De repente mãe

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 A luz do sol adentrava o cômodo, me acordando completamente. Olhei em volta, eu estava na sala, e não estava sozinha. Emily dormia sobre o outro sofá, Logan dormia no chão da sala e Alice dormia em cima do modelo. Sorri com a cena. Tomei cuidado ao me levantar, tentava não acordar nenhum dos três, mas falhei em minha tentativa. Emily acordou, fiz um pequeno gesto para que não falasse nada. O sorriso da mais velha, me trouxe um sentimento familiar de lar. Sorri de volta. Entrei na cozinha, ligando a cafeteira. Suspirei ao ser atingida pela realidade, toda a felicidade sentida antes desapareceu do meu corpo.

- Você está bem? – Assustei-me com Emily ao meu lado. - Desculpa, não quis assustá-la.

- Tudo bem Emi. – Suspirei. – Estou bem.

- Querida, não precisa mentir para mim, o que está acontecendo? – O olhar materno de Emily destruiu todas minhas barreiras, puxei a mais velha para o quarto, trancando o mesmo. Me permitir chorar em seu colo, sua carícia me acalmava aos poucos. - Vamos, conta-me, o que aconteceu?

- Evangeline Fields aconteceu.

- A vaca?

Abri um pequeno sorriso.

- Sim.

- O que ela fez agora?

Puxei a bolsa para meu colo, retirando o envelope de dentro. Emily olhou horrorizada para as fotos, e meu corpo se arrepiou ao me lembrar do dia anterior, da ameaça que a mais velha havia feito para mim.

- Mas o que... Essa mulher é louca Amber, Logan sabe disso?

- Não, o problema não é dele Emi.

- Não é problema dele? – revirou os olhos. – Amber Prescott, você vai esperar uma tragédia acontecer para contar? Vai arriscar a sua vida e de Alice?

Não pude responder, a porta estava aberta com o modelo encostado em seu batente com Alice em seu colo.

- A quanto tempo está aí? – Perguntei com medo do que ele havia escutado.

- Tempo suficiente para saber que me esconde algo.

- Vou deixar vocês conversarem.

Emily se retira do quarto com Alice em seu colo. Permanecemos calados, o som do chuveiro denunciava que a babá banhava Alice.

- Por mais que eu tenha o dia inteiro para te ouvir, gostaria que parasse de enrolar. – Respirei fundo, jogando o envelope para o modelo. Seu rosto sério, transformou-se em surpresa. - Que merda é essa Amber?

- Evangeline. – Logan me olhou, esperando uma explicação. - Ela apareceu na minha sala depois daquele show todo, disse que era culpa minha o neto premiado dela não ser assumido por você. – O modelo bufou irado. - Logan, não quero que faça nada, me deixe cuidar disso sozinha.

- Cuidar sozinha?

- Sim.

- Não.

- Logan.

- Amber não. Você não estaria nessa situação se não fosse por mim, esse problema não é apenas seu, é nosso.

Respirei fundo. Busquei por suas mãos, agarrando as mesmas quando encontrei.

- Eu amo você, amo tanto que me dói dizer isso, mas preciso que você vá.

- Amber... – sua voz vacilou.

- Me deixe terminar. – Respirei fundo, atrás de um pouco de coragem. – Logan Stewart, eu amo você, sempre amei e tenho certeza de que sempre amarei, por isso quero que você vá, não posso arriscar nossas vidas.

- Eu vou dar um jeito Am, me deixa arrumar essa bagunça.

- Não Logan. Eu não duvido que você dê um jeito nisso, que Evangeline deixe de ser uma ameaça, eu sei que consegue arrumar isso. O problema Logan é que com você tudo é uma bagunça. Sempre haverá uma pequena bagunça para ser arrumada, e por mais que eu ame você, eu estou me esgotando amor. Não posso mais entrar com tudo nisso Logan, não é apenas eu, tenho Alice agora e não posso arriscar.

- Amber não faz isso.

- Eu já fiz Log.

O modelo me puxou para si, selando nossos lábios em um beijo nostálgico. Minhas lágrimas escorregaram pela bochecha, suas mãos em minha cintura me apertaram ainda mais.

- Eu amo você. – Sua voz saiu como um sussurro, como se aquela declaração fosse um segredo.

- Então vá, seja feliz Logan.

O modelo deixou um selar em minha testa, antes de sair. Deixei meu corpo encontrar o chão, um vazio tomou conta de mim novamente. Era a segunda vez em um único ano que eu o pedia para ir, por mais que meu íntimo desejasse que ele voltasse, minha mente gritava que era melhor assim.

- Vou ao mercado com Alice, quer algo?

Murmurei um não. Permaneci no chão. Lágrimas já não escorriam mais, não havia mais nada além do vazio em que sentia. Ele havia ido embora, e junto com ele meu coração também. Meu corpo foi envolvido em um abraço quente, me permiti ficar ali. Era quentinho, esquentava um pouco do lugar frio e vazio que meu corpo estava se tornando.