O ritual

24 2 0
                                    


  Chegando a superfície, nenhuma das cinco acreditava no que haviam visto. Recuperando o fôlego e mandando mensagens para seus demais colegas convocando uma reunião de emergência, agora que sabiam com o que estavam lidando, não havia como ignorar o problema vermelho e infernal que havia de baixo de seus pés.

_ Demônios, sob o Seattle Grace, isso é problema e dos grandes.

Meredith dizia enquanto passava as mãos em seus cabelos e Addison apertava levemente seu braço para que Grey lembra-se que não estava sozinha. O grupo foi para a sala de reuniões, Carina e Link estavam no mesmo lugar que foram deixados e ao verem Amelia se lançaram sobre ela.

_ O que você estava pensando? Estávamos preocupados.

_ Vamos ter que te manter em uma coleira para ter certeza de onde você está a todo momento, bella?

Link e Carina falaram respectivamente enquanto enchiam de beijos o seu amor. Naquele momento, Amy começou a se sentir mal pela sua imprudência, não era sua intenção perturbá-los, ela só queria um momento sozinha, não queria machucá-los. Com um olha ela passou tudo o que precisavam saber, em casa conversariam. Mas até lá, a Shepherd não podia perder a oportunidade de mexer com sua namorada e com seu sorriso de covinhas disse:

_ Coleira? Achei que nossos fetiches deveriam permanecer dentro de casa, Ca.

_ Será que vocês podem guardar essa conversa de sexo para quando eu não estiver ouvindo, para que eu não tenha que vomitar meu almoço? Eu ficaria bem grato.

Derek disse enquanto entrava na sala de reunião e enquanto os demais colegas adentravam e se acomodavam na sala, os Shepherds implicavam um com o outro.

_ Eu não tenho culpa se você não tem vida sexual e se incomoda com a minha, Derek. Você deveria pegar o Owen, ele também não tem vida sexual.

_ Como é que é? Eu não sou gay Amelia, eu sou hetero.

_ Em que parte fica esse seu hétero que eu nunca conheci? Olha, você dizer que é bi, eu posso até entender mas hétero você não é. Um círculo é mais reto do que você é hetero.

Meredith e Addison riam baixinho enquanto viam os irmãos discutindo. Quando todos se acomodaram, Arizona explicou o que viram no porão.

_ Então, tem um demônio lá no porão, horrível, grande e fedido. Eu diria que é categoria 3 e se não o expulsamos, logo isso aqui vai virar um ninho de demônios.

Link tomou a frente da palavra.

_ Então faremos um feitiço de expulsão. Infelizmente pra isso precisamos da lua nova, então só em duas semanas. Até lá precisamos garantir que ninguém desça lá, Owen você cuida de vigiar o elevador, o próximo ao estacionamento é o único que vai até o porão, então vai ser fácil impedir as pessoas de usarem. Vamos precisar de cães para os lobos, pombos para nos proteger e coelhos para guardar o portal, Jo pode cuidar disso?

A vampira assente e Link termina de distribuir as tarefas.

_ Vamos precisar de lírios, Carina, você sabe com quem conversar. Teddy, você cuida dos favos de mel e as maças, tem que ser frescas e maduras, nem verdes e nem envelhecendo. Meredith, consegue as fitas? Obrigada. Então pessoal, vocês sabem, até lá precisamos nos purificar. Então vampiros, desculpa gente mas nada de beber sangue e pessoal, isso também significa abstinência sexual total, sem penetração, sem morder, sem lamber, sem masturbar, sem toques profundos ou beijos intensos.

Olhando ao redor, Callie diz para Arizona.

_ Por que será que eu tive a impressão que essas ordens foram especificadas por causa da gente?

Dando uma risadinha, Arizona entrelaçou os dedos com os de sua esposa. Seriam longos dias mas valeriam a pena.

Ninguém mais suportava a espera quando as duas semanas se concluíram. Naquela noite haveria lua nova, o símbolo de novos ciclos e troca no fluxo de energias. Se a lua cheia trazia força às criaturas das trevas, a lua nova alimentava o poder daqueles que seguiam a luz. Todos estavam nervosos, mexer com demônios era sempre um trabalho difícil, abrir um portal que o mandasse para o inferno sem que algo pior viesse a Terra então, era perigoso e quase impossivel de se realizar.

As habilidades cirúrgicas do grupo foi de muita utilidade enquanto desciam diversas vezes para o porão levando os ingredientes do feitiço. Porém quando tudo estava pronto, nem todos puderam estar presentes, Addison, Jo, Arizona, Mark e Andrew foram enxotados e receberão a ordem de irem para tão longe do hospital quanto possível. Era desnecessário correr o risco de que um deles fosse sugado para o submundo por engano e este era um perigo real. As bruxas estavam livres por serem seres da luz, os lobisomens por serem seres da natureza ,mas por mais bondosos que fossem vampiros sempre seriam seres das trevas.

Com um número reduzido, não havia tempo a perder, Owen ficou na superfície para vigiar o elevador enquanto os demais sob a liderança de Meredith, entraram no elevador e desceram ao porão. No corredor subterrâneo, os lírios dominavam o chão, como um macio tapete de flores, fitas trançadas dominavam o teto. Cada um dos presentes comeu um favo de mel, trazendo consigo então a purificação e proteção a suas almas. O ritual se iniciou, com as mãos cobertas com o pó de cogumelo, os bruxos tocaram as portas do elevador e começaram a retirar o feitiço, os lobisomens soltaram as pombas que imediatamente começaram a voar ao redor das cabeças de Carina, Link e Meredith.

Depois de 30 minutos, eles pararam, as portas agora tinham uma coloração vermelha como se um grande fogo as aquecesse e o cheiro de enxofre agora era quase que completamente intoxicante. Era hora da segunda parte, garantir que nada mais saísse dali e para isso eram os coelhos.Símbolos da renovação perpétua da vida, seriam os guardiões daquele portal, impedindo que qualquer um que prosperasse na morte pudesse atravessá-lo. Para que isso ocorresse como planejado, eles foram soltos e como que por instinto formaram fila, eram dez no total, cinco à direita do elevador e cinco à esquerda.

O momento de perigo chegou, era trabalho de Alex, Callie, Teddy e Amelia atrair o demônio e era para isso que as maçãs e os labradores estavam lá. Os cães foram soltos, cada um dos lobisomens carregava em suas mãos um daquele místico fruto. Aquele era o amuleto de proteção de cada um, trazendo consigo vida, amor, conhecimento, paz e é claro imortalidade. Tolos são aqueles que pensam que o ditado de "uma maçã por dias mantém distante o médico" é apenas um ditados, aqueles que tinham magia sabiam o quão verdadeiro era o dito pelas propriedades místicas da fruta. Estando guardados de todos os males, cada um dos filhos da lua partiu por um caminho acompanhado de um cão.

Aquela lua os impedia de se transformar em suas lupinas formas por isso os labradores fariam este papel, carregariam o espírito lobo, os tornando mais fortes caso precisassem enfrentar o demônio antes que fosse possível atraí-lo para o portal. Aquele era o momento, as forças do mal seriam derrotados ou eles poderiam esperar a invasão de uma legião de demônios no Seattle Grace pois onde um ser maligno prospera, outros são atraídos para se acomodarem no lugar também.

Seattle Graceful DeathOnde histórias criam vida. Descubra agora