What's Going on Here?

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(AVISO DE GATILHO)

Ou não, enfim, boa leitura <3

Madison

"O que está acontecendo aqui?"

Eu deveria ter imaginado que Dan era diminutivo de Daniel, mas mesmo assim, quais eram as probabilidades do meu assediador ser namorado da minha mais nova amiga de faculdade? Eu sentia que quanto mais eu lutava para me manter no controle da minha vida, mais o destino me sacaneava.

Delilah pareceu não notar o gesto repentino de Mads, ou então, fingiu que não notou pois parou diante do grupo com aquela entidade que parecia ter sido esculpida por Michelangelo. Sua beleza era algo realmente surpreendente e a intensidade de seu olhar era capaz de causar arrepios. Isso até eu me lembrar do grandissíssimo filho da puta que ele era.

- Gente, esse é o Daniel. - ela pousou a mão no ombro do homem e deu um tapinha enquanto o apresentava para nós.

- Muito prazer. - o demônio respondeu com um sorriso galante, e pela visão periférica pude notar Jenny e Cora trocando olhares de sobrancelhas erguidas.

Com os olhos implorei à Mikkelsen para que se acalmasse, e parecendo compreender a mensagem que eu transmitia mentalmente, o homem relaxou os ombros, adotando uma postura mais flexível e aberta.

- Seja bem vindo, Daniel. - o professor o saudou de forma amigável. - Sou o professor da Delilah e essa é a nossa turma.

- Muito obrigado, senhor Mikkelsen. Delilah falou muito do senhor.

- Coisas boas, eu espero. - sua voz continha um tom leve de brincadeira.

As pessoas que observavam aquela breve apresentação esboçavam feições contendo suspeita e indagação diante do modo com que Mads havia alternado suas expressões tão rapidamente. Os alunos parecias desconfiados, contudo, não apresentaram reações por meio de palavras.

O casal sentou-se na mesa e em seguida o dinamarquês fez o mesmo. Suspirei e fechei brevemente os olhos, agradecida pela razão ter se apossado daquele homem.

- Claro que sim. - o homem de olhos azuis e cabelos médios concordou. - Ela disse que o senhor é um erudito, um classicista incurável.

- Ela está completamente certa quanto a isso, no entanto, sou cuidadoso para o meu interesse no clássico não sobrepujar minha crença de que estamos em um constante estado de modernização.

Ergui a sobrancelhas, torci os lábios e balancei a cabeça em aprovação, ao mesmo tempo demonstrando que eu digeria aquelas palavras. Já Daniel manteve um sorriso cínico e cara de paisagem, o que mostrava claramente que ele não havia entendido nada do que Mads havia acabado de dizer, demonstrando que ele era bonito e burro.

As apresentações e uma breve conversa se seguiu.

Fiquei apreensiva a princípio pois me recordei do que aconteceu há mais ou menos um mês, de como ele havia reagido mal ao meu não, e o mais importante, da briga que aconteceu entre ele e meu professor. Pensei que ao nos ver, Dan fosse começar um escândalo e me pegar pelos cabelos ali mesmo, iniciando um novo duelo com o dinamarquês, contudo, não foi o que aconteceu. Talvez o homem não se lembrasse de mim, talvez estivesse bêbado demais naquela noite, talvez eu estivesse segura.

Tentei dar de ombros e relaxar, no entanto, alguma coisa no jeito como ele me olhava me acendia uma lanterna em minha cabeça, sinalizando que algo não estava certo. Seu olhar eram lâminas que me apunhalavam em uma sucessão de palavras não ditas e ordens silenciosas.

Brooklyn BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora