6 - you (part. I)

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Às vezes, ela se encontrava chorando e com o coração apertado; não sabia dizer se o que havia feito era correto. Aquilo foi, de fato, trabalhoso e ainda não estava totalmente acostumada com a ideia de que o livro surgiu de um surto qualquer de uma noite solitária.

Se perguntava em qual capítulo ele estava e se havia, finalmente, percebido o porquê de tudo aquilo. Não era possível alguém ser tão burro daquele jeito e demorar dias para perceber.

Mas, Marinette também havia demorado dias para perceber o que acontecia consigo. Não entendia aquele sentimento tão bom que sentia quando pensava no loiro, mas tão ruim quando pensava no mesmo com outra garota.

Ela nunca foi lenta para perceber coisas, mas, quando se tratava de sentimentos, ela perdia alguns pontos. Havia melhorado ao perceber o que sentia, mas ainda era difícil listar exatamente.

Porém, ela tinha certeza de apenas duas coisas: ainda estava perdidamente apaixonada por Adrien e foi estúpida de não ter dito a verdade quando teve a chance de dizer.

Tudo que era relacionado com a verdade sobre seu amor por Adrien também estava relacionado com o medo de o perder. Ela preferia, mil vezes, sentir a dor de não o ter como namorado, mas continuar com ele ao seu lado como amigo, do que não ter nenhum dos dois.

A azulada também não sabia dizer se foi correto ter simplesmente parado de responder o esverdeado. Havia sofrido demais com a falta dele e, em várias noites por meses, sonhava com o garoto, tanto sonhos ruins, que a faziam acordar chorando, quanto bons, que ela sorria bobamente pelo resto do dia.

Uma vez, deixou Paris por um dia todo e foi ao encontro dele, em Londres. Isso foi apenas uma semana depois de ter parado de falar com ele, e se encontrava pensando em lhe pedir desculpas e, finalmente, explicar o que acontecia com ela e ser totalmente sincera.

Procurou por ele no prédio todo, se perguntando como ele iria reagir ao encontrar com ela. Quando o achou, ele estava em uma sala, sozinho, concentrado em desenhar em um papel. Sorriu ao vê-lo parado ali, tão concentrado no que fazia e se perguntou o que ele desenhava.

Então, em sua mente, começou a se perguntar se ele estava feliz sem ela. Parecia tão tranquilo ali, como se nada tivesse ocorrido e não estivesse abalado, como ela estava. Enfim, desistiu de falar com o mesmo, deu as costas e saiu da sala, determinada a voltar para a capital francesa. Mais uma vez, ela fora covarde.

Suspirou pesadamente e voltou a focar na tela de seu notebook, que estava aberta no Word. Estava tentando iniciar uma nova ideia para algum livro novo.

Então, seu celular começou a tocar e ela atendeu sem nem ao menos ver quem era, levando o aparelho até a orelha.

Marinette! Adrien finalmente deve ter entendido! — ela reconheceu a voz de Alya assim que a mesma falou após a mestiça ter dito "alô?". — Bom, eu não sei direito, mas ele me ligou agora mesmo falando que não sabia o que pensar.

— Onde ele está? — perguntou, pegando o livro azul que estava logo ao lado do computador.

Capítulo onze.  a morena informou e a azulada soube onde ele havia se metido.

— Alya... por que eu publiquei esse livro? — perguntou, apoiando a testa na beirada da mesa e sentindo o nariz arder. — Não deveria ter feito isso... quero dizer, ele vai odiar! Poderia ser mais simples, não é?

— Tenho certeza que Adrien vai acordar para a vida. — Césaire respondeu, acalmando a amiga. — Sabe, Mari, era para acontecer, mas nem você nem ele tomaram a coragem. Eu sei que vocês são perfeitos um para o outro e você foi muito corajosa para tomar esse passo tão grande e um tanto complicado.

another us | adrinetteOnde histórias criam vida. Descubra agora