CAPÍTULO 01

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Jace

Fecho a porta do meu quarto e admiro a bela garota, vestida com meu moletom, e toda esparramada na minha cama. Seu cabelo loiro está bagunçado sobre o travesseiro, e seu rosto bonito com traços suaves está completamente sereno. Os lençóis estão jogados sobre o seu corpo e uma boa parte cai no assoalho escuro do chão.

Me aproximo dela me deitando ao seu lado, sua pele tem um cheiro tão delicioso que dá vontade de ficar abraçado com ela o dia todo. Mordo de leve seu maxilar e trilho beijos daquele ponto até seu pescoço, próximo a nuca. Ela resmunga e se mexe logo abrindo os olhos cor de mel de maneira sonolenta, tenho vontade de apertá-la de tão fodidamente linda ela é. As vezes fico tão estupefato com a sua beleza que devo parecer um garoto bobo apaixonado, mas na verdade somos apenas bons amigos desfrutando daquela famosa frase: "unir o útil ao agradável."
Eu gosto de ficar com ela, e aparentemente é recíproco, mas ela sabe que eu não tenho maturidade o suficiente para ter uma namorada agora -minha reputação que o diga- e eu não quero quebrar o coração da garota que eu aprendi a amar -como pessoa- há alguns anos.

— Atrasada? - ela questiona com um suspiro. Sua voz de sono baixinha me deixa louco.

— Quase. - respondo arrastando meu polegar na maçã quente e rosada de sua bochecha.

Ela se mexe, me dando as costas e cobre o rosto com o lençol.

— Então vou me atrasar mais um pouco. - ela murmura, gerando minha risada baixa.

Passo meu braço sobre sua barriga e a puxo pra mim.

— Vai nada. - dou uma mordidinha na sua orelha e ela se contorce resmungando. Pego meu celular no bolso da calça conferindo as horas. — Precisamos sair em 30 minutos.

O sinal soa às 8h00 mas nós saímos de casa às 7h00 para chegar a tempo, as vezes chegamos em cima da hora -sempre- por causa de Alissa.

Alissa me olha sobre o ombro com o semblante sério, a boca entreaberta é um convite tentador, difícil me concentrar em seus olhos.

— Quer dizer então que eu ainda tenho vinte minutos para dormir e você me acorda agora? - ela resmunga na sua voz baixinha. — Sai daqui, você está atrapalhando o tempo de sono que ainda me resta, garoto!

Ela termina de falar e se vira pra frente fechando os olhos.

— Está me expulsando do meu próprio quarto, babe? - sussurro em seu ouvido e ela estremece me empurrando de leve com o corpo. Segundo ela, isso causa cócegas.

— Nosso. - Diz ela me fazendo rir. —Tudo que é seu, é meu também!

Mordo ela mais uma vez, e movo minha mão sobre sua coxa a apertando.

— Vamos, Alie, levanta! Nem ferrando que você se arruma em dez minutos. Não vou ficar esperando muito dessa vez.

Ela resmunga, se senta na cama e passa as mãos no rosto. Me olha com aquela cara emburrada de quase todas as manhãs e se levanta da cama, mantenho meus olhos fixos nela até a porta do quarto, quando ela sai eu jogo minha cabeça pra trás soltando um suspiro alto.

Caralho!

Alissa é como meu inferno particular em todos os sentidos. Tão quente quanto, devo ressaltar.

Levo alguns segundos antes de me recompor com o impacto de tamanha beleza e me levanto também.

Eu tomo o café da manhã sozinho quase todos os dias, Alissa não gosta de comer tão cedo da manhã, só quando está com fome e isso raramente acontece.

Da bancada da cozinha observo ela andar de um lado para o outro pegando peças de roupa para vestir, todos seus movimentos são lentos, e sua feição está totalmente fechada, ela resmunga a cada segundo e antes de entrar no banheiro ela me olha com aquela cara emburrada me fazendo sorrir.

Alissa e eu somos amigos há um bom tempo, nos conhecemos na escola, há uns sete anos mais ou menos e desde então não nos desgrudamos mais. A idéia de dividir um apartamento surgiu no início do ano letivo do ano passado, no entanto foi uma grande batalha. Minha mãe ficou furiosa com a minha decisão e ela só não faz qualquer besteira quanto à isso por causa do meu pai que vem me apoiando pelo simples fato de se orgulhar que eu participe do time de lacrosse da escola. Alissa só tem a tia materna Margot como família, e ela só apoiou essa idéia maluca -como eles chamam- por ter toda a supervisão necessária do outro lado da sacada. Margot jamais deixaria Alissa longe de seus olhos e ainda assim é tão super protetora quanto minha mãe, a diferença é que ela respeita as escolhas de Alissa.

Nosso apartamento fica no segundo andar e não é tão pequeno para duas pessoas, eu até acho grande demais. Ele tem todo um conceito aberto e é composto pela sala integrada a uma pequena cozinha, uma varanda, uma pequena lavanderia, e um curto corredor -se é que é tão longo para ser chamado de um- onde fica o quarto de Alissa, o meu e o único banheiro. Alie decorou o espaço inteiramente do gosto dela, em tons sóbrios e eu devo destacar que ela fez um bom trabalho, o lugar nem parece ser alojado por dois adolescentes quase jovens-adultos.
Não é tão difícil dividir um espaço com uma garota, afinal. As vezes ela me irrita com toda aquela mania de ser perfeccionista e querer tudo perfeitamente alinhado. Segundo seu ponto de vista, se for para fazer algo, que seja bem feito, e não de qualquer jeito. Talvez ela tenha me infectado porque agora eu só fico meio histérico quando vejo alguém fazendo alguma tarefa de modo desleixado, no geral. Quando vejo meus amigos dobrando folhas de qualquer jeito e enfiando dentro da mochila de modo que obviamente sairá amassado, me dá uma certa agonia. Ugh! Devo parar com essas manias chatas minhas.

Alissa apareceu minutos depois com a sua mochila, vestindo calça jeans justa e um moletom bordô, seu cabelo estava úmido -depois de ter ouvido seus resmungos com o secador, ela deve ter desistido de secá-los. No rosto ela não havia passado nada, como de costume.

Ela parecia menos carrancuda. Parou na minha frente e me olhou.

— Vamos? - Perguntou.

Ela emanava o cheiro de seu perfume que eu poderia sentir assim que ela apareceu no corredor e que reconheceria em meio a uma pancada de perfumes. Doce e delicioso.

Puxei ela, com a mão na sua nuca, e dei beijinhos em seu pescoço subindo para o maxilar até chegar a sua boca. Ela colocou as mãos geladas no meu pescoço e eu estremeci com o frio.

— Vamos. - respondo sobre sua boca mas antes de soltá-la, eu a beijo de novo, sem pressa.

Não devia beijá-la frequentemente, nem me comportar como um namorado apaixonado, mas era inevitável agir antes de pensar. Devia tratá-la como amiga mas esqueci como é tê-la como amiga desde a primeira vez em que nos beijamos.
Agora apenas agimos como amigos com benefícios e fingimos que nessa nossa relação não há mais benefícios do que amizade. Por minha culpa, é claro.

[...]

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