26.

133 14 2
                                    

— Você precisa ligar para eles, Lou. — Disse Harry, estendendo seu celular para o namorado.

Louis suspirou. Ele não tinha pensado muito no que faria quando estivesse em Doncaster, tudo o que tinha planejado era se reencontrar com Harry e voltar para o namorado. Isso ele já tinha feito; os dois tinham passado o resto do dia e boa parte da noite colados um no outro, saindo apenas para comer ou usar o banheiro. Até tomar banho juntos eles tinham feito, como na primeira vez em que Louis dormiu na casa de Harry. Tudo exalava amor entre os dois... Mas, agora, Louis precisava pensar em seus amigos também.

Não era como se Louis não tivesse sentido saudades deles. Porque ele sentiu. E acreditava que seus amigos (principalmente Zayn) mereciam uma explicação. Os três, junto com Harry, tinham sido a família de Louis quando a sua própria não tinha nem condições de ser uma família direito. E, de repente, ele tinha sumido sem dar notícias. Sabia que, por isso, tinha magoado os quatro.

Louis não estava preocupado com Harry; seu namorado já o tinha perdoado. Liam não o julgaria e Niall provavelmente o entenderia também. Todo o receio de Louis resumia-se, na verdade, em uma única pessoa: Zayn.

Os dois eram amigos há anos e, durante muito tempo, Zayn era o único confidente que Louis tinha. Eles tinham passado por altos e baixos até então e Tomlinson tinha quase certeza de que seu amigo estava completamente puto com o seu sumiço.

Louis achava que, das reações que Zayn poderia ter, duas eram as mais prováveis: a) envolvendo gritos e acusações de estupidez  ou b) silêncio e desprezo total. Nenhuma das duas era atraente para Louis. Até porque ele sabia que Zayn era muito bom em fazer as pessoas se sentirem culpadas, especialmente se ele estava com a razão.

Pensando nisso, Louis queria adiar o encontro (o máximo possível) até se sentir pronto. E ele não estava, no momento.

— Hazz, eu realmente estou cansado agora... — Louis tentou desconversar. — Não posso fazer isso amanhã?

— Louis, são nove da noite!

— Harry, eu enfrentei uma viagem de trem, emoções fortes, dois orgasmos, banho quente e um jantar feito por uma gastrônoma. Você acha que eu tenho pique pra tudo isso?

Harry soltou uma risadinha.

— Você parece meu avô falando.

— Bem, rapazinho — Louis rebateu, forçando sua voz do melhor modo para imitar uma pessoa idosa. —, alguns de nós precisam descansar.

— Tá, sr. Tomlinson. — Harry rolou os olhos. — Mas custa, pelo menos, ligar? Pra dizer que você está aqui?

Louis suspirou. Ele pegou o celular que Harry ofereceu (sabia que, depois, ao ligar para Zayn, talvez não fosse atendido se o seu nome aparecesse no identificador de chamadas), hesitando por um instante antes de digitar os números de Niall. Era melhor começar pelo seguro.

Ele esperou, escutando o telefone chamar. Encarou Harry e sorriu. O namorado se inclinou e deixou um beijo rápido em seus lábios. Louis levantou a mão para puxá-lo de volta, mas, então, escutou a voz de Niall do outro lado da linha:

— Fala, Harry.

— Uh, não é Harry, N. É o Louis.

— Puta merda! — Niall xingou. Louis escutou o baque surdo de algo caindo ou batendo e mais xingamentos com sotaque irlandês. — Onde é que você tá? Por que não ligou? Tá precisando de ajuda? Sério, Louis, onde você tá? Eu posso ir te buscar, o Josh me leva, tenho certeza de que ele não vai se importar-

— Niall! — Louis interrompeu, rindo. — Eu tô bem, ok? Tô com o Harry.

— Ah. Ah, ok. Hm. — Niall hesitou, parando de se desesperar. Louis ouviu alguém perguntar ao fundo se estava tudo bem e o loiro gritou que Louis não precisaria mais de carona. Depois, Niall voltou a falar com ele: — Bem, e então? Por que você não ligou? Onde você esteve? Zayn quer te matar.

UncoverWhere stories live. Discover now