7.
Eu estava na carruagem real, acompanhada pelo rei.
Daqui a pouco eu acordo! – Repetia mentalmente.
Porém não parecia um sonho... eu até que cogitei a ideia de me beliscar, mas doía muito. Lembrei então do que um amigo me disse, caso não saiba se é sonho ou não, olhe para as mãos, elas normalmente não são nítidas quando se está sonhando e não conseguimos enxergar os nossos próprios dedos.
Eu estou vendo meus dedos!
Então isso é real?
Meu Deus, o que estou fazendo aqui?
— Eu vou explicar – o rei me tirou de minha viagem mental.
— Sou tão transparente assim? – Perguntei divertida e ele riu.
— É que se parece muito com seu pai.
— Você conheceu meu pai? – A emoção foi tanta que me esqueci do título. – Quer dizer, Vossa Majestade.
— Oh, não! Eu lhe proíbo de usar meu título.
— Mas é apenas a verdade! – Exclamei e ele gargalhou alto, me deixando confusa.
— Tive uma conversa muito parecida com o seu pai – explicou ainda sorrindo –, Ele ficaria orgulhoso da moça linda que você se tornou.
Senti minhas bochechas corarem e os olhos marejarem.
— Oh, minha pequena criança! Eu sei como dói – disse ele me abraçando e deixando com que chorasse.
— Como o conheceu?
— Seu pai não era um simples comerciante – Edmundo começou a dizer retendo minha atenção –, ele era o meu braço direito, meu escudeiro e melhor amigo. Um homem que era nobre por sua essência. Você precisa me perdoar, Mali.
— Pelo o quê?
— Ele morreu para me salvar – respondeu sem coragem para me olhar nos olhos.
— Eu faria igual, mesmo não te conhecendo tão bem, porém como seu melhor amigo, isto é o mínimo a se esperar – falei com um sorriso reconfortante.
— Seu sorriso não mudou nada!
— Você me conhecia quando era criança?
— Mas é claro, eu era o seu tio Ed – respondeu com uma pose inflada como se fosse um título do qual se orgulhar, me levando a rir. – Eu me orgulho disso – falou como se lesse meus pensamentos.
Eu estava confusa, eram muitas informações.
O que aconteceu com o mundo?
Ele era mesmo o pai dos gêmeos?
Por que ele era muito diferente deles!
Como ele só me achou agora?
Afinal se passou muito tempo!
— Eu te procurei antes.
— Você lê pensamentos? – Perguntei com uma pontada de ironia, mas mais uma vez ele gargalhou.
— Não posso revelar todos os meus segredos! – O rei contrapôs divertido. – Eu te procurei quando criança, porém sua digníssima madrasta disse que havia morrido.
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Sem Ela [CONCLUÍDA]
SpiritualitéObra Concluída. ✔ Uma jovem morena de olhos com de mel, chamada Mali. Até aqui nada demais! Ela era órfã de pai e mãe, morava com a madrasta e as meia-irmãs, trabalhando do amanhecer até bem depois do entardecer. Espera sabemos que agora ficou clic...