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Vestidos chiques não são muito a minha praia, mas, segundo John D, eu ficava bem neles

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Vestidos chiques não são muito a minha praia, mas, segundo John D, eu ficava bem neles. Além disso, ele falou também que eu iria usá-los mais frequentemente, graças a entrada do mesmo no Corinthians. Meu cabelo estava preso em um rabo de cavalo baixo – para ficar mais elegante – e uma maquiagem iluminada, que eu mesma fiz com orientação de Lydia. O vestido era curto, ficava um pouco acima do joelho, prata e um salto fino preto concluía meu visual para a noite. Uma festa de natal antecipada pela equipe do Corinthians era a ocasião que me fazia estar deste jeito. Os veteranos iam ter férias, com os campeonatos já finalizados, e os novatos iriam treinar até os campeonatos começarem no ano que vem. Com todos eles já muito bem acomodados no alojamento do clube, se familiarizando com o lugar e com as pessoas, essa festa seria uma apresentação para eles.

Eu não sabia muita coisa da festa, mas John D tinha me avisado que seria enorme. Me mostrou o espaço através de fotos do Google e daí em diante eu sabia o nível que aquilo iria ter. Além disso, toda a cerimônia seria transmitida pelo canal do Youtube do clube, já que era também para transmitir uma mensagem de "está tudo bem" para os torcedores que não haviam vivido uma temporada lá muito boa, especialmente com o Palmeiras ganhando muito nos últimos anos. Eu não vim preparada para uma ocasião dessas, mas com certeza me preparei ao longo dos dias em que ele me informou do evento, até porque não eu não importava no momento. Esse dia, essa noite, é de John D e eu fico feliz que ele tenha me convidado para estar ao seu lado.

— Está pronta? — John D perguntou me olhando, sentado em cima da minha cama.

— Vem tirar uma foto e vamos. — Pedi e ele veio resmungando por causa da minha "demora", que, ao meu ver, era apenas a pressa de sua ansiedade.

Coloquei a pequena bolsa preta em meu ombro e me virei para ele, desamassando o pouco do terno que estava meio amassado, já que ele já tinha sentado e deitado em minha cama. Eu neguei sorrindo, enquanto ajeitava sua gravata e recebi um beijo na testa. Sabia que aquela era uma demonstração de sua gratidão, mas, se eu conhecia aquele loiro, não seria a última. Virei para frente do espelho e o forcei a tirar algumas fotos antes de sair, como sempre fazemos.

— Obrigada por vim comigo. Sei que não é muito a sua praia. — Ele falou quando já estávamos no carro.

— Fiquei feliz de receber o convite. — Eu falei e olhei a rua, perdida na vista.

Se teve algo que eu notei nas semanas que eu estive aqui em São Paulo, é que as ruas estão sempre cheias. As avenidas estão sempre com trânsito, lotadas de carros, e as calçadas sempre congestionadas, cheias de gente. Nós dois viemos de uma cidade média, perto de Recife, não era aquelas que todos se conheciam, mas toda a cidade olhava para nossa escola, não tinha trânsito e aquele shopping é o único que existe num raio de 20 quilômetros. Nós sempre encontramos conhecidos, se estamos na cidade ou perto dela, e todos vão apenas a uma praia – que não chega a ser uma praia boa, mas é a melhor que temos.

Polaroid | Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora