Capítulo 21

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Capítulo 21

Lillian adormeceu de tanto chorar na noite passada. Por que ele não veio? Por que a deixou lá? E agora não tinha jeito, iria se casar com John e não havia nada que podia fazer. Agora estaria destinada a viver na tristeza. Talvez Thomas desistiu e foi atrás de Eloisa? Lillian não tinha mais como saber.
A condessa acordou com uma batida suave na porta, rapidamente ela se ajeitou e limpou lágrimas que ainda desciam de seu rosto. Quando a porta se abriu, era Georgiana, acompanhada de Olivia e Catherine.
- Bom dia, minha querida, como você está?- falou Georgiana.
Lillian tentou abrir um sorriso, mas falhou.
Olivia se aproximou, e foi aí que viu que segurava um vestido, era magnífico, a cor azul era tão escura quanto o céu a noite, era repleto de rendas e pedrarias. Lillian ficaria feliz em se casar com ele, se não fosse pelo homem no altar...
- Está nervosa, Lilly?- perguntou a mais velha- Estamos aqui por você, querida, vai ficar tudo bem.
- Você vai embora?
- Não tão cedo... Colin me enviou uma carta dizendo que as crianças estão agitadas para ver você, ele chegará com elas para o casamento.
Ela assentiu.
- Georgie, Olivia e eu precisamos conversar com com Lilly.
Georgiana entendeu que era um assunto particular, então saiu rapidamente.
- Por Deus, Lillian- disse Kate- por que você ainda está aqui?
- E-eu... não sei...
- Agora você terá que se casar, sabe disso não sabe?- perguntou Olivia.
- Ela ainda pode sair!- interrompeu a mais nova- podemos ajudá-la novamente.
- Infelizmente não, Catherine- Ela se voltou para Lillian- John contratou alguns homens para ficar de guarda, estão em toda a parte.
- Não tem mais jeito, Olivia, hoje me torno esposa de John... isso é para ser.
Ficou um silêncio horrível.
- Mas... e Thomas?- perguntou Kate.
- Ele deveria ter me buscado ontem a noite, iríamos fugir antes do sol nascer... mas ele não veio.
Olivia e Catherine se olharam, sem dizer nenhuma palavra.
- Lilly... será que n...-disse Olivia.
- Não, Olivia- interrompeu Lillian- eu vou fazer isso, Thomas me esqueceu, tenho que seguir em frente.
Lillian se levantou para colocar o vestido. Olivia e Catherine não queriam aborrecê-la mais do que deveriam, afinal, a condessa já estava tendo um dia péssimo por si só.
Após arrumar o cabelo e colocar o vestido azul escuro, Lillian se virou para o espelho, se observando por vários minutos, para se garantir que aquilo não era um pesadelo.
Mas era a mais pura realidade.
Georgiana estava a espera da irmã no pé da escada, vestindo um vestido amarelo claro, acompanhada de Alexandra, que se vestia de verde. Ambas as mais velhas olharam para Lillian, que descia as escadas sem pressa.
- Você está tão linda, Lilly- disse Alex.
- Completamente linda- concordou Georgie
Lillian sentiu uma algo puxando seu vestido, e olhou para baixo.
- Você parece uma princesa, tia Lilly- falou Beatrice, sua sobrinha.
- Obrigada, minha linda- ela se abaixou para ficar da mesma altura da pequena- mas acho que você parece uma rainha.
Beatrice riu.
Lillian abraçou as irmãs, os sobrinhos, o cunhado, e Olivia. E a cada abraço, mais lágrimas eram criadas, esperando que fossem soltas. James ofereceu sua carruagem para que a noiva fosse levada até a capela, enquanto os outros iam em uma carruagem separada.
No caminho, Lillian se permitiu chorar, olhou para cima e rezava para acordar logo daquele pesadelo que havia ficado presa. Não acreditava que em alguns instantes seria novamente Sra. Headstone, o que antes era seu sonho virou sua ruína.
Eu perdi tudo, pensou.
Alguns momentos depois, a carruagem parou na frente da capela, a mesma que havia dado seus votos anos antes. Agora não havia mais volta. Se casaria novamente...
