Capítulo 13;

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Já era metade da manhã quando Harry deixou o interior de sua casa e foi até sua varanda com o livro vermelho na mão, a mascote em seu pescoço e uma xícara fumegante de chá na outra. O moreno se sentou na cadeira de balanço que tinha ali e abriu no índice do livro, bebericando seu chá enquanto procurava nas páginas algum tópico que pudesse ter as tais respostas que Shakti mencionou na outra noite.

— Seria mais fácil se você me desse essas respostas.... —o moreno resmungou baixinho para a mascote em seu pescoço e parou em um tópico do índice que pareceu ser exatamente o que queria.

Harry virou as páginas até chegar ao capítulo e ajeitou sua postura na cadeira, dando inicio a leitura. A princípio o livro explicava tudo o que ele já sabia sobre a Kundalini, sua função, como ela funcionava dentro de cada um de nós, a importância dela ser despertada de forma natural e gradativa e não de uma forma forçada, como preparar o corpo e a mente para esse despertar, os métodos em si para esse despertar e então chegou na parte em que realmente interessava.

Como extrair a sua Kundalini.

Antes de explicar como funcionava, o livro deixava diversos avisos bem marcados com todas as consequências de se fazer esse processo, como se fosse uma forma de fazer quem quer que estivesse lendo desistir daquilo enquanto ainda tinha tempo. Porém, curioso como ele era, Harry leu cada uma daquelas consequências e seus olhos se arregalaram surpresos com o que acontecia com a pessoa que fazia aquilo, por instinto ele virou o rosto em direção à Shakti deitada em seu ombro, alarmou-se por ela ter seguido com aquilo mesmo depois de todos aqueles avisos.

O livro deixava claro sobre toda a pureza de sentimentos envolvendo a Kundalini, era ela que fazia fluir todos os sentimentos bons e os intensificava em seu caminho pelo canal formado pelos sete chakras. Por isso Hagrid tinha tido que não era algo bom para quem quer que tenha feito aquele processo, todos os sentimento que fazem a pessoa mais humana tinham sido extraídos juntos com a Kundalini, a capacidade de amar, perdoar, acreditar... Nada disso existia mais na pessoa que fazia aquele processo, ela passava a ser literalmente alguém repleto de ódio, mágoa, desconfiança...

— Por que você fez isso, Shakti? —o moreno perguntou pendendo sua cabeça para o lado, apoiando sua bochecha no corpo escamoso se sentindo chateado ao pensar na vida terrível que Shakti devia ter tido depois que passou por aquele processo.

E contra sua vontade, ele se pegou pensando em Voldemort; a vida que ele levava, o jeito insano com que agia em todas as vezes em que o tinha encontrado... Ele com certeza seria alguém que faria algo daquele tipo e talvez sequer sentisse muita diferença entre o antes e o depois da extração, duvidava muito que pudesse existir qualquer coisa boa dentro daquele homem. Negando de leve com a cabeça, afastou aqueles pensamentos e agradeceu mentalmente por ele estar finalmente morto e o mundo agora poder viver em paz, Harry continuou sua leitura, agora muito mais interessado em como seria aquela extração e como conseguiria revertê-la.

Para se extrair uma Kundalini, primeiro era necessário montar uma espécie de incenso natural juntando um ramo de alecrim, salsa, lavanda, baunilha, hortelã, capim limão e tomilho —todas plantas que representassem os sete chakras— num tipo de arranjo que deveria ser amarrado de uma ponta a outra e deixado num lugar seco e arejado para que secasse. Em seguida, para completar o incenso, a pessoa que tinha interesse em extrair a Kundalini deveria adicionar ao arranjo alguma planta que representasse sua essência de alguma forma, podendo variar desde flores, a ervas e demais plantas.

Em seguida no livro, mostrava uma sequência de movimentos da yôga com a varinha que deveria ser feito enquanto o incenso queimava e a pessoa entoava um cântico em sânscrito, repetindo o cântico e a sequência de movimentos até que a Kundalini fosse extraída de seu corpo.

Way Back Into LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora