47 ➡ It's Just You And Me

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— Quinze minutos para a meia-noite.

Sorrio, ainda encarando as ondas e sentada entre as pernas de Julio. Ele se inclina à frente para apoiar o queixo no meu ombro enquanto suas mãos descansam nas minhas coxas, apertando-as o tempo inteiro como se fosse um direito natural dele.

— Eu amo a virada de Natal. Eu sempre fico nostálgica e emotiva... Não sei de onde vem isso. — Assumo, passando o polegar pela pulseira vermelha em seu pulso e fechando os olhos com os beijos suaves no meu pescoço. — Onde está Zoe?

— Brincando com Augustus. Aliás, ele ainda está bravo com você.

Encosto-me mais ao peito dele, apoiando o peso.

— Por quê? — Pergunto baixo, esticando as pernas para poder tocar um pouco da areia molhada com as pontas dos dedos.

Nossa família e amigos estão um pouco atrás de nós, na área central da praia, comemorando e esperando dar meia-noite para o Natal vir à tona e poderem, enfim, abrir os presentes. Nossas diferenças de cultura destilando suas evidências, mas eu consegui convencê-los da tradicionalidade de ser feito dessa forma. Julio e eu preferimos nos isolar após dançar juntinhos alguma música nova do James Arthur, a qual Peña se rendia vez ou outra e sussurrava alguns trechos no meu ouvido.

Encontramos um canto na areia, ao lado de um pequeno rochedo, em que as luzes não alcançam e ninguém pode nos ver, embora possamos vê-los; até porque precisamos ficar de olho em Zoe.

— Porque você estragou a paixonite dele.

— Mentira.

— Verdade. — Ele prossegue com os beijos em meu pescoço e percorre o nariz pelo meu maxilar, cheirando minha pele sutilmente. — Você literalmente disse para aquela garotinha que ele conheceu no Luau para parar de fazer desenhos para ele, porque ele não vai namorar até ter dezoito.

— Eu não disse assim... dessa forma, amor.

— Hum, ok. Foi mais como ''você pode, por favor, ficar longe do meu irmão maculado?''. No fundo, você quer até que eu volte no tempo e fique longe de qualquer pessoa. Incluindo você.

Sinto sua risada vibrar pelo seu peito contra minhas costas e eu dou risada junto, sabendo que ele ainda está dando risadinhas ao beijar meu ombro, minha bochecha e minha têmpora. Enquanto ficamos em silêncio, tomo um pequeno gole de vinho direto da garrafa que pegamos na cozinha do hotel sem ninguém ver, e sorrio espontaneamente por causa desse momento.

Me pego pensando se suportaria viver sem isso... Sem a presença dele.

O mar é barulhento em frente a mim e, por outro lado, Julio é suave, tranquilizante. Estou cercada por ondas violentas, enquanto o amor da minha vida consegue neutralizar simplesmente com a presença. É como chegamos até aqui, nós sempre estaremos com uma bandeira branca em mãos se isso significar neutralizar a violência e a guerra em nossos interiores.

Ele é o meu pedido de paz e a certeza da minha estabilidade por mais que eu mesma insista em tentar trazer tudo abaixo quando sinto que preciso do caos para me sentir viva.

— O que você pensou quando me viu pela primeira vez? — Indago baixinho, quase como se eu estivesse com vergonha da pergunta.

— Quem era a maluca que aparentava ter mais de vinte anos e tinha um boneco do Capitão América.

Sua gargalhada é gostosa de ouvir, preenchendo o espaço em nossa volta, não me seguro em acompanhá-lo.

— Sem julgamentos. Ele era ótimo para dormir abraçado! — Defendo meu ponto e mordo seu braço ao meu redor somente de implicância. Ele entrelaça nossos dedos antes de responder verdadeiramente:

Flashlight [isulio]Onde histórias criam vida. Descubra agora