Butterflies

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Madison

Eu ainda estava anestesiada com o que tinha acontecido naquele dia. Enquanto contava para Lindsay mais detalhes daquela situação inesperada, era inevitável que relembrasse dos acontecimentos e meus pensamentos se voltassem ao Mads.

Quando fui aceita naquela universidade e me mudei para Los Angeles para poder estudar, não imaginei que minha vida tomaria aquele rumo, onde eu encheria a cara e acordaria na cama do meu professor, e mesmo assim, lá estava eu, não só acordando em sua cama como transando com ele na minha. Eu praguejava entre uma lembrança e outra ao mesmo tempo em que afundava o rosto no travesseiro e me perguntava se algum dia minha vida voltaria ao normal e eu seria apenas uma estudante novamente.

Eu sentia que estava em uma ponte, e ao olhar para trás o chão se desfazia no abismo sob meus pés, e a única alternativa que me restava era correr em direção ao seguro e proibido. Eu havia cruzado uma espécie de linha, e agora, não havia mais volta.

Eu podia também continuar frequentando as aulas normalmente e fingir que nada tinha acontecido, contudo, aquilo não era uma opção. Eu não precisava de Mads, mas mesmo assim queria sentir seu corpo pressionar o meu mais uma vez, e não dava para fingir que meus sentimentos por ele eram inexistentes.

Sentimentos?

- Lindy, você está viajando. - debochei da garota. Franzi as sobrancelhas e balancei a cabeça em negação. - Como você pode dizer que estou apaixonada por ele sendo que o conheço não tem nem duas semanas?

Meu coração acelerou apenas com aquela possibilidade.

Ela levantou uma sobrancelha, fez bico e me olhou de canto como se eu fosse muito tapada.

- Ah, meu amor, você está apaixonada por ele sim, e não tem nada de errado nisso. - ela sorriu de canto, colocou as mãos sobre as minhas e com ternura as apertou. - Amor e paixão são sentimentos diferentes. Paixão é aquele calorzinho que sobe pelo seu corpo e o friozinho na barriga toda vez que a outra pessoa te olha. É a excitação, a intensidade.

Absorvi suas palavras e admiti que faziam sentido, pois era daquela forma que eu me sentia a caminho das aulas de Mads, quando o encontrava pelo campus, quando acordei em sua casa e quando o deixei ir embora da minha. Eu estava apaixonada, o achava inteligente, culto, charmoso e muito bonito, e mesmo assim não significava que eu o amava, e sim, que ansiava por ter seus lábios novamente para mim.

- E o amor?

Lindsay sorriu com doçura, deixando transparecer tudo o que sentia em relação a mim, a nós. Ela tomou meu rosto entre as mãos e depositou um beijo em minha testa.

- Aí já é outra história.

Naquele simples gesto eu pude compreender o que era o amor e a extensão dos sentimentos de Lindy por mim. E os meus por ela.

Quando a quarta-feira chegou, respirei fundo, me enchi de coragem e recitei todos os mantras e orações que eu conhecia enquanto ia para a aula de História da Psicologia. Eu poderia ter mandado uma mensagem para o professor e poderíamos ter conversado antes, contudo, eu achava que mensagens de texto não seriam tão eficientes e deixariam espaço para interpretação, logo, achei melhor encontra-lo cara a cara.

Talvez aquilo fosse apenas uma desculpa para vê-lo novamente, e mesmo assim, lá estava eu plantada no meio da sala vazia depois da aula, esperando ser notada ( o que não levou nem um minuto).

- Eu realmente gosto quando a senhorita fica na sala para conversar comigo depois que os alunos vão embora, contudo, fico triste que esse seja o nosso único meio de contato.

Brooklyn BabyOnde histórias criam vida. Descubra agora