( Emanações de luz)

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Fiquei parado no alto, a imaginar que tudo talvez, não passasse de um sonho ruim, acreditei que aquilo passaria e eu acordaria nos braços da minha amada. Celine era o grande amor da minha vida. Uma força, levou-me mais perto e em alguns minutos, o local estava repleto de socorristas e para-médicos. Policiais isolavam o local. Aproximei-me de um homem que vestindo um jaleco branco, segurava uma prancheta, alí ele relatava os fatos por escrito. Após vê-los gesticulando em sinal de negativo, olhei um gavetão ao solo e voltei minha atenção para a informação contida na prancheta. Meus olhos foram diretamente, na palavra"óbito". Uma angustia muito forte, fez-me pensar em meu filho, então, fui até o corpo e pude reconhecê-lo como sendo o meu. A dor foi imensa ao compreender que àquele corpo físico alí destruído, era o instrumento que eu tinha na vida terrena, para demonstrar de pronto, o meu afeto, por aqueles que eu amava e amavam-me também. Então compreendi que não mais fazia  parte daquele plano, para eles eu era um defunto, mas eu estava convicto de estar vivo. E realmente estou, alguns apenas, não podem ver-me e nem ouvir-me. Entre o desespero e a revolta, foi como se eu saísse de um pesadelo e entrasse em outro. Fui trazido de volta e ao despertar, pude ver que era mais real do que eu imaginava, estava novamente no hospital e Jessé olhava-me serenamente. Havia em torno do leito, várias pessoas, que com a palma de suas mãos estendidas para mim, emanavam luz. Falavam serenamente entre sí, uma linguagem que eu não podia compreender.  Vozes suaves, cantos ao vento, louvor ao "PAI". Nem mesmo as palavras de conforto, tiravam de mim a tristeza, mas aplacavam a revolta e assim, eu caí em sono profundo. Não poderia dizer por quanto tempo dormi. Para nós daqui, um dia, pode ser um ano na vida terrena. Quando despertei, pude sentir um calor suave, tocando-me por completo, havia um som angelical no ambiente. Um coro celeste cantando a mais linda canção, na linguagem dos anjos. Aquele som ecoava pelos corredores do local, como se convidasse-me para segui-lo. Levantei-me suavemente e descansado, chamei por um nome; 

___Jessé!   Logo viera uma senhora, que trazendo-me algo de beber em um copo de cristal, disse-me: 

___Sente-se melhor agora? Está mais centrado para ouvir o que precisa saber ou precisa de um pouco mais de tempo?  respondendo, disse-lhe: 

___Meu desejo não é estar aqui, mas sou obrigada a isso, oquê posso fazer?  

___Meu amado irmão, ninguém é obrigado à nada, falta-lhe calma para que possas compreender e aceitar! Quando souberes a verdade, agradecerás imensamente, o lar que o acolhe! Poucos voltam direto para cá, você foi um vitorioso, cumpristes sua missão naquele momento! Entenderás que ninguém pertence à ninguém, somos seres livres, o que ficara para trás, pode fazer parte de ti, mas não pertence-lhe! Um jugo foi retirado de sobre ti! Todos os que aqui chegam renascem, muitos nada lembram! Mesmo aqueles que adquiriram méritos, se não apegados a bens materiais, o são em companheiros terrenos, assim, em nada lembram quem realmente são! Apenas após relembrar suas vidas passadas, compreender seu momento presente, é que poderá planejar o próximo passo! Estás melhor agora?  Respondi novamente:   

___Sim senhora!    

___Então levante-se calmamente e pense apenas em coisas boas!

                                                                                                                                                                                                                                                                                           

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