Suas irmãs haviam chegado pouco tempo depois, Georgiana lhe entregou um buquê de flores simples, enquanto Catherine e Alexandra davam alguns toques finais em seu cabelo.
Todos já haviam entrado na igreja. Lillian estava do lado de fora esperando Rose, que seria sua daminha. Onde ela estava? Suzanne já estava lá dentro, mas Rose não estava com ela.
Lillian se levantou, sentindo que teria que entrar na capela sozinha, mas ouviu um som no horizonte:
- Lillian!- uma voz fina gritava.
Ela se virou para ter certeza que não estava enlouquecendo, mas então ouviu de novo.
- Lilly! Espere!- a voz começou a ganhar mais volume.
Então ela viu quem era.
Rose.
Rose estava correndo rapidamente, ignorando completamente o estado de seu vestido, que agora estava completamente sujo na barra, mas a jovem não carregava nenhum cesto de pétalas de flores. Logo, Rose chegou na frente da cunhada, e respirava de forma pesada, tentando recuperar seu fôlego.
- Rose, querida, o que houve? - perguntou a noiva - você está bem?
- Eu...- tentou falar - preciso respirar - disse ainda tentando recuperar o fôlego da corrida.
- Por que a senhorita veio correndo? Sabe muito bem que é uma longa caminhada de sua casa até aqui! Por que não veio com sua mãe na carruagem?
- Eu quero te falar, Lilly, realmente quero, mas você tem que acreditar em mim.
Lillian pareceu confusa.
- Eu preciso que você atrase aqueles malditos de "eu aceito"com John.
O quê?
- Do que você está falando, Rose?
- Lillian, por favor! Posso ter apenas 10 anos, mas eu sei das coisas, acredite em mim, faça o que eu estou lhe pedindo!
- Mas...
- Agora me dirá que quer se casar com meu irmão?- perguntou indignada.
Lillian não respondeu.
- Foi o que eu pensei, então faça o que estou mandando, entendido?
Lillian assentiu freneticamente.
- Pronta para entrar?- perguntou a mais nova.
- Sim- respondeu.
Rose abriu a grande porta da capela, guiando Lillian até o altar, onde seu irmão a esperava arduamente. Quando a porta se abriu, John olhou de pronto para a futura esposa, que caminhava com um olhar triste, e nunca olhava para frente, sempre para as flores em suas mãos. Rose a guiava com o máximo de lentidão possível, Lillian não sabia o motivo de tal atitude, Rose sempre fora uma menina rebelde e de opiniões forte para sua pouca idade, às vezes, pessoas acreditavam que ela era mais adulta do que uma dúzia de homens juntos
Quando chegaram no altar, Lillian entregou seu buquê para a pequena, que em troca apertou sua mão e olhou intensamente em seus olhos, Lillian entendeu o que isso significava.
- Você está linda, querida.- sussurrou John ao pegar sua mão.
Lillian não respondeu, apenas olhou para frente, o ignorando completamente.
- Vai mesmo me ignorar no dia de nosso casamento, Lillian?
- Não estou te ignorando, Sr. Headstone. Apenas focada no meu objetivo- retrucou.
- E esse objetivo seria se tornar minha esposa?
- Verá...
A cerimônia seguiu normalmente a partir daí, às vezes para atrasar, como foi o pedido de Rose, conversava com John sobre o clima e a família, e ele obviamente respondia a noiva.
Mas o tal momento chegou.
Os votos.
Seja o que for que Rose estava preparando, deveria acontecer agora!
- Eu, John Albert Headstone- começou- aceito você, Lillian Mary Benningfield...
- Headstone.- cortou ela.
- Lillian Mary Benningfield Headstone- disse sorrindo- , como minha esposa, prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida, até que a morte nos separe.
Quando John parou de falar seus votos, uma onda fria subiu pelo corpo de Lillian. Estava em choque, com medo, ansiosa. Deus a ajudasse, o que faria?
- Lillian, por favor, diga seus votos- falou o vigário, tirando-a do choque.
Lillian olhou para Rose, Olivia e Catherine, pedindo ajuda com o olhar. Rose olhou para a janela e sorriu. O que ela estava tramando?
- E-eu...- gaguejou.-, Li-lillian..
