19- A porra de um maníaco.

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INADEQUADAMENTE EXCEPCIONAL

Por Gabriela Vidor

Capítulo dezenove.

Durante todo o caminho percorrido por Debra, Tate contemplou a possibilidade de apenas arrasta-la como um maldito homem das cavernas. Pensou em joga-la pelo ombro, enfia-la para dentro do carro e leva-la para a porra da sua casa. Queria fodê-la como nunca quis na vida, mas jamais admitiria em voz alta.

Então apenas deixou que ela seguisse pela rua, batendo a porta de metal com força para tentar dispersar sua fúria. Tate se moveu, puxando seu aparelho celular do bolso traseiro, e então ligou para que Fred voltasse apenas para buscar a mulher continuamente tomada pela fúria.

Aguardando dentro do carro, ele a observou. Viu quando ela caminhou para longe — perdida em sua instabilidade —, assim como quando apanhou o celular, e se sentou pela calçada em frente ao Hooper's. Também viu quando ela fez questão de levantar o dedo do meio em sua direção, o mais alto possível, mostrando o quão raivosa ainda estava. Tate apenas respondeu com um forçado sorriso, batucando o polegar pelo volante enquanto os olhos dançavam para longe. Não pôde impedir o reflexo de trincar os dentes no segundo que avistou o Toyota rumando pelo asfalto, parando na vaga próxima a entrada.

Ao descer do sedã em uma velocidade surpreendente, não conseguiu deixar de se perguntar o que Matt fazia ali, naquele maldito estacionamento mal iluminado. Ele queria rosnar, quebrando qualquer coisa ao seu alcance, mas sabia que sua cota de descontrole já havia extrapolado.

— Ela me ligou, cara. — se explicou em tom defensivo.

O moreno bufou uma risada.

Ela te ligou? — questionou com um lampejo de raiva.

— Você está viajando novamente, Tate. Segura sua onda.

Olhos trovejaram sobre Matt, e enquanto Tate o encarava, Debra se aproximou, se jogando contra seu peito e se ponto no meio dos dois.

— Você perdeu o direito de estar bravo no momento que decidiu se comportar como uma criança que acaba de sair das fraldas — ela gritou.

Então a atenção de Tate viajou para o topo da cabeça loira, desacostumado a recente cor.

— Não pode ir comigo, mas quer ir com ele?

— Vai se foder, você e o seu concurso de mijo escroto. Acredite quando eu digo — Debra esticou seu indicador, o punho completamente serrado enquanto quase torcia o dedo em seu rosto —, não vou com você, pra porra da sua cara continuar intacta.

Tate alavancou com mais um dos empurrões, inspirando com força para manter cada resquício de paciência. Mais uma vez, a ideia de joga-la em seu ombro e estapear seu traseiro audacioso, lhe passou a cabeça. Então com um movimento, prendeu o pulso arredio entre seus dedos e forçou a mão aberta, para tão logo depositar a chave no meio de sua palma.

Antes que eu faça alguma merda, raciocinou.

Sem direcionar uma palavra se quer para a mulher furiosa à sua frente, Tate buscou o loiro pela nuca, e o arrastou com sigo até o carro mais afastado.

— Me dê à droga da chave e entra na porra do carro.

O metal tilintou pelos dedos de Matt, e ele seguiu para o passageiro no instante em que foi solto com um tranco maldoso.

— Aonde vamos?

Tate não o respondeu, apenas se limitando a destravar as portas, entrar e acionar a chave na ignição. Levou meros minutos para o carro estar novamente parado, e Matt soube que a coisa estava séria no instante que reconheceu a entrada do Growler. Ele seguiu o amigo em silêncio e não protestou quando Tate se sentou pela banqueta. O moreno pediu o primeiro copo de whisky, e não demorou para o próximo ser solicitado; nem o que veio depois dele.

Inadequadamente Excepcional (EM REFORMA)Onde histórias criam vida. Descubra agora