1 - book

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Sempre que pensava na mestiça que machucara seu coração, ele se perguntava o porquê ela parou de respondê-lo em 2016, quando a mesma havia se mudado para a capital, onde iria cursar moda na faculdade que ela tanto queria, e ele iria para Londres, na universidade que seu pai queria que ele fosse.

Havia prometido para a menor, antes de lhe dar um beijo na testa e embarcar no trem, que iria lhe escrever um e-mail todos os dias, lhe dizendo como havia sido o dia. Seria naquele método um tanto antigo pois o mesmo sabia que sua melhor amiga gostava de coisas não tanto usuais, como e-mails e cartas. Marinette era autêntica de um jeito lindo.

Mas, ainda assim, ele queria saber o que havia dito de errado, ou o que havia feito, para que a mesma não o respondesse. Queria saber porquê ela o abandonara daquele jeito, não lhe correspondendo mais nenhum outro e-mail e não atendendo suas ligações.

Havia sido um e-mail simples, do jeito que ele sempre fazia quando escrevia para ela, o jeito usual. Mas, ela não o respondera.

Se perguntou diversas vezes se o fato de que não havia colocado um assunto interferia, já que sempre colocava um, mas naquele, em especial, não havia colocado e isso o preocupava.

"14 de abril de 2016, 22:34 (London)
De: chatnoir@hotmail.com
Para: ladybug@hotmail.com
Assunto: [sem assunto]

Querida Marin,

Meu dia foi normal. Tirando o fato de que recebi a nota daquela prova que estava preocupado e fui super bem. Estou bem satisfeito com isso.

Estive pensando em ir para London Eye amanhã. Seria interessante, mas queria guardar um dia para ir quando você vier me visitar. O que acha de tentar vir na próxima semana, petit? Ou, eu posso ir até aí para matar talvez 1/3 da saudade que sinto.

Estou morrendo de saudades de você e tudo que te envolve.

Adrien."

Quando a mesma não respondeu no dia que enviara, achou que a mesma deveria estar dormindo, pois era uma hora adiante em Paris. Mas, quando no dia seguinte e no próximo continuara sem respostas, começou a se preocupar se havia dito algo errado. No terceiro dia, desconectou a conta que usava apenas para se comunicar com a menor, criou outra e arrastou a senha da sua antiga para um canto da mente da qual jurou que seria o esquecimento.

Seu peito se apertou. Sentia uma falta enorme de Marinette e queria que a mesma tivesse mantido o contato com ele, já que ela parecia ser tudo que ele precisava.

Balançou a cabeça, frustrado consigo mesmo por estar pensando, mais uma vez, na garota. Não gostava de se encontrar pensando na ex-melhor amiga, pois sempre acabava se culpando por ter feito algo que o mesmo não sabia.

Terminou de beber o café, lavou a xícara e preparou seu copo térmico para levar ao trabalho. Escovou os dentes e arrumou o colarinho da camisa branca e logo depois apertou um pouco o nó da gravata, se certificando que não estava fora do lugar.

Vestiu o paletó cinza, pegou a bolsa de couro marrom, as chaves e seu copo térmico e saiu, trancando a porta de seu apartamento. Quando o elevador começou a descer, repassou em sua mente se não havia esquecido nada, mas parecia estar tudo ali.

Seu trabalho não era muito longe de casa e ele era o vice-presidente da empresa Agreste, uma empresa de moda mundialmente famosa, que era de sua família. Assim que terminou de cursar moda, seu pai o contratou para tomar conta da empresa junto com o mesmo.

Era uma coisa que o mesmo gostava de fazer, então de certo não reclamava de estar ali em momento algum, até porque gostava dali. Em certos momentos, jurava que Marinette iria entrar pela sua porta, com uma coleção pronta para ser avaliada por ele, mas a mesma não trabalhava ali. Ela sumiu de sua vida de um segundo para o outro.

another us | adrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora