Capítulo 22

45 18 69
                                    

Rio de Janeiro, junho de 2016

Dani

Os últimos seis meses foram um espetáculo para a B.D.K.N. Blues, mas uma verdadeira merda para mim.

A louraça passou a ser mais fria que gelo comigo depois daquela maldita discussão no meu apartamento, eu revidei e nos evitávamos a todo custo, pelo menos, enquanto não estávamos trabalhando, o que foi praticamente o tempo todo!

No início do ano aparecemos na TV aberta e deu uma repercussão mais doida do que eu imaginava, mesmo com a insuportável da namorada do Bê lá, pagando de tiete oficial da banda.

Logo veio o início da turnê para valer e lá estávamos nós quatro, dentro da porra de um busão, viajando pelo interior de São Paulo todo, três, quatro shows na semana, meu bolso enchendo e a música fluindo, devia estar super feliz, mas na verdade, só estava deixando a vida me levar.

A Vacarissa não dividia o ônibus com a gente, pelo que eu era grato, mas aguentar a frescura da louraça não estava fácil. Fazia o que podia para não discutir com ela, na verdade, queria mesmo era ignorar a sua presença, até no palco, então começamos a trocar de lado nas apresentações, eu vinha, ela ia, e acho que as fãs gostaram disso porque assim, eu dava atenção para todas.

E pegava todas também, bem, pelo menos não todas, mas muitas delas! Se aquela demônia ia me acusar de puto promíscuo, então eu seria o cara!

Só evitava levar alguma maluca pra dentro do busão porque era capaz de eu perder a atenção para o Bernardo que, mesmo comprometido e mantendo o dele dentro das calças, chamava uma atenção absurda como front man da banda e não tinha uma mulher num raio de quilômetros que não quisesse dar pra ele quando ele apelava e fazia aquele jeito todo canastrão para cantar "te venerar".

Pelo que eu fiquei sabendo a louraça estava namorando sério um cara mais velho, foda-se, não tive tempo de conhecer o babaca porque estava ocupado demais comendo alguma fã por aí.

A minha fama de pegador se espalhou e onde eu ia, tinha uma fila de mulher pra me dar, então, era fácil demais, só, escolher. E nem era chamado de canalha quando dava a minha conferida e mandava um dos seguranças trazer alguma, era um harém, meu harém particular e elas vibravam por uma ser a privilegiada da noite, que eu certamente não veria nunca mais.

Comecei a ficar mais esperto e sempre levava as minhas próprias camisinhas reforçadas e só gozava dentro delas, levando-as embora depois que eu já tinha ouvido muita história sinistra sobre vadias que queriam engravidar de famosos, então era assim que eu agia.

Estávamos tocando num Haras no interior quando a Flor de Liz apareceu com a família inteira por lá, a avó dela, Dona Gera, era um barato e bombou com a gente na festa dos bastidores até altas horas.

Aquela foi a primeira noite em que eu realmente fiquei perto da louraça outra vez e bem, ela parecia feliz em rever a amiga, feliz em geral, não soltando fogo pelas ventas como andava quando as coisas nos bastidores não saíam como ela queria.

Não que ela agisse como uma diva intratável, ela era chata, exigente, mas até que era razoável. Com os outros, claro! Porque comigo, se eu errasse, ouviria xingos que atingiriam a minha terceira geração, especialmente se eu estivesse virado e cansado da farra da noite anterior, para o que eu dava era mesmo um bom "foda-se"!

A vida era minha, eu faria dela o que eu bem entendesse e ela que fosse chupar a rola murcha do velho que estava pegando, quem quer que fosse!

A vida era minha, eu faria dela o que eu bem entendesse e ela que fosse chupar a rola murcha do velho que estava pegando, quem quer que fosse!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Blues e Impetuosidade (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora