(Isabela's POV)
- Bom, ela não me parece ser uma pessoa ruim... porém, o aperto que eu senti no peito à cada vez que ele se aproximava dela, nunca havia sentido. - dramatizei bastante o que havia dito, entretanto, não era tão mentira assim. Se eu contar com o fato de que nunca havia sentido por ninguém, o que eu sinto por Julio.
- Hm... - ela sussurrou meio divertida e meio preocupada. - Usando o fato de que eu conversei com Ariel pouquíssimas vezes em minha vida, não posso afirmar o que você está dizendo. Mas pela forma como você estava irritada com as mensagens, pensei que essa novela mexicana duraria mais episódios... quem sabe até mais temporadas!
- Isso não é uma novela - cruzei os braços, despretensiosamente - e eu realmente não consegui ficar brava com Julio quando ele apareceu na porta da minha casa com Zoe.
- Ok, entendo que a imagem é realmente bem tentadora em minha cabeça. Mas se eu fosse você, claramente teria mandado ela voltar para o mar! Seria bom que ela encontrasse um pouco com a Úrsula, a coitada deve estar com saudades! - uma risadinha descontraída deixou meus lábios, e analisei Giulia sorrir, enquanto aplicava a agulha no braço de uma das crianças. Os medicamentos novos consistia em novas injeções, e Giulia manuseava perfeitamente, e eu apenas lhe entregava as coisas pedidas.
- Ela foi bem educada quando se despediu de mim. Tudo bem que ela deveria ter entendido que eu também estava presente ali, porém, quem sou eu para julgar?
- Isabela Souza! - exclamou, como se fosse o óbvio - Eu, sinceramente, pensava que você expulsaria ela no chute do apartamento do Julio, mas pelo visto, não foi isso que você fez, infelizmente. - o menino que estava deitado na maca, arregalou um pouco os olhos com a afirmação de minha amiga.
Não entendo com as crianças ainda se surpreendem com o jeito de Giulia. Se bem que ela é realmente bem profissional quando se trata da clínica, por incrível que pareça.
- A descontrolada da relação, é você, não eu - argumentei, rindo um pouco, enquanto organizava as seringas na caixa branca, como a italiana havia me pedido.
- Nisso tenho que concordar! - ela afirmou, balançando a cabeça positivamente. - Prontinho, meu amor. Doeu muito como pensou que doeria? - perguntou ao pequeno, que segurava o algodão por cima de onde saía pequenas gotas de sangue.
- Não muito, tia Giu! - ele lhe respondeu, e por fim, ela o entregou a "recompensa", que era um saquinho de doces.
- Tia Andrea está esperando na sala ao lado. Pode se juntar aos outros... e por favor, peça para que o próximo venha!
Eu disse que ela fica profissional quando se trata da clínica.
- Voltando a falar da Pequena Sereia... - retornou ao assunto inicial, enquanto aplicava uma pequena quantidade de álcool em gel no calibre da seringa. - Ela irá novamente para o apartamento do Principe Espanhol, não vai?
- Sim...
- Bom, se eu fosse você mostrava que Feijoada é bem melhor do que Gazpacho, né... vamos combinar. - olhou-me, negando com a cabeça.
- E esse é realmente o ponto? - perguntei, ainda não entendendo o motivo da sua reclamação.
- Aí, amiga, você é tão tolinha! - negou com a cabeça, decepcionada - Acho que eu já entendi que você ficou chateada pela proximidade dela com o Julio e com a Zoe, porém, temos uma coisa bem pequena que pode se resolver aí.
- E o que seria?
- Um casório!
Giulia tinha umas palavras bem espertinhas para alguém com o seu gênio, mas sabia que ela era uma mulher de fases.
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Flashlight [isulio]
RomanceUma proposta irrecusável para salvar seu irmão leva Isabela Souza, uma fotógrafa corajosa, a cruzar o caminho de Julio Peña, um jovem policial que já teve seu coração partido várias vezes pelas desilusões da vida. [CONCLUÍDA]