Capítulo 10;

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    Na primeira vez que entoou, Harry sentiu algo dentro de si se agitar e um arrepio leve subir por sua coluna, sua magia pareceu se inquietar e por instinto sua mão apertou o corpo escamoso de Shakti , logo a mascote retribuiu ao aperto ao redor de seu pescoço. O moreno sentiu a respiração pesar pela pressão feita por Shakti e manteve os olhos fechados enquanto entoava o mantra mais uma vez. E outra. E outra. Na terceira ele sentiu como se sua magia viesse da ponta de seu dedão do pé subindo de forma lenta por todo seu corpo, serpenteando por suas veias até chegar em sua jugular, onde a partir dali passou a circular livremente.

    Harry continuou a entoar o mantra e a normalizar a respiração, sentindo todo seu corpo, sua mente e sua magia se aquietarem. Shakti também pareceu ficar mais tranquila em seus ombros e relaxou o aperto que fazia em seu pescoço, a mão de Harry vagou pelo corpo escamoso e parou sobre a cabeça de sua mascote, fazendo um pequeno carinho ali com o polegar enquanto esperava por qualquer coisa que indicasse que Shakti pudesse ser uma Kundalini como Hagrid tinha dito. Já o meio gigante, movia o peso de uma perna para a outra, inquieto no meio da sala, ansioso para saber se realmente estava certo em seu palpite ou não. 

    O moreno respirou fundo e sentiu um estranho formigamento na ponta dos dedos da mão que acariciava Shakti, a sensação foi subindo por seu antebraço e braço, Harry sentiu seu coração falhar uma batida e uma sensação estranha se apossou de seu corpo. Era como se seu braço tivesse ficado dormente e agora começava a voltar ao normal, sua magia, antes acumulada em sua jugular pareceu fluir por suas veias, dessa vez descendo ao seu braço e antes mesmo que Harry se desse conta de como exatamente aconteceu, sua magia pareceu fluir livremente pelas pontas de seus dedos para o corpo escamoso de Shakti.

    O bruxo abriu os olhos sem parar de entoar o mantra e virou o rosto de lado olhando diretamente pra mascote apoiada em seus ombros. A cabeça de Shakti estava erguida e virada em sua direção, a língua bifurcada se movia no ar diversas vezes e os olhos que antes tinham o brilho escarlate em apenas alguns instantes, agora vibrava de forma intensa em um vermelho vivo. Um arrepio subiu pela coluna de Harry e ele foi incapaz de desviar os olhos dos de Shakti, totalmente hipnotizado por eles. 

    Um arfar de surpresa vindo de Hagrid fez o bruxo mais novo perder o contato visual que tinha criado com Shakti e piscar algumas vezes, só então reparando que em seus dedos que antes tocavam o corpo escamoso da mascote agora emanavam uma espécie de brilho esverdeado. Era como se sua magia estivesse saindo pelas pontas de seus dedos, Harry arriscou movê-los ainda algumas vezes, pra verificar se o brilho iria continuar, mas ele se tornou uma espécie de faísca. Sem parar de entoar o mantra, o menor se viu olhando de novo para os olhos carmesim da mascote e meio receoso, tocou no corpo gélido e escamoso de Shakti com seu indicador e o dedo médio.

    Harry soltou um gemido com o choque que sentiu quando tocou Shakti e voltou a fechar os olhos, chegando a dar um passo pra trás com a intensidade com que sentia sua magia fluindo por seu corpo e se direcionando ao corpo gélido de Shakti. Era quase como se a cobra fosse parte dele, o jeito como sua magia fluía livremente de seu corpo para o da mascote era algo incrível. Quando o moreno decidiu abrir os olhos de novo, ele não enxergava mais Hagrid ali na sala nem Shakti em seu ombro, sua visão estava tão embaçada que era como se ele estivesse sem seus óculos, Harry ainda piscou algumas vezes como se tentando focalizar sua visão, mas não fez muita diferença.

    A mão de Harry deslizou até envolver por completo a circunferência do corpo de Shakti e um novo formigamento subiu por sua mão em direção ao seu antebraço. O moreno suspirou estremecendo com aquele formigamento e logo depois ele sentiu um pulso de magia fluindo do corpo de Shakti em direção ao dele, da mesma forma que sua própria magia tinha fluído para Shakti, a da cobra agora fluía para ele, como se ambos fizessem parte de um único corpo tendo a mesma fonte de magia. 

Way Back Into LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora