Capítulo 1;

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Naquela noite Harry não conseguiu dormir, na verdade, se dissesse que dormiu por 3 horas seria muito. Eram 3:30h da madrugada quando ele acordou com o corpo suado e a respiração ofegante, sem conseguir se quer pensar em fechar os olhos de novo. Ele passou a mão pelo rosto e só então percebeu que tinha dormido de óculos, o ajeitou em seu rosto e se levantou com um suspiro sentindo seu corpo ainda pesado por conta de ter acabado de acordar, rumou até o banheiro onde tomou um banho rápido e apagou o abajur do quarto, decidindo que ficaria na sala pelo resto do tempo até dar a hora em que pudesse ir ao beco diagonal.

Em outros tempos em momentos como aquele, ele poderia simplesmente acariciar as penas de Edwiges e murmurar com a ave até que seu corpo e sua mente se acalmassem pra que ele voltasse a dormir, mas depois que a perdera lembrava-se de que Rony e Hermione ajudaram por um tempo quando ele tinha pesadelos, mas desde que a guerra tinha acabado não era sempre que tinha pesadelos e quando os tinha, Gina sempre acordava e fazia companhia a ele, as vezes conversavam até o amanhecer e em outras ela apenas o aninhava em seus braços e acariciava seus cabelos até que dormisse.

Harry esfregou um dos olhos suspirando cansado e se sentou na poltrona perto da lareira, usou a varinha para acendê-la e se acomodou contra o estofado olhando as chamas dançarem na lareira, ficando ali naquela posição estático, bloqueando qualquer lembrança ou pensamentos sobre o pesadelo daquela noite. Tudo o que ele queria e precisava naquele momento era manter a mente vazia e repetir para si mesmo como se fosse uma espécie de mantra: "Tudo vai ficar bem".

Ele observou, da poltrona, pela janela o sol nascer e as horas passarem, eram 8:30h da manhã quando ele finalmente decidiu se levantar e voltar ao quarto, mordeu os lábios quando abriu o armário e não encontrou mais as coisas da Gina e negou de leve com a cabeça, pegando as roupas que usaria naquele dia para ir ao beco diagonal. Ele optou por um jeans surrado e uma camisa de malha cinza junto a um casaco preto, olhou-se no espelho e tentou ao menos deixar o bagunçado de seu cabelo minimamente mais organizado, calçou os sapatos e pegou a carteira e a varinha, enfim indo em direção à saída da casa.

Não estava com fome e por isso não fez questão de comer antes de sair de casa, ou pelo caminho enquanto aparatava até o beco diagonal. Assim que entrou, não pôde evitar sorrir ao ver o fluxo de pessoas por ali, podia ver alguns pais mais organizados comprando os materiais dos filhos adiantados e outras pessoas apenas andando buscando por algo para si mesmas. Harry colocou as mãos nos bolsos sendo invadido pelas sensações nostálgicas daquele lugar e acabou parando em frente a loja onde tinha alguns animais expostos na vitrine e muitos outros dentro do estabelecimento, pelo o que ele pôde observar pelo vidro, ele acabou sorrindo minimamente quando viu uma belíssima coruja vermelha passando o bico entre suas penas, acabou se perguntando se ela seria tão amigável quanto sua saudosa Edwiges. Enquanto observava a ave entretida com o que fazia, decidiu enfim entrar na loja, tirou as mãos dos bolsos e estava indo em direção a ave quando algo subitamente lhe chamou a atenção, ele virou o rosto e viu alguns aquários com furos sobrepostos um sobre o outro em uma bonita prateleira de madeira. Sendo guiado unicamente por seus instintos e curiosidade, Harry se aproximou dos aquários e viu o que continha dentro deles.

Dentro de cada uma das caixas de vidro estava uma espécie diferente de cobra, seus olhos vagaram por cada uma delas com certa curiosidade e fascínio. Ele tinha de admitir, cobras eram animais magníficos e sentia-se até chateado por ter perdido seu dom de falar com elas quando Voldemort matou a horcrux que vivia dentro de seu corpo, seria interessante saber o que elas pensavam e suas histórias até chegarem ali. Harry então se abaixou, querendo ver como eram as espécies das duas últimas caixas e assim que olhou para o animal do último aquário, algo revirou-se dentro de seu corpo e ele não soube de imediato se era algo bom ou ruim.

A cobra ergueu a cabeça assim que Harry se abaixou, olhando diretamente no verde de seus olhos através dos óculos. Não era uma serpente pequena como as dos outros aquários, pelo seu tamanho Harry pode notar que não era um animal jovem e acabou se perguntando que espécie seria aquela. Ele olhou pelo vidro buscando por alguma etiqueta que dissesse algo sobre aquele animal mas não viu nada, ele imaginava que provavelmente não ouviria nada, mas acabou perguntando num tom baixo enquanto voltava a olhar a serpente.

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