Capítulo 30

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Quando eu era criança, as tempestades eram um dos meus fenômenos favoritos

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Quando eu era criança, as tempestades eram um dos meus fenômenos favoritos. Eu gostava de sentar na poltrona do meu quarto e observar as luzes intensas que ocorriam no céu sempre que um raio era formado. A chuva forte batendo contra a janela me deixava maravilhado. Meu pai nunca entendeu aquele meu gosto peculiar. Ele, mesmo depois de estar perto dos quarenta, ainda dava pequenos pulos de susto quando os relâmpagos rompiam o céu.

Pergunto-me se é por isso que essa terrível sucessão de tempestades está caindo sobre a minha vida. Pela primeira vez eu senti medo do que o responsável por elas é capaz de fazer.

Quando Dubbois me telefonou para avisar que Edrin havia sido encontrada sem vida, com suspeita de envenenamento, em seu apartamento, vi o desespero passar diante dos meus olhos. Eu sabia muito bem quem havia feito isso com ela.
A primeira coisa que passou pela minha cabeça foi que eu deveria ir imediatamente até o local em que Edrin estava.

Sempre deixei claro que jamais corresponderia aos seus sentimentos, mas nunca desejei que a situação chegasse a esse nível. Parte de mim queria acreditar que isso não passava de um pesadelo e que logo eu iria acordar. No entanto, ao olhar para Liz, um arrepio percorre a minha espinha e tenho certeza que Março será capaz de tudo para tê-la de volta.

— O que houve? - Pergunta preocupada.

— Edrin está morta.

Liz arregala os olhos totalmente surpresa. Continuo petrificado, o celular ainda em minhas mãos, enquanto ela começa a andar pelo cômodo, visivelmente tensa.

— Você acha que foi o...? — Ela não pronuncia o nome do nosso único suspeito, como se temesse que algo mais acontecesse por esse simples gesto.

Assinto.

— Você precisa ir até lá. Afinal, você era o namorado dela.

— Eu não foi sair daqui agora.

— Adam — a voz dela está tão baixa, que parece uma súplica.

— Não posso, Liz — passo a mão pelo rosto, tentando clarear as ideias. — Há quase três dias eu anunciei o meu relacionamento com ela, o que me torna um suspeito.

Ela fica cabisbaixa, mas, infelizmente, não tenho como apagar aquele dia da sua mente.

— Além disso, eu estou um trapo. Meu corpo exala álcool. Não posso simplesmente chegar no apartamento dela nesse estado.

— Então o que você vai fazer agora?

— Ligue para a Ava e diga que ela deve retornar ao apartamento.

Liz olha através da janela, depois volta a sua atenção para mim. Vejo o medo estampado em seu rosto.

— Primeiro foi o Simon, agora a Edrin. Quem me garante que a minha irmã não será a próxima? — digo, sem conseguir deixar de imaginar o pior. — Ele quer nos atingir, Liz. Não podemos ficar de braços cruzados enquanto ele age.

Um Encontro Inesperado (EM PAUSA)Onde histórias criam vida. Descubra agora