20.

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Louis se encarou no espelho de corpo inteiro que tinha atrás da porta. Parecia tão diferente... As roupas escondiam suas tatuagens – pelo menos noventa e nove por cento delas, já que ele não podia fazer muita coisa com o desenho em seu pescoço. Tinha pintado o cabelo de castanho no dia anterior, num tom mais próximo o possível do natural. Sem os piercings e o lápis de olho, Louis parecia um completo estranho.

No entanto, ele não se sentia dessa forma.

Hoje teria sua primeira entrevista de emprego e Louis não queria deixar nenhuma má impressão. Ele não concordava que sua forma de vestir deveria ser um ponto no julgamento do seu caráter, mas não era como se a humanidade fosse mudar por causa de Louis. Agora, só o que ele queria era conseguir o emprego a onde tinha se candidatado.

Harry o levaria até a loja a pedido do namorado – porque, mesmo que Louis não admitisse, ele podia usar uma companhia nessas horas. Ele se sentia nervoso e impaciente e sabia que Harry o acalmaria. O namorado era sua fonte de tranquilidade e Louis não podia ser mais grato por tê-lo.

A buzina do carro de Harry soou do lado de fora da casa. Louis colocou o celular e a carteira no bolso, pegando o envelope com seu currículo e saiu do quarto.

― Boa sorte, Lou. ― Daisy falou, enquanto assistia TV junto com Fizzy na sala.

Louis sorriu e agradeceu, parando para bagunçar o cabelo de Fizzy e deixar um beijo na testa de Daisy. Ele saiu de lá antes que a mais velha pudesse responder.

Harry estava muito ocupado em diminuir o volume da música que tocava no rádio e não viu quando Louis se aproximou. Foi só quando o outro entrou no carro que ele levantou o rosto, sorrindo e arregalando os olhos ao ver Louis.

― Whoa. Acho melhor nós corremos, antes que meu namorado chegue. Ele é bem mau, todo punk e essas coisas.

― Rá, rá. ― Louis rolou os olhos. Ele fechou a porta e colocou o cinto, tentando evitar aquela expressão surpresa do namorado. ― Não olhe pra mim assim.

― Você fica bonito de qualquer jeito, por que eu não olharia? ― Harry deu de ombros e ligou o carro.

Louis sorriu, olhando de canto para Harry e segurando sua mão assim que ele trocou a marcha.

Os dois falaram das coisas mais aleatórias no mundo, só para distrair Louis da sua ansiedade. Harry não poderia acompanha-lo, então estava tentando fazer o seu melhor para tranquilizar o ex-punk. Ao parar em frente ao prédio que Louis iria, Harry o chamou.

― Lou?

― Sim? ― Louis se virou.

― Boa sorte. ― Harry piscou o olho. Louis sorriu e assentiu, dando-lhe um beijo rápido antes de sair.

Harry tinha decidido esperar no carro enquanto o namorado fazia a entrevista e, nas duas horas que se seguiram, ele precisou se entreter com as músicas que tocavam na rádio e com os jogos em seu celular. Já tinha mudado de estação cerca de quatro vezes e conseguido roubar um número considerável de personagens dos seus oponentes no Trivia Crack quando Louis voltou.

― E aí? ― Harry perguntou, deixando seu celular de lado.

― Não sei. ― Louis mordeu o lábio. ― O cara do RH foi bem legal comigo e não me deixou nervoso, mas acho que só vou poder comemorar quando conseguir, certo?

Harry ligou o carro e fez a baliza para sair dali.

― Podíamos comemorar hoje. ― Ele sugeriu. ― Sua primeira entrevista de emprego. É uma grande coisa.

― E chamar os meninos?

― Acho que eles vão gostar disso. ― Harry sorriu.

Louis pegou seu celular e digitou uma mensagem pros três:

UncoverWhere stories live. Discover now