Estávamos deitados ali mesmo, no meio do rinque, sem quebrar nosso contato visual, enquanto o único barulho presente era dos patins que raspávamos preguiçosamente contra o gelo, que por incrível que pareça, não trazia nenhum incômodo para meu corpo...
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Cora e Jack se encaram com sorrisos tão gigantes que seus rostos parecem prestes a se rasgar, mesmo no escuro Cora podia ver a forma como os olhos castanhos de Jack brilhavam.
Sentiu o toque leve do garoto sobre seu rosto, as pontas ásperas dos dedos traçando cada linha sua e o cheiro de cigarro que exalava de Jack já era comum, com o tempo Cora tinha se acostumado á mistura de Marlboro e do perfume cítrico amadeirado, com certeza extremamente caro de Jack, conseguia sentir o preço pelo cheiro sofisticado e impregnado em todas as suas roupas.
She's mine do J. Cole tocava em um volume baixo do celular de Jack que estava jogado em algum lugar pela cama em meio aos corpos e o monte de travesseiros e lençóis.
Cora não podia evitar fechar os olhos e apreciar o toque, sem conseguir evitar Jack passou um dos braços por sua cintura a puxando pra mais perto e dando um beijo longo no topo de sua cabeça. O sorriso inabalável.
-O que foi? -perguntou Cora sem conseguir reconhecer a própria voz, estava doce e relaxada, sentia-se leve como se não ficava a anos. Aproximou-se mais de Jack e com as mãos em seu rosto acariciou as bochechas com os polegares sentindo-o relaxar sobre o toque.
-Eu senti isso por tanto tempo. - à medida que seu sorriso desmanchou, seu olhar se intensificou, a voz rouca e baixa deixava Cora arrepiada e fez com que as borboletas que viviam dentro de si acordassem, dando piruetas e voltas em seu estômago. - não imaginei que fosse te amar por tanto tempo, achei que se apagaria e com o tempo eu não ligaria mais pro sentimento. Mas sempre continuou aqui.
Jack segurou uma das mãos de Cora e beijou a palma, levou até seu peito, na área do coração e deixou ali, com a sua por cima. A expressão serena, piscando lentamente Cora se aproximou mais, encostando seus lábios nos do garoto.
Sentiu as borboletas flutuando cada vez mais em seu estomago, por mais estranha que fosse toda a situação, sentia que estava onde deveria estar.
Pertencia exatamente a aquele lugar, nos braços de Jack com um sorriso bobo, borboletas no estomago e declarações baixas para que mesmo sozinhos, por mais bobas e bregas que fossem, só os dois pudessem ouvir.
