[#015] DÉCIMO QUINTO — Aquela sobre as segundas opções.
Enquanto eu andava até o endereço que Mark me passara, me perguntava o que seriam essas coisas das quais ele havia falado ao telefone. A princípio, nós iríamos nos ver no trabalho, mas ele mudou de ideia.
Não comentei nada com Jeongguk. Haviam coisas no início de nossa relação que ainda não tinham sido — e nem jamais viriam a ser — explicadas, coisas que poderiam trazer algumas complicações para mim.
Ele me esperava em uma cafeteria, com uma caixa pequena e bonitinha ao pé de sua cadeira, bebendo o que acreditei ser um café gelado. Parecia tranquilo, até balançava as pernas abaixo da mesinha.
— Oi, Mark. — Cumprimentei, me sentando à sua frente.
— E aí? — seus olhos, no entanto, me mostravam que ele não estava totalmente calmo com aquela situação.
Nós nos encaramos em um silêncio desconfortável por pelo menos uns dois minutos, até que ele limpou a garganta.
— Bem, vamos direto ao ponto, certo?
— Sim, acho que é uma boa ideia. — Eu concordei consigo, nervoso e ansioso.
Mark se abaixou, pegando a caixa e a colocando em cima da mesa. Parecendo receoso, ele a empurrou na minha direção.
— Quero deixar claro que eu não sabia que essas coisas eram pra você. — Disse, mexendo nas próprias unhas. — Ele nunca colocou destinatário...
Abri a caixa, encontrando alguns pequenos papéis com recadinhos e um ou outro presentinho fofo. Eram elogios e mimos. A maioria deles tinham datas... Eram de pouco antes de eu começar a trabalhar na locadora, mas era óbvio que Mark não havia se atentado a esse detalhe.
Eram para ele mesmo. Sempre foram. Eu sempre soube, desde a primeira vez em que vi Jeongguk cantar na Devil Ink. Aquela composição que ele apresentou naquela noite não era para mim.
Não estava magoado. Ele tinha parado de enviá-las no momento em que nós começamos a sair, estava tudo bem.
— Vocês... — O garoto tornou a falar, atraindo a minha atenção. — Vocês ainda não estavam juntos quando a gente... Bem, pelo menos eu não sabia se estavam. Ele nunca me disse nada...
Eu confesso que demorei a entender o que ele realmente estava me contando.
Lembro claramente de quando, um dia antes de eu encontrar o bilhete dele no DVD de Uma Linda Mulher, Jeongguk apareceu na locadora à noite todo alegre, com um grande chupão à vista.
Eles tinham transado, ou pelo menos chegado bem perto disso, naquele mesmo dia. Provavelmente pouco antes do Jeon ir no estabelecimento onde eu trabalhava. E então Jeongguk colocou aquele bilhete no DVD, para o Mark, a fim de chamá-lo para sair mais seriamente e de quebra lhe apresentar uma música que compôs pensando nele.
Só que Mark não apareceu, porque quem achou o bilhete fui eu.
Como a primeira opção não foi, Jeongguk se contentou com a segunda. Eu.
Eu quase consigo sentir o enjôo que tive na época com a mesma intensidade hoje. É algo que faz-me mal recordar, algo que eu apagaria da memória em um piscar de olhos se tivesse a chance.
— Que merda. — Comentei, me escorando na cadeira com tudo e suspirando.
As coisas estavam boas demais. Tinha que ter algo de errado. Não sei porque fiquei tão surpreso com isso.
— Ai, meu deus! — Mark puxou o próprio cabelo, parecendo tenso. — Sério, eu realmente não sabia. Eu jamais teria... A-aconteceu só uma vez!
— Tá tudo bem. — Tranquilizei. — Nós não estávamos juntos ainda. Fica calmo. Só me toquei de uma outra coisa.
VOCÊ ESTÁ LENDO
cherry cola | taekook
Fanfiction[CONCLUÍDA] Em 1998, Taehyung conheceu e se apaixonou por Jeongguk, um cara com cabelo cor de cereja que, toda sexta-feira, aparecia na locadora onde trabalhava para alugar filmes de terror e comprar refrigerante. Engataram em um relacionamento que...