3 - umbrella

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Estava no sexto capítulo do livro e era um sábado chuvoso, do qual ele não havia ido trabalhar. Sua ansiedade para concluir logo o livro estava o controlando para que o pegasse, sentasse em algum canto e se aprofundasse ali.

Seu pai havia percebido que ele não estava cem por cento presente nas reuniões e decisões importantes, mas disse que estava tudo bem e que ele entendia o que acontecia. Ficou claro que Emilie havia contado para Gabriel o que estava acontecendo com o filho deles.

Mas, naquele sábado, realmente, era seu dia de folga e o loiro não iria aproveitar mais se não ler pelo menos um, ou uns cinco, capítulos do livro de Marinette. Estava mais que determinado à acabar logo, pelo menos até descobrir uma resposta.

Nós capítulos anteriores, nada demais havia ocorrido, ela falou sobre uma visita na casa dele, um dia comum da escola, no quarto em uma volta para casa (do qual ela ficara vermelha e nervosa pela pergunta que o loiro a fizera, que era se ela gostava de alguém), no quinto uma ida ao parque junto de Alya e Nino e, no sexto, uma conversa com suas amigas sobre paixonites, da qual Marinette pensara em alguém que ela amava, mas não achou ninguém.

" [...] Ela gostava dos dias chuvosos quando se encontrava em casa ou quando o dia estivesse abafado, mas não estava na época de chuva. O dia não havia sido quente, mas choveu no fim do dia, não a permitindo ir embora para casa, pois ela estava sem seu guarda-chuva.

Estendeu a mão, molhando a mesma com as gotas de chuva que caiam. Sabia que, se tentasse ir para casa, chegaria ensopada e era provável que fosse pegar uma forte gripe.

Não havia levado seu guarda-chuva pelo fato de que o céu estava azul quando saiu de casa, e, da última vez que chovera, ela levou o seu reserva, que ficava dentro de seu armário, para a casa, mas esqueceu de o devolver. Não tinha jeito; ela era uma azarada e teria que esperar passar.

— Esqueceu o guarda-chuva, Marin?  ouviu do seu lado, reconhecendo Adrien pela sua voz, que sorria ironicamente.

— Não precisa debochar de mim, Agreste.  ela suspirou.  Sei que sou lerda.

 Não ia debochar de você, Dupain-Cheng. — ele parou na frente dela e ela pôde ver o belo sorriso que o garoto tinha em seu rosto. Não era mais irônico, e sim um amoroso. Eu poderia te acompanhar até sua casa, mas eu vou me atrasar para a aula de chinês se não for agora.

Assim que ele disse isso, um carro preto parou atrás dele e a porta do motorista se abriu e o homem desceu com um guarda-chuva, abrindo a porta para o Agreste. Tudo parecia cuidadosamente calculado.

Ele se virou para ela mais uma vez e olhou em seus olhos. Marinette não entendia o que estava acontecendo, pois suas pernas pareciam ter virado gelatina e ela sentia que estava prestes a cair.

 Toma.  ele estendeu o guarda-chuva preto.  Você precisa mais que eu.

 Adrien, eu posso esperar a chuva passar e...  Marinette começou a dizer, mas ele pegou na mão dela, fazendo um arrepio percorrer na espinha da menor, e a fez segurar o objeto.

A azulada sentia seu coração se acelerar e se apertar na caixa-torácica, enquanto um frio se alastrava em sua barriga e as bochechas ganhavam um tom corado.

Olhou nos olhos dele por alguns segundos em silêncio, apenas com o som da chuva caíndo. Eram tão verdes; do tom de uma esmeralda, mas, não parecia ser totalmente uma. Aquele tom pertencia somente à ele, era um Verde Agreste, que pertencia somente à ele.

another us | adrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora