Se qualquer um perguntasse a Mark Sloan qual foi a pior noite de sua vida imortal, ele diria que foi aquela noite. A tempestade se intensificava enquanto a equipe médica tentava conter a hemorragia de Andrew, porém sem sucesso pois não conseguiam identificar sua origem no meio de tantas lacerações.
Sua vontade de matar Alex era tão grande que Arizona e Addison estavam se revezando para vigiar Mark. Ele era forte, ninguém além de um vampiro, poderia segurá-lo e impedir o massacre.
O cirurgião plástico andava de um lado para o outro, precisando se acalmar, decidiu procurar Carina. Sabia que seria importante para seu namorado saber que sua irmã estava sendo bem cuidada enquanto tratavam dele. Ela estava na capela acendendo velas.
_ Você não deveria, estar fazendo chá, fazendo pentágonos vermelhos no chão e paredes usando giz, dançando nua pra lua ou algo parecido? Nunca imaginei você sendo alguém que rezasse, sempre achei que seria mais de ação.
Sloan diz ao ver a bruxa murmurar baixas palavras. A DeLuca mais velha se virou para ele e respondeu.
_ Andrea está em sua própria luta neste momento. Não há nada que eu possa fazer a não ser pedir que o caminho dele seja iluminado. E o que te interessa nisso? Até onde sei, vocês não estão tendo nada sério. Não que seja novidade, vampiros e bruxos não foram feitos para ficarem juntos. Ele encontrará seu lugar e dormirá em paz, já está predestinado a acontecer.
O loiro não acreditou no que acabou de ouvir e indagou.
_ Me interessa porque independente do que você acha de nosso relacionamento, eu me importo com ele, eu o amo. E você deveria também. Como assim, bruxa? Está predestinado porra nenhuma. Vai desistir dele sem ao menos lutar? Achei que se importasse com o seu irmão.
_ É claro que eu me importo com o meu irmão. Você acha que estaria se não me importasse? O que eu mais queria era que aquele idiota estivesse bem aqui, onde eu pudesse bater nele por ser tão imprudente se metendo em confusão. Dê dois passos para atrás e observe o cenário ao seu redor, Sloan. Eu sou uma bruxa, Andrew é um bruxo, assim como eu, ele entende que a hora dele se acabou entre nós. Nem todos são Lexie Grey, que batalhou contra o universo para se manter viva, uma luta que sabia que não poderia ganhar. Sei que você a amava, mas você não tem o menor direito de querer que Andrea sofra como ela. O tempo dele terminou, não o prenda a algo que ele não deveria ter, se você o ama, deixe-o ir.
_ Não. Você não tem o direito a falar sobre Lexie e não tem direito a falar assim sobre Andrew também. Ele não morreu, ainda não é o fim. Se você não quer fazer nada, eu farei. Foda-se a sua ordem da natureza. Não o deixarei ir quando existe outra opção bem na sua frente.
Mark foi rápido o suficiente para segurar a mão de Carina que se direcionava a seu rosto mas não rápido o bastante para deter as palavras dela:
_ Você não ouse pensar nisso. Ele é um bruxo e assim deve morrer, como todas as criaturas que nascem e um dia estão destinadas a partir. A natureza exige o equilíbrio. Você não irá condená-lo a fazer parte do seu obscuro mundo. Deixe-o morrer ou ele o odiará durante toda a existência imunda que você dará a ele, Mark.
_ Que assim seja então. Que ele me odeie, que ele tenha a oportunidade de me odiar mais uma vez. Eu o amarei por toda a eternidade, como amei Lexie, eu o amo. E que meu amor o salve, para que ele possa escolher não me amar, mas que pelo menos esteja vivo para tomar esta decisão.
Soltando a mão da mulher, Mark Sloan partiu, correndo para a sala de operações antes que fosse tarde demais. Por uma vez ele perdeu seu amor para o destino mas não desta vez. Carina talvez estivesse certa, bruxos e vampiros não estavam destinados a ficarem juntos, está poderia ser a mensagem enviada do universo. Mas foda-se a natureza, o destino e seja lá quem os acompanhe. Ele não desistiria sem lutar, se como bruxo e vampiro eles não poderiam estar unidos, como vampiros estariam lado a lado por toda a eternidade.
Expulsando todos os médicos que estavam naquela sala, Mark tomou em seus braços o nu e machucado corpo de Andrew. Ainda não entendia como Alex Karev poderia ter perdido o controle a ponto de causar tamanho estrago no bruxo, este era o maior problema dos lobisomens, suas emoções. Ao imaginar que Jo estava em perigo por estar bebada sozinha em casa na cama com DeLuca logo deduziu o pior e foi Andrea aquele que pagou o maior preço por isso. Sentindo a vida se desvencilhar de seu amor junto ao sangue que abandonava sem corpo, Mark não pensou antes de cravar seus dentes no pescoço de Andrew. Raios cortavam o céu, iluminando a sala por uma pequena janela, trazendo a luz mas também criando sinistras sombras que se apossavam de todo o cômodo.
O cirurgião plástico apenas torcia para que não fosse tarde demais para salvar Andrew, ele sabia o quão egoísta estava sendo, o quanto poderia ser odiado pelo italiano caso despertasse, sabia que teria que carregar pra sempre a culpa de ser o responsável por Andrew não encontrar a paz no pós vida mas se este era seu destino, ele aceitaria. Que o amor da sua vida o odiasse com chamas e fervor mas que estivesse vivo para tomar essa decisão.
Foi apenas no nascer do sol que as feridas de Andrea começaram a se fechar e foi apenas ao meio dia que lhe despertou. Ele estava agora em um quarto de hospital, Carina sentada em uma cadeira chorava, Amelia e Link tentavam consolá-la, por mais que se preocupasse com sua irmã, aquele não era seu foco mas sim o vampiro que segurava com força sua mão. O homem que lutou contra o destino para que ele se mantivesse vivo, que não desistiu dele quanto todos já haviam aceitado seu destino. Parecia um sonho, a sala de cirurgia, as pessoas tocando tentando consertar suas feridas, embora não se lembra-se de muito, ele se lembrava disso, lembrava-se também de estar nos braços de Mark, de sentir algo em seu pescoço e da dor finalmente passar. Por um momento Andrew pensou que havia morrido, mas agora, com os olhos abertos, podendo ver as coisas melhor do que nunca, sentido presas em sua boa, sabia que a verdade era outra, ele não estava morto mas sim mais vivo do que nunca e tudo graças a Mark.
Carina tinha certeza que Andrew ao despertar odiaria Sloan, mas foi justamente o contrário. O primeiro instinto de seu irmão ao acordar foi tomar em suas mãos os ombros de Mark e puxá-lo para um profundo e intenso beijo, provando que não apenas havia aceitado sua nova realidade, como estava feliz de a ter ao lado de seu amor. Finita foram suas experiências como bruxo, mas infinito seria seu amor por Mark Sloan, agora e pela eternidade, eles pertenciam um ao outro.
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Seattle Graceful Death
FanfictionUm universo alternativo no qual o hospital Seattle Grace conta com criaturas sobrenaturais disfarçadas que escondem suas espécies reais, mas não o quão gay são. Era realmente possível que um vampiro e uma bruxa mantivessem seu amor? Um lobisomem pod...