Epílogo

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O ÚLTIMO


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boa leitura 🐍

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{Narrado por Shawn}

Dois anos depois...

— Cara, ele está fora.

— Ele está babando?

— Ele é um dorminhoco fofo. Mas profundo, uau. Aposto que as pessoas desenhavam em seu rosto na faculdade.

— Geralmente não é tão profundo. — Uma pausa. Eu tento abrir meus olhos, mas o nevoeiro do sono ainda é muito pesado. — Estou tentada a lamber o rosto dele para acordá-lo. Isso seria mau?

— Sim.

Muitos dizem que minha namorada e sua irmã são tão parecidas que até suas vozes soam iguais, mas depois de dois anos com ela, posso distinguir facilmente a voz de Camila. As duas vozes são suaves, com um sotaque quase imperceptível, mas a da Camila é mais rouca, ligeiramente arranhada nas bordas, como se ela não usasse muito.

Sempre a ouvinte com a maioria das pessoas; a observadora.

— Lucas? — É a voz de Ami novamente, ondulada e lenta, como se estivesse saindo pela água. — Você pode levá-lo para fora do avião, se precisarmos?

— Duvido muito.

Sou empurrado. Uma mão chega ao meu ombro, deslizando do meu pescoço até minha bochecha.

— Shawnnnnn. Aqui é o seu paaaaaai. Estamos pousaaaaaando.

Na verdade, não é meu pai; É Camila, falando através do punho diretamente no meu ouvido. Eu me arrasto para fora do sono com um intenso esforço, piscando. O assento na minha frente fica embaçado; a superfície dos meus olhos parece melosa.

— Ele está vivo! — Camila se inclina para o meu campo de visão e sorri. — Oi.

— Oi. — Eu levanto uma mão pesada e esfrego meu rosto, tentando limpar a névoa.

— Estamos quase no chão, — diz ela.

— Eu juro que só adormeci.

— Oito horas atrás, — ela me diz. — O que o Dr. Lucas deu a você funcionou bem.

Eu me inclino para frente, olhando para Camila no banco do meio e para Ami no corredor onde o seu novo namorado – e meu amigo e médico de longa data, Lucas Khalif – estão sentados no outro banco do corredor.

— Eu acho que você me deu uma dose para um cavalo.

Ele levanta o queixo.

— Você é leve.

Eu caio de costas contra o assento, preparando-me para fechar os olhos novamente, mas Camila me alcança, virando o meu rosto para a janela, então eu olho. A vista suga a respiração da minha garganta; a intensidade da cor é como um tapa.

Eu perdi isso na primeira vez que viemos para Maui, passando o vôo inteiro fingindo não olhar para os peitos de Camila através da minha névoa de ansiedade, mas abaixo de nós, o Oceano Pacífico é uma segurança, descansando no horizonte. O céu é tão azul que é quase neon; apenas um punhado de nuvens finas são corajosas o suficiente para bloquear a vista.

— Puta merda, — eu digo.

— Eu te disse. — Ela se inclina, beijando minha bochecha. — Você está bem?

Fake EngagementOnde histórias criam vida. Descubra agora