- Mary Benningfield Headstone, não aceita!- falou uma voz masculina vinda da porta da igreja.
Nesse momento, Rose pulou de seu assento e começou a bater palmas.
E quando Lillian olhou para a porta, começou a sorrir. Rose pagaria por não ter lhe contado nada anteriormente, mas quem se importa agora?
Seus olhos encontraram os dele.
Seu Thomas.
~
Pelo resto da noite, Thomas não parava de pensar na esposa, imaginava seus cabelos, sua voz, sua risada...
Não conseguia acreditar que esse seria o final de sua história de amor. Em apenas algumas horas, ela seria novamente uma condessa, mas não sua, e sim de seu irmão. Estava quase se libertando de lá a força para lhe dar um belo de um soco.
Ele jura que tentava, mas não entendia os motivos do irmão de fazer tal coisa.
Pensando bem, Thomas se casou com a mulher que seu irmão também se apaixonou, mostrava para o mundo todo seu amor por ela, começaram uma família juntos, enquanto John era um libertino com amantes que o lembravam de Lillian pois nunca poderia sequer pensar em beijá-la ou tê-la como sua sem arruinar sua reputação. E quando Thomas "morreu" era a chance que John esperou por tanto tempo para conquistá-la, mas na verdade ele estava vivo e havia voltado para casa, arruinando seus planos.
Tudo bem, fazia sentido sua raiva.
Thomas não conseguiu pregar os olhos a noite toda, e quando a manhã chegou seu cansaço se transformou em ódio puro. Pelo visto seria isso, John se casaria com Lillian e se duvidasse, tinha certeza que quando a trouxesse para casa, faria questão de beijá-la bem na sua frente.
- Bom dia, irmão- falou John ao se aproximar com um prato de pão- dormiu bem?
- Não preguei os olhos, obrigado por perguntar- respondeu em tom irônico.
- Querendo ou não ainda somos irmãos e temos que cuidar uns dos outros- John se abaixou perto de Thomas e colocou o prato no chão- , não havia muito na cozinha, peguei o que pude.
- Obrigado...
John se levantou e arrumou seu traje formal.
- O que acha? Acha que Lillian irá gostar?- perguntou.
Thomas não respondeu, apenas revirou os olhos.
- Não se preocupe, Thomas, após meu casamento irei levá-lo para uma propriedade em Kent, você morará lá, enquanto minha esposa e eu moramos bem aqui em Londres.
- Não acredito que fará isso com ela...
- Estou apenas cuidando de quem amo, adeus, Thomas.
John saiu, o deixando sozinho no estábulo, tendo sua única companhia os cavalos da família e...
Um gato?
Mas o que diabos um gato estava fazendo lá?
- Estrelinha?!- ouviu uma voz fina gritando do lado de fora- Estrelinha, cadê você?!
O gato miou.
- Estrelinha, quantas vezes já lhe disse para não vir para os estábulos?- a dona da voz entrou no local- aqui é sujo e...- ela olhou para Thomas e deu um grito agudo.
Por Deus, aquelas cicatrizes estavam fazendo todo mundo gritar.
A dona da voz fina era bem pequena, teria no máximo 11 anos de idade, seus cabelos eram iguais aos de Thomas, loiros escuros, e seus olhos eram verde esmeralda, igual à John.
Graças a Deus!
- Rose?
- C-como v-você sabe meu nome?
- Por mil demônios, Rosalyn! Sou eu, Thomas, seu irmão!
- Não pode ser, meu irmão...
- Não, Rose, não estou morto, me ajude a sair daqui por favor!
- Como vou saber que está falando a verdade?- Rose colocou o gato mais para frente- eu tenho proteção, você não vai me machucar!
- Claro que não vou, Rose! Acredite em mim por favor, Lillian precisa de mim.
Rose fez uma cara pensativa.
- Como vou saber que está falando a verdade?- perguntou.
Menina esperta...
- Por que não me pergunta algo? Que apenas o Thomas saberia responder?
- Certo...- disse- eu já quebrei algum osso?
Que tipo de pergunta era aquela? Como ele iria responder? Sua memória havia voltado, mas não completamente. Por Deus, estava perdido...
