" Durante toda a minha vida eu jamais me dei ao luxo de ceder aos desejos carnais e muito menos ao amor. Sempre apreciei o afeto, seja entre casais heteros ou homossexuais; e mesmo que de certa forma eu achasse errado, parte de mim admirava aquelas...
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O barulho da calda do tritão batendo levemente sobre a água, era o único som que soava no local. Namjoon tinha as sobrancelhas franzidas, ainda pensando no que Seokjin tinha lhe dito. Já o ser, revezava o olhar entre o seu reflexo no rio e o padre. Sabia que tinha algo de errado com o loiro, mas mesmo depois de perguntar, o homem disse que não era nada para se preocupar.
O tritão não acreditou muito, entretanto não iria insistir. Mas não negaria que estava mais do que incomodado com aquele clima. Depois de pensar um pouco o seu olhar se iluminou.
– Hum... – Começou incerto - Namjoon-ssi... – O loiro lhe deu atenção.
– Você sabe nadar?
O padre sorriu divertido, arqueou uma de suas sobrancelhas.
– Eu era um dos melhores em minha classe. – Se gabou vendo o outro rir de leve.
– Nade comigo. – Seokjin convidou.
– Não acha que seria um pouco injusto? – Soltou uma risadinha – Eu não tenho nadadeiras.
– Não é uma competição. – Disse sorrindo – É apenas um passeio, se você se cansar, pode se apoiar em mim.
Namjoon pensou um pouco, olhou ao redor e depois para si mesmo. – Mas e minhas roupas?
Seokjin inclinou a cabeça para o lado. – É só você as tirar? – O loiro o encarou incrédulo. Mas o tritão continuou com o olhar confuso.
– Não é tão simples assim... – O padre falou desviando os olhos.
Encarou suas botas que estavam um tanto afastadas, os calçados se encontravam na margem, seguros e secos. Mordeu o lábio sem saber se realmente deveria fazer aquilo ou não. Toda dúvida abandonou seus pensamentos assim que notou as íris brilhantes lhe encarando com tanta expectativa. Suspirou e começou soltando o colarinho de seu pescoço; deixou o objeto junto com sua bata preta sobre a rocha. Levou as mãos até o peito desabotoando a camisa branca que usava; sentiu seu rosto esquentar violentamente quando percebeu o olhar do tritão tão focado em seu tronco.
Seokjin se ajeitou na rocha admirando a cena em sua frente, achava que não tinha como aquele humano ficar mais belo, e viu que estava terrivelmente enganado. A pele morena parecia brilhar, o sol refletia na água deixando a cena ainda mais bonita. Sentia as mãos coçarem como se fossem imãs, sendo puxadas para o corpo do loiro.
Depois de retirar a sua camisa, Namjoon decidiu que continuaria de calças. Não aguentaria ter o tritão tão focado em seu corpo se ele estivesse com menos roupas ainda.
– Podemos ir... – O padre murmurou baixinho ainda envergonhado.
– Oh! Sim, sim. – Sacodiu a cabeça tentando parar de encarar o peitoral bonito do outro – Vamos.
Desceram da rocha indo direto para água. O loiro resmungou quando sentiu a água fria abraçar todo o seu corpo. Nadaram na mesma direção da – fraca – correnteza do rio. O rosado tentava nadar o mais devagar possível para não deixar o humano para trás, rindo levemente quando o padre tentava lhe acompanhar de forma desajeitada. A paisagem era muito bonita e Namjoon tentava ao máximo admirá-la, mas sempre se perdia quando via os sorrisos fracos – porém sinceros – de Seokjin soltava para si.
