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Os fins de semana de Louis estavam mil vezes melhores por um único motivo: Harry. Louis sempre dizia aos seus pais que sairia com os amigos quando, na verdade, ia para a casa de Harry. E mesmo que sua mãe agora soubesse que Louis não tinha terminado com o namorado coisa nenhuma, isso não o impedia de passar esse fim de semana na casa Harry sob a desculpa de ficar na casa de Niall (que, inclusive, tinha sido informado na noite anterior para lhe dar cobertura, caso os pais de Louis ligassem pra lá).

Louis só voltaria pra casa na tarde de domingo. Um dia e meio com Harry, fora as tardes na casa de Louis, tendo a chance de agirem como namorados...

Ou quase isso.

No começo, Harry entendeu que Louis estava se acostumando aos poucos com a sua sexualidade. Ele não quis avançar as coisas. O boquete no banho e todas as suas variações eram ótimos, claro, Harry não contestava esse fato. No entanto, ele se perguntava se Louis não transava com ele por insegurança ou porque não achava que Harry valia à pena...

No dia seguinte ao desmaio de Fizzy, sábado, Louis foi para a casa dos Styles. Pretendia contar que sua mãe sabia sobre os dois e sobre o diagnóstico de Fizzy e como ela lhe chamara de babaca quando tudo o Louis estava tentando fazer era ajudá-la. Harry sempre tinha os melhores conselhos e com certeza lhe acalmaria... Se ele mesmo não precisasse ser acalmado.

― Harry? Hazz, o que aconteceu? ― Louis perguntou, alarmado, ao ser recebido por um Harry cansado, cheio de olheiras e rosto inchado.

― Entra. ― Harry disse, a voz mais rouca que o normal.

Louis entrou. Harry fechou a porta enquanto Louis observava a sala. Ele já tinha visto o cômodo antes, mas dessa vez as coisas estavam mais assustadoras. Havia cacos de vidro espalhados pelo chão – Louis percebeu que vinham de uma garrafa vinho porque a metade da embalagem ainda estava inteira, no pé do sofá. Ele viu guimbas de cigarro no chão. Uns dois porta-retratos tinha sido jogados na parede e agora estavam no chão, as molduras quebradas e as fotos tortas. Louis conseguiu reconhecer uma das fotos como aquela que ficava na estante, da família Styles reunida. Incluindo o pai de Harry.

Ele se virou para o namorado, chocado.

― Hazz?

Harry escondeu o rosto entre as mãos trêmulas, sem coragem de olhar para Louis. Ele sentiu os braços do punk circundarem sua cintura e automaticamente envolveu os ombros de Louis, engolfando o namorado num abraço apertado.

Harry não chorava. Ele já tinha virado a noite chorando, ouvindo sua mãe fazer aqueles estragos. Só precisava de Louis ali. Ele só precisava não ficar sozinho.

Louis deu o tempo que Harry precisava para se acalmar. Quando a respiração do cacheado se normalizou, Louis se afastou um pouco, abaixando-se para olhar o rosto do outro. Harry se ajeitou e Louis sorriu, subindo na ponta dos pés para deixar um selinho na boca do namorado.

― Você quer me contar o que aconteceu?

Harry assentiu, suspirando. Ele levou Louis para o sofá, chutando o resto da garrafa para longe. Eles se sentaram, abraçado, e Harry começou a falar, com a voz não mais alta que um sussurro.

― Minha mãe não gosta que eu a veja chorar, principalmente depois da separação. Mas ela veio pra casa bêbada ontem. Ou se embebedou com algum vinho que nós tínhamos. Eu não sei, já estava dormindo quando aconteceu. Só que aí ela começou a soluçar e falar sozinha, gritando um monte de xingamentos pro meu pai. ― Os olhos de Harry ficaram marejados e sua voz aumentou. ― Eu não quis descer e ver o que estava acontecendo, mas não consegui ficar na cama esperando acabar. Fiquei escondido, sentado na escada, vendo ela quebrar os porta retratos em que nós estávamos e terminar uma garrafa inteira de vinho sozinha. Ela jogou a garrafa no chão, quebrou um vaso, chorou por mais um tempo e só ficou quieta depois de fumar um daqueles baseados que deixam ela aérea por um tempão. Eu odeio quando ela faz isso. Louis, eu tô com medo.

UncoverWhere stories live. Discover now