O encontro com Celine

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Era madrugada, quando todo sujo, cheguei na Santa Casa de Misericórdia. Muito feliz, pedi para a enfermeira, se poderia ver minha mulher e meu filhinho que nascera à pouco. Eu estava ansioso, não havia nenhum membro da família alí, apenas eu.  Gentilmente, a enfermeira aconselhou-me voltar para casa e tomar um banho, antes da visita. Eu não queria sair dali, fiquei triste, ela não compreendia, apenas eu sabia. Era nosso primeiro filho, eu e minha amada não poderíamos mais ter filhos, a gravidez fora de alto risco para ela. O médico havia-nos dito, que minha esposa não poderia engravidar novamente, se quisesse preservar a  própria vida.  Cuidei da minha amada como se cuida do mais precioso tesouro, pois ela carregava em seu ventre, a prova do nosso amor, um pedacinho de mim, habitava dentro dela. Eu vibrava de alegria pois ela e nosso filhinho, estavam bem. Meu maior desejo era ter um filho, havia um vazio dentro de mim que precisava ser preenchido. Caí de joelhos na frente da enfermeira agradecendo à DEUS.  Passaram por mim algumas pessoas estranhas, que ignoravam-me apela imensa felicidade e pude ouvir um murmúrio: ___ Que exagero! É só uma criança, nada mais!    Eles também não sabiam...  Para mim, pouco importava o que pensavam à meu respeito, eu estava muito feliz para zangar-me. Estava plenamente agradecido à DEUS. Um tanto desconsolado em não poder ver minha amada e meu filho, voltei para casa. Após tomar meu banho e um ligeiro café, retornei ao hospital para vê-los. Já era claro e o turno do hospital, havia sido trocado. Lembro-me que desesperado, corri entre extensos corredores para os braços da minha amada e declarando-lhe meu amor, agradeci o esforço que fizera, para presentear-me com o mais lindo menino. A enfermeira, trouxera-nos o bebê que, muito saudável e cheio de vida, fora colocado em meus braços. Ele chorava e eu sabia que era de fome. Feliz, entreguei-o nos braços da mãe, que acalentando-o ao seio materno, acalmou-lhe a ânsia. O silêncio tomou conta do quarto e aquela cena, sensibilizou-me tanto, que não suportando a emoção, deixei escapar algumas lágrimas.

                                                                                                                          

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