15.

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A cabeça de Louis estava uma bagunça. Era tudo sobre Fizzy e ela desmaiou, o que aconteceu?, como assim?, alguém faça ela acordar, o que aconteceu?, Fizzy, o quê?

Harry notou como o namorado tinha empalidecido e parecia muito confuso e assustado para fazer uma pergunta decente, então ele tomou a frente:

― Como?

― Ela estava em sala quando aconteceu. O professor passou alguma atividade e ela tinha se levantado para entregar a sua folha ou pedir uma dúvida, não sabemos. Mas o sr. Hyde percebeu quando Felicite tonteou. Ela já parecia um tanto pálida, segundo ele, por isso o professor foi ver se ela estava bem. Antes de chegar perto, Felicite desmaiou.

Louis prestou atenção às palavras ditas pela sra. Byrne, mas não conseguia tirar os olhos de sua irmã. Não tinha sido uma bolada, nenhum machucado brusco... ela só tinha caído? Louis tentou lembrar se Fizzy tinha sequer tomado café da manhã ou se tinha visto a garota no refeitório na hora do almoço, mas ele não conseguiu lembrar. Dormiu demais, para variar, e, quando acordou, todo mundo já tinha saído. Além do mais, Louis não costumava prestar atenção nos colegas ao seu redor. Ele se lembrava de trocar olhares com Harry, rir das piadas de Niall e segurar a mão do namorado por baixo da mesa.

Nada de Fizzy. Na verdade, ele achava que não tinha nem visto a irmã até então.

― Nós já chamamos sua mãe, Louis, e ela está a caminho. ― Mary disse, sorrindo como se quisesse tranquilizá-lo com aquela informação. Provavelmente conseguiria, se a mãe de Louis não fosse a mãe de Louis.

Louis olhou para a enfermeira, sorriu, mas logo voltou o olhar para Fizzy, sentindo-se preocupado com a reação que sua mãe teria. Jay não era tão cruel quanto Mark, ela certamente faria um pequeno escândalo sobre como o “seu bebê” precisaria ir a um hospital. No entanto, o que preocupava Louis era que sua mãe não procurasse saber o que tinha enfraquecido Fizzy ao ponto da garota desmaiar.

Ele sentiu a mão de Harry no seu ombro, o que fez Louis se voltar para o namorado. Dentro da enfermaria, com a sra. Byrne na outra sala, eles estavam salvos dos julgamentos de qualquer um. Por isso, Louis se deixou ser abraçado por Harry. Ele escondeu o rosto na curvatura entre o pescoço e o ombro do cacheado, respirando fundo e deixando que o perfume que ele tanto gostava fosse tudo o que sentia. O perfume, os braços em torno de si, tudo o que Louis quis sentir durante o dia todo e agora ele finalmente poderia ter. Harry acariciava seu cabelo em silêncio, algo pelo qual Louis estava muito agradecido. Ele não queria ter que explicar como estava se sentindo. Sua cabeça rodando e ele só queria que Harry o acalmasse. Suas mãos se fecharam, agarrando a camiseta que Harry usava. Louis queria ficar ali até Fizzy acordar, pelo menos, mas algo aconteceu antes.

Ele ouviu o som dos sapatos de salto batendo contra o piso e entrando na enfermaria. Largou Harry no mesmo segundo, em tempo de ver sua mãe entrando na sala em que eles estavam. Os olhos de Jay correram de Fizzy, ainda inconsciente, para Louis e Harry. Seu sorriso saiu frio, insosso e não atingiu seus olhos.

― Oh, olá. ― Ela disse. ― Eu sou Jay, mãe do Louis. Quem é você?

Harry estava nervoso, afinal, ele sabia muito bem da condição que eles tinham combinado de manter o relacionamento em segredo. Mesmo que Jay não o conhecesse, talvez nem mesmo soubesse o nome do namorado do seu filho, ele não conseguia deixar de imaginar que ela poderia deduzir quem Harry era de verdade e acabar com tudo. Ele engoliu em seco antes de responder.

― Meu nome é Harry. ― O garoto estendeu a mão e Jay o cumprimentou, seu aperto um tanto solto, como se ela não estivesse confortável em tocá-lo.

― Prazer em conhecê-lo, Harry. ― Jay se virou para Louis. ― A secretária me contou que Felicite desmaiou em aula?

Então Louis contou o que a sra. Byrne tinha lhe contado. Ele viu que Jay agia como se Harry não estivesse no recinto e o garoto parecia querer se fundir contra a parede. Louis pensou que talvez fosse melhor assim, quem sabe sua mãe não percebesse que Harry era mais que um amigo.

UncoverWhere stories live. Discover now