[#010] DÉCIMO — Aquela sobre os garotos ciumentos.
Como o sábio filósofo Deadpool disse uma vez, a vida é uma série de acidentes de trens com intervalos de momentos felizes.
Eu estava em um desses intervalos.
Logo depois de Jeongguk aceitar o meu pedido indireto de namoro, nós fomos ao meu apartamento e ficamos enroscados na minha cama. Dessa vez, fui a conchinha de dentro, sentindo os braços fortes do tatuado ao redor do meu corpo e sua respiração quente batendo contra a minha nuca.
Nós adormecemos com a roupa social, exceção ao paletó e as gravatas. Por algum motivo, lembro desse detalhe em específico com muito carinho.
Na manhã seguinte ao acontecimento, Namjoon inventou uma desculpa terrível de ruim para nos deixar a sós — algo sobre ter de ajudar um cara a consertar um carro, sendo que Namjoon não tinha nem carteira de motorista, que dirá algum tipo de conhecimento na área automobilística. E essa é outra coisa que guardo com apreço.
Jeongguk ficou comigo até escurecer, assistindo filmes, acabando com o meu estoque de refrigerante e salgadinhos, fazendo piadas ruins e deixando o meu coração todo derretido.
Quando já era noite, Jimin ligou para avisar que, no fim, estaria ficando com Yoongi e Jeongguk por um tempo. Ele queria procurar um emprego e começar a estudar alguma coisa que realmente gostasse, e o Min seria a pessoa mais apropriada para ajudá-lo diretamente nessa nova fase.
E, convenhamos, Yoongi não queria desgrudar do amor de sua vida agora que finalmente o tinha em seus braços. Não desgrudou até hoje. Nem vai.
O importante, para mim, sempre vai ser a felicidade de Jimin. E, somente através de sua voz, era visível o quão contente ele naquela circunstância.
— E aí? — Jeongguk perguntou assim que a minha chamada com Jimin foi finalizada. — O que ele decidiu?
— Vai ficar com vocês — contei, jogando-me ao lado do cherry boy no sofá, ao que o rapaz imediatamente colocou as pernas por cima do meu colo. — Cuidem bem do meu ruivinho, sim?
— Seu ruivinho? — ele levantou uma sobrancelha.
— Uhum — assenti. — Jimin é meu protegido.
Jeongguk ficou um tempinho apenas me encarando enquanto um diálogo estúpido na comédia besteirol igualmente estúpida que ele escolheu estava se desenrolando na televisão. A única iluminação que tínhamos no momento vinha do aparelho.
— E eu sou o quê? — questionou, de repente.
— Você é meu namorado, ué. — Abri um sorriso confuso e brincalhão, não entendendo até onde o Jeon desejava chegar com a pergunta. — Parece que o jogo virou, né? É você quem tá com ciúme agora.
— Hm — ele tirou as pernas do meu colo só para que pudesse apoiar a cabeça no meu ombro. — É, acho que eu tô mesmo. Coisa esquisita.
— Não costuma sentir isso com frequência?
— Acho que não… — Soou mais como uma pergunta do que como uma afirmação. — Bem, eu não gostava muito de nenhum dos meus primos quando era mais novo porque eles roubavam a atenção dos meus avós nas nossas reuniões de família.
— Que garotinho ciumento! — brinquei.
— Huh — ele riu nasal. — Mas é meio diferente com você, de qualquer jeito.
— Oh, por quê?
— Ai, Taehyung. — Afundou o nariz no vão do meu pescoço. — É complicado de explicar essas coisas.
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cherry cola | taekook
Fanfiction[CONCLUÍDA] Em 1998, Taehyung conheceu e se apaixonou por Jeongguk, um cara com cabelo cor de cereja que, toda sexta-feira, aparecia na locadora onde trabalhava para alugar filmes de terror e comprar refrigerante. Engataram em um relacionamento que...