O P H E L I A [Todo Sábado]

S E T E

estou fumando um cigarro mentolado na minha poltrona velha enquanto escuto merdas e mais merdas do Randy. É irritante.

Eu acordei cedo e fiquei arrumando a casa. Ele chegou da rua muito agitado e esquisito. Ele sempre é esquisito mas hoje estava pior do que normalmente é.

A voz dele é alta e o tom é quase como uma suplica.

''vamos Ayla, por favor. Eu preciso da sua ajuda, vai ser rápido. Metade daquela festa é só universitários bêbados com o rabo cheio de maconha. Você não precisa falar com ninguém se não quiser''

É obvio que ele não veio dizendo sobre isso quando chegou, ele esperou algumas horas antes do horário da festa. Pra tentar me convencer até lá.

O observo implorar mais de mil vezes na minha frente com a mão em frente ao peito, seu semblante é exatamente o mesmo quando ele pedia minha torta de amora nos domingos. E quando ele queria sair, e quando pediu um gato pra mamãe, depois o felino fugiu quando a porta foi aberta. Essa cara funcionava comigo antes, mas agora é inútil. Quase

Sendo bem sincera e bem má, é quase que satisfatório.

''por que você não pode ir? Você conhece o cara Rayden. Metade da cidade me conhece, como você pode arriscar essa tal ''entrega'' nas minhas mãos? A parada é sua'' observo seu rosto, ele suspira alto e eu posso dizer que está quase desistindo de pedir.

''eu preciso da sua ajuda ursinha, eu já falei pro meu cara que você iria, e não seria bom? Sair um pouco em vez de ficar em casa com esses teus livros de sempre?.'' O fuzilo com olhar pensando sobre o assunto. Isso me deixa com um pé atrás, porque ele não me disse o que poderia ser, é só uma caixa com alguma coisa. Um presente dinheiro drogas. eu aposto na ultima opção

O fato de quase todos me conhecerem é por conta do meu emprego, eu só fico em casa e vejo as mesmas pessoas sempre, tirando meu irmão e as meninas da fênix, eu quase estou fazendo amizade com o cara barbudo do caixa do mindtown. e na real isso não é ruim, odeio gente nova. Mas seria bom sair um pouco de casa. Só pra pelo menos ver coisas diferentes do que estou acostumada. Não preciso falar com ninguém.

''ok, a onde fica a festa?''

''backing wood, é fácil de achar. É de um cara magrelo chamado Rusty. O dono da minha parada é colega do dono da festa. Ele é amigo do Jesse.''

''tá certo e como ele vai saber quem sou eu?''

''é só você esperar na sacada aberta do segundo andar, ele vai chegar logo e vai te entregar.''

Levanto uma sobrancelha em sinal de desdém. Me parece normal demais, sem sexo, sem dinheiro. O normal é esquisito pra mim

''é só isso, pode pegar meu carro, é mais rápido que ir a pé.'' Ele diz sentando no sofá de forma desleixada. Ele vai ficar de boa enquanto eu faço o trabalho sujo.