És

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És o divisor das águas do meu sorriso,
o brilho que habita em meu olhar,
a dor que passeia em minha
carne sagrada,
o riso frouxo e à toa
que sempre vem me visitar.

És o abraço de minha despedida,
a cantoria de tua chegada,
és o protagonista de minha
cômica vida,
o automóvel que passeia
em minha estrada.

És a brisa gélida da montanha,
o vento impetuoso da maresia,
és os raios de sol
em minhas entranhas,
o calor do amor
e minha agonia.

És a vida,
és a morte,
és a calma,
és o equilíbrio dos sentidos
que habitam em minha alma.

Não estranhes minha loucura
nem o meu tolo falar.
Mas estranhes em mim a ternura
e o silêncio do meu olhar.

Que viva a dor,
que viva a esperança,
que só não viva em mim a criança
que anseia por teu crescimento
pra viver este imenso tormento
e que chora a todo momento
esperando de ti um adendo
que aniquile o meu sofrimento
e que me conduza à voltar a sonhar
com aquele paraíso lugar.
Que planta em mim pensamento vulgar,
respira e pira a voltar a sonhar
com o maldito anseio de retornar
às raízes do que é te amar.

Eu, ParadoxoOnde histórias criam vida. Descubra agora