Sua irmã realmente era realmente espertinha.
- Sim, você já quebrou.- respondeu- Você tinha 6 anos na época, e eu 25, estava voltando para Oxford para meu último ano, mas você não queria que eu fosse, então você subiu em uma árvore para chamar minha atenção e acabou caindo, você quebrou a perna. Eu fiquei em casa até você melhorar, e antes de partir eu lhe dei uma boneca.
Rose o encarou em choque, não podia acreditar, era ele mesmo! Seu irmão!
Já Thomas se surpreendeu de ter se lembrado de tantos detalhes, pelo visto as coisas começaram a caminhar de seu jeito.
- Rose, minha querida!- gritou a mãe do lado de fora - Temos que ir!
- Eu vou mais tarde, mamãe!- ela abriu um sorriso caloroso para o irmão- Pode ir na carruagem, irei andando! Ainda não achei a Estrelinha!
- Tem certeza, meu bem? A capela é muito longe para você ir andando!
- Tenho sim, mamãe, logo estarei lá.
- Muito bem então, não se atrase- a mãe foi embora.
Rose esperou um pouco e correu para abraçar o irmão.
- Eu senti tanto sua falta, Thomas! Lillian já sabe que está vivo? Mas ela vai se casar com John! O que está fazendo aí?! Vamos logo temos que impedir isso!
- Ei, acalme-se, princesa. Primeiro devo sair daqui, lembra?- ele balançou a cabeça para as algemas que o prendiam junto a um poste de madeira.
- Ah, sim, claro...- ela olhou os lados - mas como?
- Talvez tenha alguma chave... Onde John guarda as chaves da casa?
- E-eu não sei...
Thomas continuou a olhar ao redor e viu um toco de madeira com um machado. Bem, era tudo ou nada...
- Rose, me escute bem, pegue aquele machado e corte as algemas, me entendeu?
Rose o olhou em choque.
- Maninha, você é a menina mais incrível que eu conheço, você consegue!
A mais nova foi até o machado e o pegou, era muito pesado para ela, mas conseguiu segurar.
- Me desculpe se eu cortar sua mão.
- Se você cortar, eu corto a sua.- brincou.
Rose fechou os olhos e cortou as algemas ao meio. Quando Thomas gritou a irmã pulou para trás, assustada de tê-lo o machucado. Mas então ele riu por ter enganado a mais nova.
- Pare de rir, Thomas! Você tem que ir agora!
- E quanto a você?
- Vou pelo caminho mais rápido , Lillian está me esperando, pegue meu cavalo e vá pelo mais seguro. Você tem um casamento para impedir!
Thomas subiu no cavalo.
- Eu te devo uma, maninha.
- Você vai ter que me pagar com doces pelo resto da vida.
~
O silêncio sobrevoava o interior da capela, todos olhavam para Thomas com choque, para alguns era apenas Michael, mas outros o reconheceram, fazendo sua surpresa ser maior ainda.
- Thomas!- Lillian gritou tentando correr para seus braços, mas John a segurou.
- John, por favor, solte ela- falou Thomas.
- John, eu lhe imploro, me deixe ir!
Enquanto isso, os convidados olhavam para os três sem entender absolutamente nada, tirando Olivia, Catherine e Rose. John segurava a noiva com força, mas sem machucá-la, não podia deixá-la, não sua Lillian.
- Não vou soltá-la, irmão. Eu a amo e não a deixarei escapar de mim novamente.
Novamente?
- Novamente?- perguntou ela- John o que você está falando?
- Lillian- ele se virou para olhá-la no fundo dos olhos- você não entenderia.
John apontou com a cabeça em direção a Thomas, e então dois homens o seguraram, os mesmos que o atacaram noite passada.
- Não!- gritou se debatendo nos braços de John- deixe ele ir! Farei o que desejar, só o deixe ir!
- Então termine seus votos, e sairemos deste lugar como marido e mulher!- gritou a chacoalhando.
Lillian se assustou com essa atitude.
- Não teste minha paciência, Lillian, faça o que eu pedi agora!
- Lillian, meu amor, não faça isso!
