Amiguinhos

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Jack presenciou as duas irmãs atravessarem os corredores do castelo, em uma bicicleta dupla, a princesa de cabelos alaranjado esforçava-se para equilibrar os presentes nas duas mãos, sua vista seguia o cordão vermelho, amarrado no teto, até o momento que um lenço verde lhe atingiu a face, Elsa riu ligeiramente, ajudando-a tirar o tecido da visão, Anna agradeceu com um sorriso.
O espírito do inverno admirou-se com a canção que a amiga cantava, as acompanhou com cautela, flutuando, para que não percebesse sua presença, viu quando elas desceram as escadas, a alteza espirrando no processo, um sentimento de diversão vendo as criaturinhas de neve que formaram-se rodopiando nos degraus, então esquecendo-se das duas, abaixou-se estendendo um das mãos para um mini-boneco de neve.
— Olá amiguinho. — disse em um tom cativante.
Ergueu o sersinho a altura dos olhos, a figura assemelhava-se a um boneco de neve, igual Olaf, exceto os olhos, feito de pedrinhas pretas e não tinha braços de gravetos.
— Seus irmão correram por aí. — afirmou, colocando o ser mágico no ombro esquerdo. — Quer me acompanhar seguindo Elsa e Anna? — De relance olhou para ele, qual imitiu um som que Jack entendeu como um "sim."
Voando sem ser visto, viu Kristoff e Sven correndo atrás de outros amiguinhos, enquanto Olaf agarrava outros, sorriu balançando a cabeça, decidiu ignorar, encontrando Elsa e Anna no pier do porto de Arendelle, a rainha acabara de presentear a princesa com uma vara de pescar, o mais incrível foi que a mulher não notou o que acontecia no momento que espirrava, posou no chão aproximando-se cautelosamente, seus olhos foram de encontro ao globo de neve na mão da segunda herdeira de Arendelle, para a primogênita que coçava o nariz usando os dedos, o pequeno boneco de neve pulou do se ombro e foi correndo com os outros amigos, os olhos impenetráveis da rainha o miraram, como naquela noite em que ele apareceu em sua janela, indicando surpresa.
Embora tivesse refutado Jack, de forma tenaz, quando Anna lhe disse que a postura dela era diferente a seu lado, Elsa no fundo, considerava com toda a alma, que ele estivesse mais tempo com ela, todavia não poderia esquecer, ele havia abodonado, provavelmente por tê-lo como um tipo de guardião, quando todos a considerava um monstro, o fez alguém mais que especial, o refúgio da sua luz em meio a sua escuridão.
— Elsa.
A simples voz dele pronunciando o nome da alteza, lhe trouxe um arrepio na espinha, a luz do sol lhe batia nos fios brancos, causando um efeito espectral, aumentando essa sensação.
Ela abriu a boca para falar, mas Anna interviu chamando-o, a filha do rei Agnarr sorriu-lhe e com exaltada animação contou-lhe o que ela e a irmã fizeram, mostrando em meio aos presentes uma vara de pescar, Jack riu, talvez fosse por Anna, ou por os snowgies que brincavam em vários outros globos de vidros.
— Parece que Elsa planejou seu aniversário "perfeito". — a última palavra saira com ênfase, referindo-se a preocupação da rainha em deixar tudo perfeito.
Anna sorriu de maneira gentil e graciosa.
— A minha mana sempre faz tudo perfeitamente perfeito, claro as vezes as coisas saem do controle. — Uma risada sem graça e um gesto de revirar os olhos fez Elsa encara-la preocupada. — Mas ela sempre faz tudo para meu bem, Elsa é a melhor irmã de tudo, tenho sorte de tê-la.
Com tais palavras, a rainha suspirou aliviada, sorrindo ligeiramente, contra-partida ao escutar as qualidades que a irmã lhe atribuía sentira envergonhada, Jack a vê com a fisionomia brincalhona, resultado em um rosando nas bochechas da mulher.
Entre tantas frases que a garota ruiva soltava com rapidez, o primeiro pensamento que veio a sua mente foi a discussão que tivera com a rainha e como foi cruel no modo de pensar e agir, estava estasiado pela indiferença dela, sentira o desejo de esquecer e desculpar-se. Elsa possuía inúmeras qualidades quais justificavam o jeito exclusivo da personalidade séria e responsável, algo que nunca teve e ali, ouvido o que Anna dizia, teve a certeza.
— E que caminham iram agora? — indagou Jack, diretamente para Elsa.
— Seguir o cordão. — respondeu Anna, impedido a fala da irmã. — Mas eu quero que a Elsa vai deitar-se, porque pegou um resfriado, a cada um minuto ela espirra.
— Estou bem, além do mais...
— O frio não vai mesmo me incomodar. — completaram Jack e Anna, em uníssono, com os semblantes sérios.
— Elsa, só durma um pouco, sei que é pedir demais, faça isso por mim.
— Estou bem, agora vamos. — Andou alguns passos a frente. — Estamos chegando na melhor parte, presentes e… — Antes de terminar a própria fala, pegou do bolso um tecido branco e usou para assuar o nariz, trazendo desconfiança para os dois jovens.
Estando a rainha da neve a uma distância considerável, a segunda filha do rei Agnarr entreitou a mirada no espírito do inverno, qual constata atenção a mais em sua figura.
— O quê? — indagou, franzindo as testa em dúvida, jogando o cajado para outra mão.
— Está com calor? — perguntou desconfiada.
— Porque questiona? — indagou.
— Sei lá, talvez pelo fato de estar vestido com roupas de inverno e ter gotículas de suor em sua pele.
