganhou tal "sorte".

Julio olhou para Isabela, que estava encolhida no banco do carro, enquanto lágrimas deixavam seus olhos, e abraçava seu próprio corpo, em maneira de encontrar um lugar mais quente.

Ele odiava vê-la assim. Suspirou, seguindo caminho até o prédio em que moravam.

Estacionou o carro com cuidado quando chegaram. E Isabela apenas percebeu que haviam chegado, quando ele deu a volta pelo motorista, e abriu a porta para ela.

ㅡ Vem aqui. ㅡ abriu os braços para que a brasileira se acomodasse, e tendo feito, Julio a levantou em seu colo, para que subisse com ela pelas escadas, após trancar o carro.

Flashlight [isulio]Onde histórias criam vida. Descubra agora