- Faça, ou eu acabarei com ele- John sussurrou como uma ameaça em seu ouvido.- Saiam daqui, todos vocês!- disse se direcionando aos convidados, que obedeceram ao ver o conde em fúria.
- John, não faça isso...- disse Lillian chorando.- Eu me caso com você... lhe amarei de corpo e alma, mas por favor o deixe ir...
Lillian se esticou e o beijou. Beijou John com o máximo de amor que podia ser dado a ele naquele momento, mostrando que estava disposta a manter sua promessa. Ela o entendia agora. John poderia ter crescido em um lar amoroso, mas sempre se sentia em segundo lugar comparado com seu irmão mais velho. Tanto ele quanto Thomas haviam se apaixonado por ela, e ela fez sua escolha anos antes, e continuaria com a mesma escolha.
John encontraria um amor, um amor para a vida inteira, e essa mulher o amaria eternamente, sem se importar com seus defeitos. Mas para sua infelicidade, Lillian não era essa mulher.
Quando se afastou, John ficou sem fôlego, e tocou o rosto que escorria lágrimas.
- Lillian... eu...
- Se você realmente me ama...- começou ela - nos deixará ir...
John ficou em choque.
- Eu sei que tem um bom coração, John, e me deixará livre... mas se não, eu ficarei e serei sua esposa.
- Lillian, não!- gritou Thomas.
- A escolha é sua, John...
John sabia que Lillian falava a verdade, sabia que se der a ordem, ela seria a esposa dele, deixando Thomas para sempre. Ele olhou para seu irmão, e viu seu reflexo: um homem apaixonado que queria apenas ser feliz ao lado daquela mulher. E quando olhou para Lillian, para seus pequenos olhos acinzentados... viu que mesmo que ela se esforçava para amá-lo, sempre amaria Thomas.
- Solte-o!- mandou John aos capangas, e em seguida olhou para Lilly- Eu a amo mais que minha vida, Lillian, e preciso que você seja feliz, mesmo que não seja ao meu lado...
Lillian sorriu entre os seus soluços.
- John, e-eu...
- Pegue a propriedade em Kent, transforme aquele lugar em seu lar.
- E-eu...
- Lillan, vá agora, por favor...- John começou a chorar - eu não posso... não posso olhar para você agora...
Lillian obedeceu com um pouco de hesitação em deixá-lo sozinho, mas obedeceu, correndo para os braços de Thomas, que a abraçou calorosamente e lhe deu um beijo nos lábios.
- Eu te amo, Lillian- sussurrou.
- Eu também te amo, Thomas...
- Venha - ele pegou sua mão - vamos embora.
Lillian olhou para John.
- Vá na frente... eu já vou.
Thomas entendeu o que ela queria fazer e saiu da capela.
Lillian caminhou até John, que estava sentado no altar, e tocou seu ombro.
- Obrigado, John...
- Pensei que havia lhe pedido para ir embora, Lillian...
- Sabe que sou teimosa.- disse em tom brincalhão - Eu entendo o que te levou a fazer tudo isso comigo nos últimos dias... eu não o culpo, John.
- Você é bondosa demais para esse mundo, Lillian...
- Eu tenho algo para você... está na escrivaninha de meu escritório, leia assim que possível, tudo bem?
Ele assentiu de modo triste.
- Saiba de algo, John, você será amado por uma mulher incrível um dia, e você a amará mais que o mundo todo. Nunca desista do amor, está bem?
Quando ele assentiu novamente, ela foi em direção a saída.
- E... John!
Ele a olhou.
- Eu te perdoo- disse sorrindo.
Ao sair da capela, uma grande quantidade de pessoas vieram a seu encontro, querendo saber mais sobre o aparecimento do marido e o que houve lá dentro quando não estavam. Mas quando Thomas veio ao seu encontro, parou de escutar todas as perguntas.
Assim como John havia pedido, ambos se mudaram para a residência em Kent, John havia enviado uma carta dizendo que mandaria dinheiro mensalmente para os dois. Thomas e Lillian não poderiam estar mais felizes com sua vida naquele momento.
Thomas nunca quis o título, apenas uma vida simples e feliz no campo ao lado da mulher que amava.
E agora estava completo.

Memórias de um amor perdido (irmãs Benningfield, livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora