Capítulo 14

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Rio de Janeiro, festa que não aconteceu, 2015

Karen

O ambiente é luxuoso, mas não é só isso. Há uma atmosfera decadente, meio vintage, futtons estrategicamente colocados sob luzes indiretas, mais baixas, dando mais sensualidade ao tom quente que invade o ambiente, velas, spots e candelabros, tudo perfeitamente pensado para o erótico.

O salão é grande, mas não tanto quanto eu imaginei.

O piano de cauda branco fica na parede oposta ao bar, Max já está lá e mesmo não enxergando, está mascarado.

Me aproximo e a cumprimento, o combinado é que eu dê boa noite a todos e não fale muito, só cante uma música atrás da outra por uma hora, acho que é a apresentação ocorrerá enquanto as pessoas estão se aquecendo para a verdadeira ação começar.

Não sei muito o que esperar – será que é como os filmes pornôs com todo mundo fodendo todo mundo, minha mente já pula para um baile de carnaval ou funk quando penso em suruba, mas aqui, só as mais belas músicas das divas do jazz e blues tocarão, então, com certeza não é como eu estou imaginando.

Faço a saudação com a voz mais abafada que o normal, poucas pessoas dão atenção, então Max começa a melodia de Etta James, "At last" e eu solto a voz.

Faço a saudação com a voz mais abafada que o normal, poucas pessoas dão atenção, então Max começa a melodia de Etta James, "At last" e eu solto a voz

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Dani

O ambiente é um espetáculo, mas quando ela começa, não tenho para onde olhar que não será para o palco. A B.D.K.N. tem um arranjo todo especial para "At last", mas aqui, somente o piano a acompanha, amo essa música na voz de Etta James, mas Karen Brizzi dá uma pegada mais quente a canção.

Não é só romântico, é sensual, envolvente e acho que todo mundo começa a perceber, enquanto o salão vai enchendo.

Drinks são servidos por homens fortões de gravata borboleta sem camisa e máscara no rosto, as mulheres mais lindas e esculturais começam a circular pelo salão em trajes exíguos, lingeries, rendas, elas são as únicas que não usam máscara, as contratadas para entreter, conversam, jogam charme, escolhem seus alvos, tomam drinques.

As mulheres mascaradas são convidadas e usam cordões de veludo nos pescoços, dourado e vermelho, eu logo puxo conversa com o bartender, sei por experiência própria que a gente sempre sabe de tudo um pouco, e ele me explica: dourado que indica que pode receber convites e o vermelho, que está disposta a participar de qualquer atividade sexual no ambiente.

Ele diz que também existem cordões pretos, que indicam que a dama não está disposta a receber convites, que só quer observar, mas eu não vejo nenhum desses por ali – as mulheres não estão ali para voyeurismo, querem mesmo é foder e enquanto a loira, agora ruiva, canta lindamente, causando um certo frisson quando deixa, delicada e lindamente a capa cair e formar uma poça vermelha no chão, o pessoal começa a ficar mais excitado e coisas começam a acontecer.

Blues e Impetuosidade (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora