14

3.9K 218 4
                                    

Eu estava rindo, quase sem forças para continuar

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu estava rindo, quase sem forças para continuar. John D estava rindo de nós dois, de mim e de Charles. Nós estávamos dançando – ou pelo menos tentando – dançar uma coreografia feita por mim. Isso tudo começou quando o monegasco falou que era completamente capaz, segundo ele, de dançar algo que eu coreografei. O celular estava em nossa frente, gravando um vídeo de memória para nós dois.

Esse foi o jeito que achamos de aproveitar nossos últimos momentos juntos, pelo menos por agora. Charles partiria para Paris – onde passaria as festas do final de ano com sua família – em algumas horas, o que deixou nós dois tristes o dia inteiro. Felizmente, o relógio não era um fator importante no momento, deixando tudo mais leve.

Ao final da brincadeira, fomos terminar de arrumar tudo. Eu deitei na cama enquanto observava ele colocando suas roupas na mala. Estava pensando em tudo, em nós dois, em como eu não me preparei bem para esse momento. Eu não faço ideia de para onde nós dois iremos daqui, não sei se eu estou preparada para essa mudança e não sei como lidar com isso. Mesmo assim, eu estava ali, na frente de Charles, aguentando tudo sem dizer nada.

— Acabei. — Afirmou baixo se encostando na mala, apoiando seu corpo ali. Um sorriso fraco apareceu em seu rosto e não tenho certeza se retribuí.

Acho que foi a falta do gesto mútuo que fez ele vir até mim e deitar ao meu lado na cama. O gesto dele me puxar para perto, me abraçar e dar um beijo na minha testa já dizia muito. Era forma dele dizer que tudo ficaria bem, que nós ficaríamos bem – mesmo com a distância. Infelizmente, porém, eu não posso dizer que isso funcionou.

— Eu posso pegar um uber, se não quiser sair. — Ele falou sem tocar no assunto que ocupava meus pensamentos. — O ar-condicionado daqui está ótimo comparado ao calor lá fora. — Observou tentando me distrair.

— Pode ser. — Deixei pensando que não tenho carro, então seria mais fácil de qualquer jeito.

— Bem, eu tenho que ir. — Eu me levantei junto com ele na hora. Suspirei pegando sua mala e levando para o andar debaixo.

John D estava no sofá, mexendo no celular enquanto esperava por nós dois. Eles se divertiram muito um com o outro, eles tiveram momentos bons – mesmo que sem mim, que sou a ligação entre os dois. Eu já agradeci bastante a John D, mas com certeza ainda faria isso mais vezes depois que Charles fosse embora. Os dois se cumprimentaram rapidamente com agradecimentos e desejo de se ver novamente. Eu observei a cena de longe com um sorriso.

Logo depois, eu segui o piloto da Ferrari para a porta enquanto ele esperava o carro chegar. Ele me abraçou novamente, apoiando seu queixo na minha cabeça e deixou um beijo ali. Eu apenas me confortei em seus braços outra vez, algo que foi muito recorrente durante essas últimas semanas.

— Promete que vai me ligar quase todos os dias. — Ele pediu segurando minha mão e se afastando um pouco para conseguir olhar para mim.

— Promete que não vai sumir. — Eu pedi e ele riu lembrando da situação antes de Abu Dhabi.

— Prometo. — Afirmou com certeza e pegou minha mão beijando-a.

— Prometo. — Falei sorrindo com tudo o que estava acontecendo.

Olhei nos olhos castanhos que amei nesses últimos dias, segurei nas mãos que tinham me segurado nos últimos dias e dei um sorriso gigante só para ele. Estava feliz por nós dois, eu sabia – daquele momento – que nós iríamos sobreviver a distância e as dificuldades que isso iria propor a nós dois. O uber chegou e a tristeza imediatamente voltou. Ele me deu um beijo e me soltou.

— Me liga quando chegar. — Pedi e ele confirmou com a cabeça.

— Obrigada por tudo, Ki. — Entrou no carro.

Voltei para dentro de casa e John D estava no sofá com um pote de sorvete na mão. Eu me joguei ao seu lado e peguei um pouco de sorvete para mim, napolitano o nosso favorito. Temos o costume de pegar esse sabor para não ter briga entre os nossos dois favoritos – chocolate e morango. Tudo estava bem e era só eu e ele novamente, pelo menos por alguns dias. Eu sorri e deitei minha cabeça no ombro dele.

— Esse filme é muito ruim. — Comentei vendo o que ele escolheu para assistir, péssima escolha.

— Cala a boca e sofra pelo seu namorado que foi embora. — Ele mandou sorrindo. Eu sorri e peguei mais sorvete.

— Precisamos comprar algumas coisas de decoração. — Eu avisei levantando e olhando para ele. — Vamos comigo. — Pedi e ele revirou os olhos.

— Tenho escolha? — Perguntou e eu neguei com a cabeça enquanto subia as escadas.

Quando sentei na cama para pensar no que vestir, chegou uma mensagem de Charles. Era uma foto dele no avião junto com algumas outras fotos que tiramos durante os dias que passamos juntos. Muitas delas eram prints de vídeos nossos, eram fotos apenas minhas que ele tinha tirado. Sorri vendo e logo respondi agradecendo.

Não sei o que faríamos nos próximos dias e o que faríamos para dar os próximos passos, mas estava feliz com o que tínhamos agora e isso já bastava.

Polaroid | Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora