Lineo apresentara-me todo o espaço literário, salas de leitura, sala de comunicação, setor de auto-conhecimento e espaço livre, onde pode-se conversar, discutir diversos assuntos e trocar informações! Após, voltamos para o imenso hospital e Maria Angelina, já estava na porta aguardando-nos. Depois de agendar minha participação nas reuniões seguintes, despedi-me de Lineo e acompanhei Maria Angelina, que levara-me dessa vez para o acolhimento, em outra ala do hospital. Os quartos eram espaçosos e haviam vários leitos, uns próximos dos outros. Havia ao lado do quarto, um corredor que direcionava-nos, à uma área de interação, alí era ministrado palestras instrutivas sobre conduta pós traumática (como reagir, após o desencarne). Maria Angelina, disse-me que eu permaneceria alí, por mais algum tempo, que como todos, eu também tinha um lar, onde pessoas queridas, aguardavam-me em dias melhores. Passaram-se algum tempo; onde não sei precisar ao certo, onde iniciei uma rotina diária de atividades. Depois do repouso, participava das reuniões coletivas, auxiliava Celeste na biblioteca, era muito prazeroso, ouvi-la em sua amável maneira de ser. Celeste, era uma gentil senhora que à tudo retratava em forma de poesia, estava sempre à sorrir. Quando retornava ao hospital, assistia às palestras do Dr. Enivald. Toda aquela rotina, mantinha-me ocupado e cheio de perspectivas. Já estava conseguindo conciliar o velho e o novo, isso era para mim, extremamente benéfico.Raramente encontrava-me com Maria Angelina, mas em uma determinada manhã, ela apareceu para buscar-me. Jessé queria falar comigo novamente. Fiquei preocupado com as atividades, mas aquela visita, trouxera-me alegria e esperança.
___Maria Angelina! É um prazer falar com Jessé mas estou muito atarefado com minhas atividades, o quê faço?
___Carlos! Não preocupe-se, seu atendimento fora programado à dias e todos estão colaborando!
Sorrindo disse-lhe:
___Ah! Então é assim? E aquela história do livre arbítrio e blá- blá-blá? ___Desculpe-nos! Apenas acreditamos que ansiedade, não ajudaria você, por isso nada falamos! Caso não queira ir, tudo bem, é seu direito!
___É brincadeira, claro que quero ir! Por favor responda-me, porque pensas que estou ansioso para vê-lo?
___Caso prefira, posso remarcar essa consulta para outro dia que seja-lhe mais conveniente!
___Nem pense nisso! Vamos logo, não quero atrasar-me, adoro conversar com Jessé! E sorrindo, cheia de graça, Maria Angelina que mais parecia uma irmã de caridade, acelerou os passos, revolvendo serenamente as bordas de sua saia que quase arrastavam-se ao chão. Pensei; "como são amáveis os seres nesse lugar, preocupam-se uns com os outros, voluntariamente"! Passamos novamente em frente à porta principal e pude ver que havia uma fila de pessoas recém chegadas, algumas estavam nas macas, enquanto que outras estavam sentadas nas cadeiras rolantes, como chamam aquí ( são cinco poltronas, levemente inclinadas e interligadas para dois enfermeiros manusearem). Curioso perguntei à Maria Angelina:
___Todos desencarnaram agora? São de lá de baixo? Disse referindo-me à terra.
___Todos são desencarnados sim! Muitos dos que aquí estão, foram resgatados dos vales negros ou mais conhecidas, conjunturas umbralinas de nível inferior "Umbral inferior"!
E apontando para um jovem rebelde, explicou-me:
___Vês aquele jovem à debater-se querendo fugir?
___Sim!
___Ele não é um ser ruim! O sofrimento físico, aliado ao medo da "morte", causara-lhe intensos traumas! Com certeza o tratamento dele, incluirá mais tempo de repouso do que teve o seu! O medo e a revolta, fizera-lhe vagar, tentando encontrar a mãe, do qual era muito apegado! O sofrimento da mãe, ao ver seu filho vagando, levou-a a uma casa de socorro espiritual e assim foi possível o resgate! Ele aceitou! O pai desse rapaz, encontra-se entre nós e aguarda o momento de revê-lo! Esse jovem é um ser amado!
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"Socorro" Sob os Laços da Espiritualidade.
SpiritualJessé entra no quarto e depara-se com Carlos que desesperado quer noticias de sua esposa Celine. Haviam se passado vários anos, não havia naquele ser a clara lembrança de seu acidente. Acreditando que estava bem, queria retornar ao lar, mas uma coi...