___Mas senhora, o que tenho de bom não esta aqui comigo, ficou para trás!
___Então pense assim; "vou esforçar-me para ser melhor e acolher a esperança de estar preparado, para revê-los no momento oportuno, de forma à ser-lhes útil"!
___Senhora! Obrigado pelas reconfortantes palavras!
___Sinta a paz e siga-me, vamos falar com Jessé!
Ao sair do quarto visualizei um extenso corredor, com várias saídas, que levavam a outras alas, no entanto, continuávamos caminhando sempre em frente. Haviam inúmeras portas e todas estavam fechadas. Tudo alí era branco, a regra era clara, até mesmo eu vestia roupas brancas. Era engraçado, pois meu costume era usar, calça escura, camisa de cor, botina e chapéu. Se alguém me visse agora, com esses trajes, sairia correndo, pensando que vira um fantasma. Aquele ambiente era perfeito, sentia-me bem e em paz. Não nego que evitava as lembranças para mim ainda recentes, pois eu não podia fraquejar, tinha que ir até o fim e realmente saber, o que todos queriam dizer-me. Depois de muito caminhar, viramos um corredor à esquerda. Então, vendo que a distancia era longa, exclamei em voz alta:
___Se já estou morto mesmo, porque não fazemos como todos dizem, deveríamos nos tele transportar, seria mais conveniente do que andar, que é coisa dos vivos!
Soltando risos, a senhora que nem mesmo o seu nome eu sabia, disse-me: ___Ah! Meu caro, ainda não entendestes nada! Não estamos mortos, acredite! Só porque não tem um corpo físico? Isso não significa, que deixastes de existir! Não existem fenômenos sobrenaturais, existem manifestações sólidas e de corpo espiritual presente em muitas das situações! Até nosso caminhar aqui, tem uma razão de ser, por esse ponto tocado, verá que aquí também tem regras e nosso dever é respeitá-las.
Calado, depois de levar "um puxão de orelhas", visualizei uma enorme porta de vidro e ao lado, um homem sentado chamou-me à atenção, era um senhor muito distinto e observador, que controlava o entrar e o sair das pessoas. Não saímos do prédio, continuamos caminhando e pude ver um lindo jardim de inverno, próximo à recepção. Do nosso lado esquerdo, havia uma janela que tinha aproximadamente, uns dez metros quadrados de vidro transparente, que possibilitava uma visão magnífica das colinas e uma região montanhosa. O lugar que estávamos, era o ponto mais alto e por isso o panorama era perfeito. A impressão que se tinha, era que aquele lugar, havia sido construído às margens de um despenhadeiro. Enfim, era um lindo vale verde! Entramos em um elevador e este desceu suavemente no andar debaixo. Um estreito corredor, levara-nos à uma porta, que com nossa aproximação, abrira-se. Ao, entrarmos, a senhora disse:
___Sr. Jessé, aquí está o nosso irmão, pronto para ouvi-lo!
Deixando documentos sobre a mesa, pediu-me licença e retirou-se. No entanto, a sala estava vazia e fiquei perplexo pensando;" com quem ela havia falado, pois não havia ali ninguém além de mim". Irritado falei em alto e bom tom:
___Pensam que sou louco! Deixaram-me só, aqui, a esperar no tempo deles! Então novamente pensei; "Vou levantar-me e procurar logo esse homem, não tenho tempo a perder"!
Quando levantei-me, repentinamente a porta fechou-se. Assustado, ouvi uma voz serena, sabiamente à falar-me:
___Sr. Carlos Voltran, somente porque não pode ver-me, significa que eu não esteja aquí? Posso vê-lo e ouvi-lo perfeitamente! Se prestasse mais atenção à sua volta, perceberia que nem tudo é matéria! Aliás! Quase tudo não é matéria! A propósito, já compreendeu que não encontra-se mais, no plano terreno? Admirado respondi:
___Sim senhor! Desculpe-me pela ignorância!
___Foi proposital, apenas queria que você percebesse, a forma como os encarnados muitas vezes, tratam seus entes desencarnados! Eu estava aquí, mas você não conseguiu ver-me ou sentir-me e no entanto, pude ouvi-lo até em seus pensamentos! Na realidade, os "mortos" não somos nós!
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"Socorro" Sob os Laços da Espiritualidade.
SpiritualJessé entra no quarto e depara-se com Carlos que desesperado quer noticias de sua esposa Celine. Haviam se passado vários anos, não havia naquele ser a clara lembrança de seu acidente. Acreditando que estava bem, queria retornar ao lar, mas uma coi...