[#009] NONO — Aquela sobre as decisões estúpidas de um jovem apaixonado.
Era madrugada de sábado.
Namjoon tinha saído com uma de suas ficantes e deixado claro que provavelmente só voltaria para o apartamento pela manhã. Aproveitei a ausência do meu melhor amigo para, inicialmente, estudar, mas logo deixei os livros de lado para assistir um filme.
Halloween. Era um dos favoritos de Jeongguk, e eu estava lentamente tomando gosto pelo gênero do terror por influência indireta sua. Devo confessar, porém, que olhar essas coisas quando tudo está escuro é uma experiência assustadora para mim.
Não conseguia parar de pensar em como gostaria que Jeongguk estivesse comigo, mas a Cherry Flavoured tinha um show na data. Com isso, eu também não conseguia parar de pensar na possibilidade de uma pessoa minimamente mais atraente do que eu cruzar o olhar do Jeon.
Nós não tínhamos nada sério. Ele podia comer quem quisesse. E isso me dava náuseas.
Eu queria que Jeongguk fosse só meu.
Foi durante esse pensamento — e enquanto Mike Myers enfiava uma faca em um garoto — que o telefone residencial do apartamento tocou.
Após o choque inicial, eu calcei as minhas pantufas e fui, a passos largos e irritados, até o telefone. Se fosse algum tipo de trote, eu caçaria o responsável por ele até os confins da Terra.
— Alô. — Atendi.
— Taetae?
Minha postura mudou completamente quando escutei a voz de Jimin no outro lado da linha. Fui de encarnação da irritação para rapaz preocupado em questão de segundos.
Desde quarta, Jimin vinha ligando para mim em momentos aleatórios do dia. Falava poucos minutos, desligava e então, em outro horário aleatório, ligava mais uma vez para conversar de novo.
Havia um motivo para isso, é claro. O meu ruivinho ainda morava com os pais e eles eram um tanto quanto controladores consigo, incluindo em relação ao uso do telefone. Também é lógico que não era por livre e espontânea vontade que Jimin continuava abaixo do teto dos progenitores.
— Oi, Jimine. Tudo bem?
Medo era um dos principais motivos para não sair daquele lugar.
Minie não tinha independência financeira, já que nunca foi autorizado a trabalhar ou coisa assim. Ele não possuía experiência e, de bônus, era estrangeiro e gay, embora aparentemente só eu soubesse desse último detalhe a seu respeito.
Ele não queria trazer problemas para Yoongi, nem para Jeongguk, nem para ninguém. Não queria depender de ninguém que não fosse ele mesmo, algo que eu compreendia muito bem.
O medo de ter que voltar para a casa dos pais caso nada desse certo era algo grande demais para alguém tão pequeno como Jimin lidar sozinho.
— Desculpe por te acordar tão tarde…
— Eu nem tava dormindo, bebê, relaxa. — Falei o mais manso que pude, sentando na guarda do sofá para ficar mais à vontade. — O que você tá fazendo nessa bela madrugada?
— Sofrendo.
— Quê?
— Tae, eu… — Ele suspirou, ficando alguns minutos em silêncio. — Não queria perturbar você, mas eu preciso desabafar com alguém que eu sei que não vai tentar espancar os meus pais.
— Não duvide do meu potencial — murmurei, ficando inquieto com aquilo. A voz de Jimin estava transparecendo um incômodo arrepiante. — O que eles estão fazendo?
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cherry cola | taekook
Fanfiction[CONCLUÍDA] Em 1998, Taehyung conheceu e se apaixonou por Jeongguk, um cara com cabelo cor de cereja que, toda sexta-feira, aparecia na locadora onde trabalhava para alugar filmes de terror e comprar refrigerante. Engataram em um relacionamento que...