𝙰𝚏𝚝𝚎𝚛 𝚁𝚊𝚒𝚗 | 𝚉.𝙹 (𝙲𝙽𝙲𝙾)

Día mil trescientos veintisiete - padres e hijos

Miami
4:30 PM
Zabdiel

BANHO.

Palavra que a cinco meses amedrontava Zabdiel de uma maneira anormal. Não, não por não gostar de tomar banho ou algo do tipo, banhar a si mesmo ele sabia à um bom tempo, agora, dar banho em um filho enquanto se certifica que o outro não está prejudicando a própria curta vida, o cachorro não está destruindo as almofadas do sofá e a gata não está afiando as unhas nas cadeiras de tecido da mesa de da sala de jantar era algo totalmente novo em sua vida e inacreditável e impossível em sua cabeça.

Tudo era mil vezes mais fácil quando a esposa estava ali e infelizmente, pela primeira vez, não tinha a presença dela. Giordana estava fazendo uma especialização para poder dar aulas na sua área e essa já durava uma semana e teria mais uma pela frente. As duas semanas mais torturantes da vida dos dois. De Gio por ficar longe de quem ela mais amava e de Zabdiel pelo mesmo motivo. Ele amava vê-la crescendo, mas não contava que parte de seu crescimento seria em Londres à nove horas e sete mil kilômtros dali. Sem sua presença a casa ficava um caos e o rapaz não tinha problema nenhum em admitir isso.

No momento em que conseguiu ter certeza que Féli estava entretida e concentrada o suficiente com o tablet apoiado em um suporte no "mesinha" do carrinho para não rolar e cair, os animais se alimentando e Lou dentro da banheira em seus braços, Zabdiel ligou o notebook que havia posicionado em uma prateleira do banheiro para conseguir assistir o jogo de basquete decisivo que estava acontecendo, mutou o aparelhou e seguiu com o banho do filho. 

Tinha tudo sob-controle e nada poderia dar errado ali.

— Olá, mi amor! — Ouviu a voz tranquila de Gio do outro da linha assim que atendeu o telefone que tocava no bolso de sua bermuda.

— Hola, niña! — Cumprimentou deixando o telefone entre o ombro e o ouvido para ter as mãos livres com Heitor.

— Está tudo bem? Como está sendo o dia? - Perguntou interessada.

— Cada dia sinto mais vontade de chorar com você longe, mas estou levando. Kyle está me liberando mais cedo todos os dias do ensaio, me sinto como o favorito. — Brincou e ouviu a risada de Gio ao outro lado.

— Fico com medo de estar dando trabalho a Angel, ela se prontificou a ficar com Lou e Féli, mas não sei, poxa... - Suspirou - Sabe como eu sou.

— Nem se preocupe, ela está ficando no máximo umas cinco horas com eles, eu estou realmente administrando bem o tempo. — Informou orgulhoso e focou no jogo para acompanhar a jogada que acontecia.

— Uau, você nunca decepciona! — Brinca e Zabdiel apenas ri. Não tinha ouvido o que ela tinha dito. — Afinal, ela está treinando, não é? Chris já está careca arrancando os cabelos por estar ansioso com a chegada do filho? Faltam quatro meses.

Sim, Chris tinha atingindo seu maior objetivo e alguns dias depois de Felicity e Louis nascerem, Angel descobriu que estava grávida. Christopher chorou, gritou, agradeceu, chorou mais um pouco e depois teve a ficha caída. O quarto pai do grupo. Já eram seis crianças e com mais seu filho seriam sete. Ele seria pai e já era adulto. Mal conseguia acreditar.

Era um menino, mais um. Mais um para brincar com Chris, Oliver e Louis. Quando Aaliyah descobriu ao ver os confetes azuis voarem no chá revelação chorou como se não houvesse um amanhã, a plenos pulmões. Não queria mais um menino, queria uma menina para brincar e aumentar seu círculo de aliadas. Laura quase fechando seus dois anos chorava por ver Aaliyah chorando e Felicity encarava as duas curiosa no colo de Chris porque o papel de querer estourar o balão agora era dela e quem a ajudou nessa missão foi o próprio Christopher. Por não entender absolutamente nada estava alheia a situação e distraída o suficiente com os confetes caindo para pensar em chorar.

No fim, deu tudo certo e Aaliyah está superando aos poucos. Os gêmeos de Luna e Richard com um ano completos também não entendiam e estavam longe de parecer incomodados com mais um amiguinho, Lou então, não estava nem aí e só ligava para seus banhozinhos em temperatura morna. Estava tudo perfeito.

— Mierda! - Zabdiel cochichou ignorando a esposa assim que viu o jogador errar a cesta.

— Zabdiel, você está perto das crianças? O que a gente combinou sobre vocabulário? — Ouviu Gio irritar-se e fechou os olhos com força. — De Jesús, você não está assistindo basquete com Lou e Féli no banheiro, está? — O rapaz sabia que a esposa falava entredentes e também sabia que estava fazendo tudo que ela abominava.

— Não... — Respondeu após um tempo em silêncio e Gio bufou, sabia que ele mentia. — Mione acabou de entrar e está junto também. — Contou e ouviu um suspiro de alto da mulher.

Desde antes do nascimento das crianças Zabdiel e Giordana tinham combinado de vetar qualquer tipo de palavrão em suas frases. Estavam conseguindo, ela melhor que ele. Só que em situações de nervosismo extremo como seu time perdendo uma cesta de três pontos era inevitável sair algum palavrão seja em qual for a língua.

Tem mais de cinco meses que era comum ouvir Zabdiel, após derrubar um pote no chão, reclamar com "unicórnio rosa" ou "elefante colorido" e não é por ser comum que deixa de ser engraçado.

— Zabdiel! - Resmungou. — Droga estou com tanta saudades que não consigo brigar com você de maneira adequada. — Bufou novamente e Zabdiel sorriu.

— Eu entendo, niña. — Falou baixinho. — e agradeço também... — Riram.

— Me precipitei falando que você nunca decepciona, né?! — Debochou e Zabdiel revirou os olhos.

— Eu nunca decepciono. A propósito o dia está sendo tranquilo o dia. E aí? — Respondeu a pergunta inicial e assim seguiram conversando.

No final, compartilharam algumas coisas de seus dias e Zabdiel conseguiu dar banho em Lou e administrar tudo a sua volta para que não virasse um grande caos.

Algumas horas depois Richard e Erick chegaram no apartamento para conseguirem terminar de olhar os outros jogos juntos. Isso estava acontecendo frequentemente nas ultimas semanas ja que Luna este viajando para uma matéria e Dani tinha ido representar o hospital em que trabalhava em um tipo de congresso estranho que só ela entendia.

Os três junto com Laura, Chris, Oliver, Aaliyah, Lou e Féli estavam convivendo o suficiente para nem respeitarem mais o pedir para aparecer na casa um do outro, não que respeitassem antes, já eram como uma familia a um bom tempo, de qualquer jeito.

Isso, se completavam, na ausência de uns se ajudavam. Como uma família faz, porque era isso que o grupo havia se tornado.

Uma família.

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Servidos, mores? Espero que sim, qualquer dia lanço mais. Perdão qualquer erro, obrigada por ler, amo vocês. ❤️