Apontou para a testa do guardião, esse sorrindo com os questionamentos, o suposto suor na verdade era a neve derretida que ia do cabelo a pele, e sobre o calor, jamais importou-se, sendo um ser ligado ao frio, mantia-se bem no verão, apesar de ter leves tonturas e estar mais cansado.
— Acho que sou imune ao calor. — respondeu, passando a mão nos fios do cabelo platinado, em seguida sorrindo.
— Isso soa estranho, estou lhe considerando uma pessoa muita estranha senhor Jackie, em seu reino as pessoas são assim como você?
— Ei, você está apontando para eu todo.
— Desculpe-me. — riu-se. — Tenho minhas dúvidas quanto a você, no começo estava lhe considerando um louco de pedra, afinal quem é que fica andando descalço e com um cajado na mão?
— Eu, exemplo.
— Entendera o que eu disse. — anfa um pouco irritada.
— Okay, talvez ser estranho não é ruim, veja o seu namorado, ele fala com renas.
— Kristoff não é estranho é excêntrico, um belo, lindo e forte homem excêntrico, algo que o senhor nunca vai entender.
— Bem, sabe princesa, conversar com quadros também é estranho.
E com essa última fala, o guardião deixou-a sozinha, qual supreendeu-se com afirmação.
"Como ele sabe sobre os quadros?" — pensou.
***
Jack, que desde de manhã observava as duas jovens andarem de um lado para o outro, buscava meios para diverti-se, analisou Elsa colocar uma manta laranja com estampa de girassóis e formas geométricas sobre o ombro da irmã, que cantava.
"Elsa, vá deitar"
"Nem vêm temos que arrasar" — afirmou a rainha tentando abrir a maçaneta de uma porta.
Presenciou um homem de cabelos ruivos e nu, surgindo em meio ao vapor da sauna, um tipo de transporte de negócios ambulante, com especiarias, utensílios e outras coisas, quais o espírito do inverno negou em ver, em vez disso, concentrou-se na figura do estranho, esse oferecendo um remédio para Elsa, que recusou, mas Anna agradeceu obtendo o frasco, em seguida voltaram a andar.
No caminho, a estranheza invandiu os pensamentos de Jack, desviou a mirada para algumas pessoas, a face delas transmitindo dúvida e medo? Julga ser o motivo, aborda uma senhora, com objetivo de perguntar o porquê se afasta, suspirou irritado, vendo-a ingonara-lo, olhou para o próprio reflexo em uma poça da água, a pele do rosto mais pálida do que o habitual, os olhos mais azuis, e o cabelo em um tom tão branco, como um floco de neve, assemelhando-se a um fantasma, ergue a vista, dois garotos sussurram indo de encontro a ele.
— O que foi crianças? — perguntou.
Os dois meninos, um de cabelos castanhos e o outro loiro, empurram-se com vergonha, o mais novo deu um passo relutante, e com um sopro na fala perguntou-lhe se era um fantasma.
Jack riu, um riso simpático e curto, a pouco tempo ninguém o via e acreditava.
— Ei não era essa pergunta Ake. — afirmou o mais velho, os fios de cor marron caído sobre a testa. — Queríamos saber se você é o Jack Frost?
— Vimos o seu desenho no livro que a princesa Anna leu para nós. — contou o outro garoto, animando-se.
— O que aconteceu com suas roupas e o manto azul? Essa é o cajado mágico? Você consegue fazer nevar também? — indagou rapidamente.
— Calma, assim eu não entendo nada. — Fez um gesto com a mão esquerda. — Mas respondendo a sua última pergunta.
Os olhos dos garotos ficaram maravilhados quando Jack fez um coelho de gelo, o ser mágico azul voou ao redor de ambos, para enfim explodir, criando milhares de fllocos de neve, as crianças riram, estendendo a língua para pegá-los.
De repente uma menina de cabelos escuros, com uma franja de lado puxou pela mão Ake, chamando-o com entusiasmo, o outro menino a seguiu.
— A rainha Elsa está chegando, precisamos ir para o coral agora!
— Espera, eu não sei ler a letra da música.
— Fingi então Ake, é para Anna.
Com um sorriso encantador, o adolescente do caos e da diversão respetiu os passos das três crianças, embora os adultos tenham medo de sua figura, alegrou-se em ser visto, agradeceria ao homem da lua por realizar seu desejo.
Estando próximo, escutou a voz de Elsa e das meninas e meninos do suposto coral, estavam em degraus de uma escada, cada um segurando um caderno com a letra da canção, um deles, Ake, fingia cantar e nas suas mãos pequenas segurava de ponta cabeça, riu-se com a cena.
"O seu dia especial" — cantaram eles.
"Dia especial" — repitiu Elsa, usando as mãos com uma batuta de maestro, desviando o olhar brevemente para Anna, os olhos vidrados nas crianças, enquanto comia um sanduíche.
Apoiou o rosto no cajado, segurando-o firmemente com as duas mãos, o sorriso jamais ausentando-se da face, particularmente no instante que Elsa espirrou criando mais snowgies e Anna derrubando os presentes, em seguida a irmã mais velha lhe ajudando-a, abstraído ao que acontecerá, saíram depois.
Olhou para os próprios pés, sentindo um peso nos dedos, demostra amabilidade com o sersinho pulando naquela região, o mesmo amiguinho que dera carona, o levou até o ombro, esse deitando-se atrás de suas costas, na altura do pescoço, Jack mirou os outros mini-bonecos de neve brincando com as crianças.
— Elsa é capaz de criar vida apenas espirrando. — riu, fazendo menção em voar para alcançar as irmãs.

Coração AquecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora