Capítulo 26

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Eu tinha 11 anos quando briguei pela primeira com a menina que, na infância, considerava a minha melhor amiga

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Eu tinha 11 anos quando briguei pela primeira com a menina que, na infância, considerava a minha melhor amiga. Sophie. Esse era o nome dela. Na época, ela havia começado a andar com as meninas populares do colégio, logo, não poderíamos mais ser amigas. Aquilo me deixou tão abalada que não consegui dizer absolutamente nada a ela, apenas permaneci paralisada enquanto Sophie se afastava. Nesse dia a minha avó foi o meu ombro para chorar.

Lembro de ter dito em meio as lágrimas que nunca iria perdoá-la e mais uma vez as palavras da minha avó iluminaram a minha mente:

- Querida, nem sempre as pessoas que nos machucam são pessoas ruins. Tudo depende da sua perspectiva. - Ela acariciava os meus cabelos carinhosamente, repassando a sua calma para mim através daquele simples gesto.

- Só que a Sophie escolheu me machucar, então ela é uma pessoa ruim, sim. - Respondo, carrancuda.

- Você nunca machucou ninguém, Liz? - Minha avó questiona, mas não obtém resposta.

- Só não deixe a raiva que está sentindo apagar os momentos bons que viveu com a sua amiga. - Ela orienta, me puxando para um abraço apertado.

Hoje eu consigo ver pela mesma perspectiva da minha avó. Apesar de eu ter dito palavras horríveis para Adam há alguns minutos, e me arrependo profundamente por ter agido de tal forma, sei que ele não é uma má pessoa. Adam apenas tomou a decisão que provavelmente irá garantir a sua felicidade. Então se ele estiver feliz com a Edrin, conseguirei ter mais um motivo para lidar rapidamente com a minha decepção, consequência do meu excesso de expectativa.

- Você está bem? - Ava pergunta, desviando por alguns segundos os olhos da estrada.

Assinto e depois volto a dar atenção para a grande extensão verde que estava servindo como uma espécie de calmante para mim. Estava me desprendendo de Adam, agora, como ele mesmo havia dito, eu preciso voar com minhas próprias asas.

À medida que o carro foi avançando, e a paisagem ficando para trás, senti-me sonolenta, e o leve movimentar do veículo me incentivava a fechar os olhos. Nunca uma viagem havia sido tão longa, mesmo durando menos um pouco mais de meia hora.

- Preparada para conhecer o seu novo lar? - Ava segura a maçaneta da porta, fazendo um suspense antes de abrir e me dar passagem.

- Tcharam! - Grita animada, apontando em direção ao interior do apartamento. O lugar não exala luxo como a casa do Adam, e é a simplicidade do ambiente que faz eu me sentir em mais à vontade. Assim que entro é possível visualizar a sala, composta apenas por um sofá branco com várias almofadas da mesma cor, uma tv enorme e uma pequena palmeira no canto esquerdo. Logo atrás a cozinha já se faz visível, tendo três cadeiras postas próximo à mesa em formato de bancada, além de todos os eletrodomésticos necessários no cômodo.

- Não acredito que você mantenha esse apartamento organizado. - Admito, sorrindo.

- Você duvida que eu seja capaz de fazer uma faxina para manter o meu ambiente arrumado?

Um Encontro Inesperado (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora